De Um Outro Ponto de Vista

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    Início da manhã, Amber desperta muito sonolenta, mal dormiu 3 horas, estava muito cansada, por isso decidiu não ir a faculdade, afinal era sexta-feira e não faria tanta diferença faltar, voltou a dormir.
    No relógio já eram quase 10hrs e o detetive Adams saia da delegacia para ir a algum lugar, antes de ir pediu a Jackson que fosse buscar uma pessoa, ele estava planejando retornar a delegacia para pegar alguns documentos antes de ir até Nova Iorque na reunião estratégica do caso do serial killer, previa retornar até às 17hrs e sanar suas dúvidas. Ao mesmo tempo Amber acordava novamente, fazia o café e pensava em como se comunicar com Henrique para avisá-lo que não iria a aula por causa da insônia, não queria dar a entender que tinha sido assassinada, pensou em ligar do escritório, mas nem o número de sua casa ou de seu trabalho ela tinha, o jeito era ir ao telefone público quando saísse do trabalho e torcer para que ele aparecesse. Pouco tempo depois, umas 10:30, na faculdade o diretor finalizava a orientação aos alunos sobre a situação das aulas já que elas seriam novamente interrompidas, o suicídio de Catherine já perambulava pelos ouvidos de todos, e naquela manhã o relatório completo do assassinato de Charlie Scott, o professor, também rondava todo o estado, no lado de fora do campus havia uma multidão, a imprensa também presente se posicionava para conseguir entrevistar algum aluno e possivelmente o diretor, entre a multidão o assassino contemplava a repercussão de seus feitos.
    11hrs em ponto e Amber batia a sua porta, descendo rápido a jovem pisa no degrau de mau jeito e cai, por sorte já estava no fim do lance da escada, o barulho de sua queda fez com que sua vizinha saísse de casa para averiguar, ela desce até o terceiro andar e encontra Amber no chão, e logo vai ajudá-la.
    – Menina do céu, você está bem?
    – Oi vizinha, estou sim. – Amber dá uma risada forçada.
    – Não está não, como alguém cai assim, você desceu correndo?
    – Sim, mas eu devo ter caído por causa do meu dedão inflamado, acabei pisando de mau jeito.
    – Se está inflamado pra quê correr? Ainda bem que não bateu a cabeça! Sente dor em algum lugar?
    – No pulso esquerdo, apoiei com ele na hora da queda.
    – Consegue mexê-lo?
    – Sim, só dói um pouco.
    – É canhota?
    – Não!
    – Então vai ficar tudo bem. – Falou dando risada.
    – Sim, talvez incomode na hora de digitar no computador, mas eu coloco um gelo.
    – Se quiser eu posso te arrumar um pouco!
    – Não, estou atrasada!
    – Como sempre né!
    – Pois é, só vivo correndo. – As duas dão risada.
    – Até mais vizinha.

    Amber sai do prédio atordoada e com bastante dor no pulso, sequer olha para os lados, assim que ela entra no metrô o policial Jackson estaciona a viatura em frente ao seu apartamento. Ele sobe e a chama em sua porta, ninguém responde. A vizinha aparece e avisa que ela tinha acabado de sair.
    – Oi senhor policial, algum problema?
    – Bom dia senhora! Não há problema algum, só vim convocar a moça que mora aqui para prestar um depoimento.
    – A menina que mora aí acabou de sair.
    – Sabe para onde ela foi?
    – Não sei ao certo, mas como não foi para a faculdade de manhã suponho que esteja indo para o trabalho.
    – Obrigado, vou até lá.

    Amber logo chega ao escritório, quando entra vai logo na geladeira procurar algum gelo para colocar no inchaço do pulso, seu chefe chega ao escritório e vai até ela, a surpreende por trás.
    – Bom dia.
    – Ahh, oi chefe, bom dia!
    – Sinto muito pelo que aconteceu Amber, você está bem?
    – Sim, ela era da minha sala, porém não éramos tão próximas, mesmo assim é muito triste.
    – Fala da moça que se suicidou?
    – Sim chefe, de quem o senhor está falando?
    – Do seu professor!!
    – Meu professor, como assim?
    – Não está sabendo? Desde essa madrugada todos os canais de TV só passam isso, o seu professor foi mais uma vítima do Buddha Puzzle!
    – Como assim, não estou entendendo, meu Deus, o meu professor?
    – Pelo visto não viu os noticiários! É uma perda e tanto Amber, conhecia o Charlie, ele foi um bom amigo dos tempos da escola.
    – Mas o quê, o senhor conhecia ele?
    – Fizemos o ensino médio juntos na mesma sala, quando nos formamos ele escolheu ser professor e eu advogado.
    – Ainda está confuso, não entendo.
    – Imagino que esteja confusa, se precisar eu te dou o dia de folga!
    – Espera, eu não sei!
    – Não sei o quão próxima você era dele mas é visível que ficou muito abalada.
    – Não me sinto bem, preciso vomitar.
    – Aqui, no lixeiro. Sente-se.
    –............. –Amber vomitava.
    – Quer água?
    – Sim, por favor.
    – Aqui, pegue!
    – Obrigado! A propósito, onde está Lucy?
    – Bom, ela não veio hoje.
    – Ela está bem? Aconteceu alguma coisa com ela?
    – Provavelmente está tudo bem sim, não precisa se preocupar.
    – Precisamos saber o paradeiro dela, ela não pode ficar sozinha por aí!!
    – Calma, calma Amber, ela ligou avisando que não acordou muito disposta hoje, por isso faltou.
    – Certeza senhor?
    – Absoluta! Agora eu acho que você deveria ir para casa também, quer que eu te leve?
    Neste momento antes da jovem responder um dos funcionários interrompe e avisa que a polícia estava no escritório, o chefe rapidamente se dirige ao encontro do tal policial, era Jackson, o chefe logo volta até Amber e avisa que o policial estava ali para levá-la a delegacia, as coisas ficaram mais estranhas, a jovem nem tinha absorvido o choque da última notícia e já foi intimada pela polícia. Jackson simpático cumprimentou Amber e pediu que ela entrasse na viatura, antes de Jackson entrar também, o chefe de Amber o chama de canto.
    – Parece que ela está metida em problemas não é policial Jackson!?
    – Não sei dizer senhor Willians, apenas fui ordenado a buscá-la.
    – Essa já é a segunda vez que vem aqui por causa dela, a primeira foi logo depois do assassinato da estudante esquartejada e agora logo depois do professor, sinto que ela está envolvida nisso.
    – Ela não está sendo tratada como suspeita, a questão é que ela assim como outros, conhecia e tinha aulas com o professor!
    – Então o suspeito é um estudante?
    – Desculpe senhor Willians, não posso ficar contando detalhes de investigação a civis.
    – Entendo, só perguntei por minha própria segurança, afinal ela trabalha aqui, não quero imaginar que seja ela, a menina trabalha muito bem e vem ajudando ao longo desses dois anos.
    – Me surgiu uma curiosidade aqui senhor Willians!
    – O que seria policial?
    – O que uma estudante de arquitetura faz em um escritório de advocacia?
    – Haha! De fato curioso, mas não tanto assim. Ela foi uma indicação, precisava de um emprego e eu arranjei, só isso.
    – E quem a indicou?
    –  Um colega, ela tentou outros empregos, e um desses empregos foi justamente na loja de designs de interiores do meu colega, mas como ele não estava contratando na ocasião acabou indicando-a para mim e eu aceitei, fizemos uns testes e ela mostrou que sabia mexer com a papelada, foi contratada.
    – Isso explica.
    – Se duvida de mim por favor confirme a história com ela!
    – Não duvido.
    – Pois bem!!
    – Devo ir, obrigado por cedê-la a nós.
    – De nada, boa investigação.
    Jackson entra na viatura e dirige rumo a delegacia. No caminho eles não conversam, mas Jackson percebe a palidez de Amber. A jovem permaneceu focada, decidiu pelo menos contar sobre aquela pessoa que a vigiava pela janela, o problema seria concentrar a polícia em sua vigilância e o assassino ir para outro lugar atrás de outra vítima.
    Eles chegam à delegacia.
    – Chegamos Amber!
    – ..........
    – Venha, vou te mandar para uma sala maior e mais confortável, vai esperar a chegada do detetive lá.
    – Policial, aonde estão os outros que iram depor?
    – Quanto isso, desta vez é só você.
    – Entendo!
    – Entende??
    – Sim.
    – Parece mais que você veio aqui para se entregar do que para depor.
    – E se fosse policial? E se eu fosse o assassino? E se mesmo não sendo ele eu soubesse quem fosse?
    – .........
    – Ou talvez eu soubesse quem está contando tudo para as mídias? Alguém está espalhando informações correto?
    – Você me parece alterada, sinto que carrega um fardo, mas não que esteja envolvida com tudo isso.
    – Eu também acho, entretanto eu estou aqui sozinha para ser interrogada, não estou?
    – Escute menina, vejo que é uma boa pessoa, uma pessoa pura, diria que você é mais vítima do que suspeita. Todos estamos tensos com os últimos casos, por isso se acalme e espere pelo detetive, fique nesta sala, se precisar de alguma coisa é só bater na porta e pedir ao policial que deixarei aqui.
    – Tudo bem então!!!

    16hrs, escritório de advocacia. Lucy chega para trabalhar, logo percebe que Amber não está presente, o chefe se aproxima.
    – Ora, pensei que estivesse indisposta, por isso te dei o dia de folga.
    – Muito gentil da sua parte, mas eu quis vir. Aproposito, onde está Amber?
    – Ficou bem amiga dela hem, nem parece aquela bagunça de cão e gato que era até uns dias atrás.
    – Sim, mulheres são assim mesmo.
    – Entendo!
    – Outra coisa meu querido chefe, quando quiser se encontrar comigo intimamente não me ligue tão tarde da madrugada, meus pais podem não ser tão corujas, mas eles queriam me impedir de sair, por causa do assassino a solta.
    – Fui te buscar na porta, não fui? Não se preocupe, comigo nada disso vai acontecer, eu te protejo!
    – Convencido!! E sua mulher, não desconfiou que precisou sair aquelas horas?
    – Disse que precisava buscar uma pessoa importante no aeroporto, um investidor etc., ela não disse nada.
    – Ela já sabe que você a trai, e não é de agora.
    – Fazer o quê. – Ele dá risada.
    – E então cadê a Amber???
    – Foi levada por um policial.
    – Levada? Foi presa!!??
    – Não, apenas intimada a depor, foi levada a um interrogatório, como na última vez.
    – Parece que as coisas estão esquentando para o lado dela, pobre Amber, espero que ela fique bem.
    – Espero que ela não seja o assassino!
    – Não seja besta, é claro que ela não é!!
    – Já que chegou, vou dar uma saída rápida.
    – Sempre sumindo!! Espero que não tenha outras amantes além de mim, se eu descobrir algo eu pulo fora hem!!
   – Você é a única Lucy.
    – Aposto que já falou isso muitas vezes a sua esposa.
    – Algumas!
    – Sei.... Vou trabalhar!!
    – Força aí!

    16:15, Amber sozinha na sala ainda aguardava pelo detetive Adams ou o policial Jackson.
    16:20, se inicia um incêndio na casa do falecido professor Charlie Scott. 16:30, se inicia um incêndio na casa da falecida Catherine Sue.
    17hrs, o assassino entra na casa de Amber...

Na Ilha do Purgatório (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora