Só nós duas (+18)

Cap 6 (FINAL) - Sozinhas

Acordei com uma ressaca das brabas hoje. Nunca mais eu bebo, nunca mais! Isso não é pra mim, na moral, que terrível. Parece que minha cabeça vai explodir e eu vou cair dura no chão. Não sei como Mariana consegue acordar plena, aquela safada já deve estar acostumada com isso.

- Mariana, pelo amor de Deus, você tem remédio pra dor de cabeça aí? -- disse eu, enquanto pressionava minha cabeça na esperança dela parar de doer milagrosamente.

- Ô, meu pai, tá de ressaca, bebê? Eu não tenho remédio, mas temos suco de laranja na geladeira. Dizem que também ajuda.

- Eu queria remédio.

- Vê com sua namorada pra ver se ela tem.

- FALA BAIXO, DROGA. Imagina se ela escuta isso?!

- Relaxe, garota, ela ainda tá no quarto, deve estar dormindo, ou esperando por você. 

- Nem brinque, ai ai.

Resolvi tomar aquele suco de laranja fuleiro e me jogar no sofá durante o resto da manhã, esperando que minha dor de cabeça diminuísse pelo menos um pouco. Até que funcionou, no horário do almoço já estava melhor.

Durante a refeição, estávamos nós três sentadas à mesa. Até Mariana interromper o som dos talheres batendo nos pratos com o enunciado:

- Gente, então, eu vou viajar hoje de tarde pra ver minha tia, ela está se casando. Aí voltarei amanhã.

- Tudo bem, Mari. Podemos ficar sozinhas, sem problemas. -- respondeu Helô, enquanto cortava um pedaço de beterraba em seu prato. 

Eu engasguei com a comida, fiquei vermelha de tanto tossir. Foi o susto, inevitável ser o contrário. Como não?! Nós duas, sozinhas, durante um dia inteiro! Como meu o coração não pararia? Mariana retornou a pergunta.

- Tudo bem para você, Lara?

- Ah, claro, sim. Normal, claro.

- Hmm, certo. Depois do almoço vou terminar de arrumar a minha mala.

- Certo. -- respondi, mas com certeza não estava nada bem.

Após Mariana já ter se preparado para a viagem, já de pé em frente a porta, foi se despedir de nós.

- Então, meninas, não morram enquanto estou fora. Logo voltarei.

- Manda um beijo pra sua tia por mim. -- respondi.

- Não se preocupe, Mari, cuidarei de Lara enquanto você não está aqui. 

PUTA QUE PARIU QUATRO VEZES. AHHH! Não dá pra mim isso. Mariana saiu logo após. Heloísa fechou a porta, se virou pra mim e disse:

- É, parece que somos só nós duas.

- É...tem, tem, razão. Sim. -- gaguejei e fiquei corada.

- Certo, então, eu ia começar a colocar as luzes de led no meu quarto. Gostaria de me ajudar? 

- Ah, sim, pode ser. -- tentei responder da forma mais normal possível, mas estava difícil.

Pelo amor de todos os santos, que pelo menos nisso eu não estrague tudo! Eu não poderia dar uma de lerda logo agora, né?! Helô me levou até o seu quarto, tirou as luzes de dentro de uma caixa de papelão, arrastou um banquinho e me mostrou onde queria pendurá-las na parede.

- Então, Lara, eu vou tomar um banho rapidinho. Eu já volto. Pode ir martelando os pregos na parede? É neles que irei enrolar as luzes. 

- Ah, sim, Helô, pode deixar.