Como tudo começou

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{POV''s Star}

Era de madruga quase manhã quando acordei com um barulho vindo de um dos quartos. Quando saio escuto de novo, percebo que vem do quarto de Robin, e sigo cautelosamente na direção do barulho. Espio por uma fresta de porta e o vejo batendo em um saco de pancada com alguns já estourados no chão cheio de areia; Robin tem uma expressão cansada e abatida como se não dormisse há dias. E talvez fosse verdade, não seria essa a primeira e nem a última vez que eu o pegara treinando tarde da noite, normalmente ele espera todos dormirem para começar sua intensa rotina de treinamento. Eu nunca liguei, pelo menos nunca demonstrei a ele isso, mas já estava passando dos limites há muito tempo; quando tomei por mim já estava dentro do quarto do líder que me encarava fixamente e sem demonstrar nenhuma emoção.Quando tomei coragem para dizer algo eu travei ao ouvi-lo dizer:
-Por que você não sai da minha cabeça Star?
Ele falou isso com tanta dor e mágoa na voz, como se falasse com uma miragem ou algo irreal; mas o que me deixou mais encantada foi  maneira como ele me chamou "Star",um apelido carinhoso nunca antes usado por sua pessoa, algo derreteu dentro de mim nesse momento. Não poderia mais negar, nutria fortes sentimentos por esse garoto misterioso desde que o vi pela primeira vez.O que me deixou mais aflita foi o fato de parecer que o moreno poderia sentir o mesmo.Depois de um tempo tentando encarar aqueles olhos escondidos por uma máscara, deixei escapar sem querer:
-Por que você não sai da minha Robin?
Ele me responde com um olhar triste.
-Você está aqui mesmo?Ou é só minha cabeça me pregando mais uma peça pelo cansaço? 
Ele então me olha por um tempo e me abraça de repente me tirando um suspiro surpreso.Demoro questão de segundos para retribuir o abraço.Ao nos afastarmos nos encaramos sem graça até que ele resolve perguntar:
-Starfire? Perdão, precisa de algo? Eu te acordei?
Fico um pouco desapontada com as palavras que saem de sua boca mas prefiro não deixar transparecer.
-Não... eu acabei perdendo o sono, quando ouvi um barulho e resolvi verificar se estava tudo bem.
Ele parece acreditar ou simplesmente resolveu não insistir mais no assunto e prossegue:
-Se não se importar irei tomar um banho para começar as atividades do dia.Me desculpe pelo barulho, eu não pretendia incomodar, apenas acordei cedo e resolvi não desperdiçar alguns minutos a mais do meu dia.
Não consigo entender o por quê mas não me seguro e pergunto:
-Por que não me conta o real motivo de não estar dormindo e de todos esses treinos noturnos? Não é a primeira vez que escuto você treinando tarde da noite ou antes do nascer do sol. Pode me contar, não irei te julgar por isso, nem mesmo te repreender.
Ele parece debater internamente sobre cada uma das minhas palavras, até que finalmente suspira cansado e parece se dar por vencido,
-Não consigo, toda vez que fecho os olhos vejo novamente o meu passado, como um filme na minha cabeça.A minha infância no circo, a morte de meus pais, meus anos na mansão Wayne e ele... Penso em cada ponto que errei, e no que poderia fazer para consertar tudo.
Foi nesse momento que a vi a confusão em seus olhos mesmo que estivessem escondidos por trás da máscara.Me pegava viajando em pensamentos sobre a cor de seus olhos, se seriam castanhos como chocolate, pretos como as trevas, verdes como os vales ou azuis como o céu; mas de duas coisas tinha certeza, a primeira era que eu me perderia em seus olhos não importa sua cor, assim como mais de uma vez tinha me pego fazendo com seus cabelos escuros como ébano e a outra era de que agora em diante ela não deixaria que nada o fizesse sofrer.

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