#3

81 14 52
                                    

Casuar acordou em uma cela fria e suja, se sentia tonto e não sabia onde estava, apenas sabia que provavelmente não havia mais ninguém ali.

Ele estava sozinho,em um local desconhecido, preso aparentemente sem motivo algum.E mesmo que houvesse um "motivo", provavelmente seria um falso.

Ele se perguntava se tinha mesmo caído depois de usar sua injeção, ou se só foi sua imaginação enquanto desmaiava, mas sabia de uma coisa: Não havia um arranhão sequer no seu corpo.

Depois de um tempo acordado ele tentou se levantar, mas foi em vão, correntes  o prendiam e permitiam apenas que ele se movesse um pouco, o que  não era o suficiente sequer para espreguiçar o corpo.

Ele por um momento achou que Jonathan teria o pego, mas aquilo parecia demais para um adolescente fazer.

Na cela  havia 1 prato  com comida,a qual tentou ir comer, mas as correntes não o permitiam chegar até lá, e mesmo que chegasse, não poderia usar as mãos para pegar.

Aquilo era apenas  uma tortura, se ficasse muito tempo, ao longo dos dias ele sentiria fome mas não poderia comer mesmo com a comida logo ao seu alcance.

O garoto deu um soco no chão,se sentia impotente por não ter parado Jonathan, mesmo que não fosse ele que  tivesse o prendido, ele tinha certeza que era culpa dele.

Mas o que mais incomodava ele era não saber porque Jonathan o poupará, não havia motivo para ele fazer isso, ele até pensou que tivesse feito isso para incriminalo no lugar dele, mas logo descartou essa idéia.

Depois de algum tempo pensando, ouviu passos, ele tentou levantar os punhos para preparar uma defesa, mas não conseguia levantar os braços para cima.

Estava indefeso

Um homem alto com roupa de militar e uma máscara estranha que cobria seu rosto e cabelo,chegou na frente da cela com uma chave na mão, ao seu lado havia outro homem da mesma altura e com cor acinzentada e olhos verdes. Tinha uma cicatriz no lado direito da sua boca que parecia ter sido de um corte muito fundo.

-E aí Casuar, tá gostando de ser um "passarinho" na gaiola?- Perguntou o militar enquanto abria a sela e parecia segurar o riso.

-Ei,se segura aí cara- Falou o acinzentado

-Bom,vamos ao assunto principal, você é de uma cidade que foi atacada por terroristas e teve grande parte da sua população morta- Ele olhava para uma foto,Casuar não podia ver, mas na foto haviam três garotos- Mas 2 adolescentes acabaram fazendo coisas incríveis- Ele abriu  um grande sorriso- que só fo....

-Cara já mandei se segurar- Falou o acinzentado

-Fugir sem nenhum arranhão aonde 97% da população morreu ja foi um grande feito,mas melhor ainda foi como você chegou - falou o militar

Ele olhou para Casuar e deu uma pausa.

-Outro garoto da sua sala surpreendeu também, o nome dele era Tim encontrado no outro lado do mundo, em um estado que ele nunca conseguiria fugir nem mesmo da sua cidade.

O acinzentado entrou na cela, e encostou perto de Casuar  e começou a falar:

- Meu nome é Zuriik, eu acompanho o que está acontecendo a muito tempo, e posso afirmar com certeza,não foi um ataque terrorista. O que você viu é muito mais problemático que isso, é algo que pode mudar o destino de vocês humanos,e sim,eu não sou humano, mas isso não importa, agora me conte tudo o que aconteceu.

-Tinha um inje....

-Não, ai meu pai , só me conta sobre o Jonathan,ok? Como ele te atacou?

Casuar pensou um pouco, e logo percebeu: se falasse que não foi atacado ele iria ser suspeito, ele não podia falar, e nem deixar a entender que estava mentindo.

-Ele me atacou com facas, elas mudavam de curso depois de atiradas, depois de tentar fugir, eu acabei escorregando e desmaiando...

-Desmaiando?- Ele olhou para o teto por um tempo e depois retornou a olhar para ele-Não o surpreende, que ainda esteja vivo? Nós não te trouxemos aqui, você chegou até nós. Porque você tem algo, que eu também tenho

-Nós podemos te tirar dai, mas tem um porém, você vai ter que se juntar ao exército e lutar- Ele tocou na sua cicatriz por um instante- Pessoas como a gente, devem servir a essa causa.

-Como está minha família?

-Sua mãe morreu... E como você sabe seu pai não estava na cidade no momento.

Casuar levantou a cabeça e estufou o peito, queria parecer confiante na sua decisão, mas a verdade é que não tinha certeza de nada. Queria sair daquela cela e saber a situação em que se encontrava, queria saber a verdade sobre o que estava acontecendo.

Mas não podia apenas aceitar a se juntar a pessoas que sabiam o que estava acontecendo, mas não fizeram nada.Mas ao mesmo tempo tinha receio de lutar contra quem o poupou.

-Perguntar se eu quero me juntar a vocês, é como perguntar a um animal se ele quer se juntar aos abatedores....- Enquanto falava ele olhava fixamente para o chão.

Zuriik se levantou, e foi para fora da cela, ficou lá um tempo, como se esperasse que ele mudasse de idéia, mas logo desistiu.

-Amanhã, tentamos novamente.

O militar fechou a sala, e deixou Casuar sozinho novamente, ele se perguntava quanto tempo ele ficaria sem comer, isso fazia ele associar os dois a torturados.

Os dois já tinham saído mas Casuar ainda podia ouvir um pouco da conversa.

-Você sabe que eu não quero deixar ele preso muito tempo, dá um jeito de convencer ele logo cara!- Ele assumiu que fosse o militar, apesar que provavelmente estava sem a máscara por sua voz não estar tão abafada.

-Eu sei, ele pode ser bastante útil se puder fazer aquilo mesmo, mas não posso forçar se não ele pode tentar nos trair, e ainda não sabemos se aquilo é o definitivo ou provisório....

-Você ainda tem dúvidas que é isso que ele pode fazer? Você não viu como ele chegou? Qual seria outra explicação, além de ele......

Casuar não conseguiu ouvir o resto da conversa, depois de um tempo naquela sala fria ele desistiu de tentar ouvir e começou a dormir.

1 dia depois

Zuriik voltou a sala e acordou Casuar.

-Já se decidiu garoto?- Ele falou enquanto colocava a mão na cintura- Eu também tenho algo como o que você tem garoto, nem todos precisamos de uma seringa pra ganhar, você nem sabe o que você tem, você não está curioso para saber?

-Se esse algo que você tem te faz ficar em tamanha posição, significa que eu poderia facilmente fugir daqui não é?-O garoto mirava um olhar desafiado para Zuriik.

Zuriik pega o garoto pela gola da camisa, e da um soco nele.

O soco queima sua bochecha, um calor forte, que logo fez  rosto gelar, por um tempo ele não conseguiu falar, pois sua boca não abria.

-Você conseguiu ver como te ataquei?- Zuriik cruzou os braços- Se você não conseguiu ver isso, você nunca conseguiria fugir de mim - ele fez uma pausa- isso que eu fiz é  parecido com o que você, Jonathan e Tim tem.

Zurrik pegou uma espada que estava nas suas costas

-Mas cada um é único apesar das semelhanças-ele enconstou sua espada no chão- Aliás, sabia que Tim já se juntou a gente? Ele afirmou que queria vingar sua família de tudo que ela deve ter passado, e você? Vai deixar por isso mesmo?

-Mas se vocês tivessem...

-Se a gente tivesse interferido provavelmente a humanidade toda estaria em perigo- Zuriik gritou

-Eu aceito se juntar ao exército, mas o que eu....

Sem ninguém tocar, as correntes quebraram é o soltaram. Casuar calou - se, percebeu que não podia enfrentar ele em ocasião alguma.

-Amanhã você começa garoto.

Acho que dei muitas dicas sobre o Casuar nesse capítulo né?
Bye bye

O olho que viu a morteOnde histórias criam vida. Descubra agora