Amor Bandido

Capítulo 5

Bia

Acordo com barulho do despertador e vejo que são sete horas da manhã, eu já deveria estar na escola, mas como sou a irmã do dono do morro, eu tenho "privilégios", me desculpem eu me aproveitar da situação, mas dormir uma hora a mais não faz mal a ninguém.

Troquei de roupa e fui no quarto da meu irmão, ele e a Nay já haviam ido embora. Desci pra tomar café e o TH já estava lá, tinha até me esquecido que essa semana a gente ia passar junto. Tudo bem, isso é mentira porque eu estava super ansiosa, mas ninguém precisa saber ne?

— Bom dia lindo — digo dando um beijo na bochecha dele

— Bom dia pikena, em todos os sentidos — disse rindo e piscando pra mim

— Ei! Assim eu fico ofendida — digo fazendo uma careta

— Você acha que seu apelido surgiu de onde? Não é atoa né baixinha — ele diz mordendo o sanduíche logo após

— Não tenho culpa se vocês são gigantes — digo dando de ombros

— Ta bom viu. E já ta na sua hora e eu tenho que descer lá pra boca. Quer que eu te leve? — ele pergunta depois de tomar o último gole do suco

— Não. Vou na minha Hayabusa — digo me levantando e pegando meu capacete

— Mas seu irmão não gosta que você vá de moto — ele fala estreitando os olhos

— Mas meu irmão não tá aqui, e como você mesmo disse ta na hora de eu ir pra escola — deu um beijo no canto da boca dele e vou em direção a minha filha, vulgo minha moto

Dou partida e pego o caminho escola.

Thiago

A Pikena só podia tá querendo me deixar doido, primeiro por que ela tá indo pra escola de short e de moto? Confesso que já to irritado, e agora me dá esse beijo no canto da boca que faz meu amigo despertar. Se já ta assim com um meio beijo, imagina com mais coisas.

Prefiro nem pensar.

Desço pra boca e vejo que o Coringa e o Dimenor estão lá.

— E ai TH — o Coringa fala me dando um toque

— Fala chefe — Dimenor faz o mesmo

— Fala gente. Viram a Pikena passar por aqui?

— Vimo sim, achei que o patrão não gostava dela ir de moto — Coringa fala depois de pegar mais um malote de dinheiro e separar pra levar pra salinha

— Realmente ele não gosta, mas a garota não me escuta — digo passando a mão na cabeça

— Ninguém segura a baixinha — ela fala balançando a cabeça e sorrindo

Eu e o Dimenor só concordamos e começamos a vender,

Bia

Chego na escola e todos já estão na aula, entro na minha sala e lá trás estão dois lugares vazios, o meu e o da Nay, ninguém nem sonha em sentar lá.

Vejo a Nicole e ela assente pra mim. Ela é minha amiga e da Nay, só que diferente da gente ela mora no asfalto, mas é super gente boa e tem até uma moral lá no morro. Ela não confessa mas acho que é apaixonada pelo Dimenor, só acho.

Ah! E quer saber mais uma coisa? Todo mundo diz que ela parece muito comigo, e no final eu também acho, ela é a irmã que eu nunca tive. Os pais dela são advogados famosos que moram nos EUA, mas nem ligam pra ela, acham que mandar dinheiro e tudo que ela quer já é o suficiente

— Fala piranha — Nick fala quando eu sento

— Fala vaquinha — digo sorrindo

— To com uns incressos pra uma boate nova que abriu no centro, área VIP e tudo mais, ta afim de ir? — fala baixo pra Cleonice que é professora de Biologia não encher o saco

— Vou pensar e mais tarde te ligo e falo, ok? — falo e ela concorda com um aceno de cabeça

O resto da aula corre normal e quando chego em casa só tá a Rosa que é nossa empregada desde sempre, fazendo o almoço.

— Fala Rosinha — digo dando um beijo na sua bochecha

— Oi minha menina, como foi a escola? — fala enquanto mexe nas panelas

— O de sempre, que tá fazendo de gostoso? — digo quando meu estômago faz barulho com o cheiro delicioso vindo do forno

— Macarrão de panela que eu sei que você gosta — ela diz sorrindo e eu quase tenho um orgasmo culinário

— Por isso que eu te amo. Vou ali tomar um banho e já desço — falo e vou pro segundo andar onde fica meu quarto

Tomo um banho de 20 minutos, visto uma lingerie vermelha com renda, um camisetão laranja que serve de vestido pra mim, calço meu vans novamente e coloco minhas argolas.

Chego na cozinha e TH, Coringa e Dimenor estão sentados já na mesa conversando.

— Oi meus amores — falo depois de entrar no cômodo

— Oi minha linda — Coringa fala indo me dar um abraço

— Oi maninho — digo o abraçando

— Fala patroa — Dimenor também me abraça

— Só se for nos seus sonhos — falo me sentando na bancada junto com eles

Esses meninos são um dos meus melhores amigos aqui no morro, amo eles demais.

— Me viu aqui não TH? — falo pro mesmo, que por sinal tá me encarando desde quando eu cheguei

— Vi sim minha linda. Hoje é tu que vai vender a tarde? — pergunta levantando a sobrancelha

— É sim. Eu e o Coringa — falo sorrindo pro meu amigo

— Vai com essa roupa? — ele pergunta, e posso jurar que senti um ciúmes na voz dele

— Claro ne Sr.Thiago — sorrio e o chamo pelo nome, já que os garotos que estão aqui são da família

— Não é melhor vestir uma calça não? — ela fala e me seguro pra não rir

— Só se for pra eu derreter no calor ne benzinho — acabo rindo

— Tabom, então bora comer — diz contrariado e olha pra travessa que a Rosa coloca na nossa frente

Almoçamos conversando sobre coisas sem importância e assuntos do morro, todo mundo diz que eu nasci pra ser patroa. Nem falo nada.

— Meu povo, o papo ta bom mas a gente tem que ir pra boca Coringa — falo me levantando

— Bora — ele diz e faz um toque de mão com os meninos

Vou até o Dimenor e dou um beijo na sua bochecha, e depois faço o mesmo com o TH.

— Tchau meus bebês — mando um beijo no ar

— Se cuida baixinha — o Thiago fala piscando

— Pode deixar — digo encaixando a arma e o rádio no compartimento amarrado na minha coxa e colocando meu iPhone X novinho no sutiã. Entramos eu e o Coringa na BMW e fomos em direção a boca.
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Não esqueçam da estrelinha e dos comentários bebês.