Drunk In The Morning. - ¡YeWook!

I'm Not Over You.

Papel, caneta e o barulho irritante do relógio na parede. Tic, tac, tic...
RyeoWook estranhamente já não fazia a mínima ideia do que escrever. Todas as noites, quando se encontrava um pouco mais sóbrio, escrevia em diversas folhas textos e textos desabafando tudo o que sentia. Embora seu coração doesse e sua mente estivesse cada vez mais bagunçada, continuava sem saber o que pôr naquele grande espaço em branco.
  A caneta continuando parada enquanto RyeoWook soltava um longo suspiro. O celular nunca pareceu tão atraente logo fazendo sua mão ir de encontro com este. Mesmo sabendo que não iria atender, nada iria acontecer e YeSung não iria responder, discou seu antigo número e desligou a tela.

— Eu não sei por onde começar. Soltarei palavras inúteis ao vento que nunca serão ouvidas por você. Meu coração se aperta novamente e nessa folha jogo tudo, por mais que seja difícil para mim fazer isso, colocar meus sentimentos na escrita, sinto certa necessidade de desabafar em algum lugar. Depois que você foi, eu nunca me senti tão sozinho. Eu, o vazio, nossas fotos e as memórias. — Suspirou fundo, levantando-se e deitando no chão com uma de suas mãos sobre o peito enquanto continuava a deixar as palavras escaparem de sua boca. — Eu me culpo e me odeio. Lendo nossas conversas, ouvindo seus áudios, pude perceber o quão tolo fui por todo esse tempo. Amei você fortemente, amei você cegamente, amei você e acreditei que continuaria comigo independente das minhas idiotices. Amei tanto você que não pude ver isso. Sua voz, seu canto, seu rosto… Ah, amor, eu sinto tanto a tua falta.

Sem saber, sem ver, sem ouvir, RyeoWook não percebia que JongWoon escutava tudo aquilo em silêncio, tampando sua boca e chorando fortemente enquanto seu corpo começava a tremer. Havia posto seu chip naquele celular novamente, apenas para poder o cancelar de uma vez, e foi aí que a chamada começou. Sem pensar, atendeu e pôs ao ouvido em silêncio. A ligação do outro no mudo, o celular do mais novo, longe de si. Ambos distantes, corações quebrados e separados, mas ainda sim, tão perto um do outro.

— Não importa o que eu escreva, eu sempre volto do início. Minha mente não te deixa ir, ainda tem muito de você em mim. Todas as noites eu escrevo cartas para o ninguém, cartas que nunca vou enviar. Minha cabeça enlouquece e meu coração acelera, eu estou ficando louco. Palavras dolorosas que eu repito para mim mesmo. Eu sei que acabou, mas…

RyeoWook sentiu seu corpo cansar cada vez mais, apagando lentamente permitindo se entregar ao cansaço. Suas últimas falas soaram como um sussurro, que mesmo assim, pode ser muito bem ouvido pelo o outro.

— Eu não te superei. Para você que nunca ouviu minha história de arrependimento, eu estou te esperando. Acho que não consigo enviar isso para você, mas eu ainda estou esperando por você.