Capítulo 2

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As aulas passaram a correr e no final do dia eu apenas tinha treino da claque.

Freya – Avisaste a tua avó que irás infringir as regras?

Charlotte – Não! Eu disse à minha avó para deixar de se armar em minha mãe e para aprender o meu horário.

Nós continuamos a nos aquecer para o treino.

Freya – Tu sabes que ela só quer o teu bem, certo?

Charlotte – Eu sei Freya, mas chega a um ponto em que eu me canso dela sempre agarrada ao meu pé a querer mandar em mim.

Treinadora – Meninas mais aquecimento e menos conversa.

Freya – Os teus sonhos.

Charlotte – O que eles têm?

Freya – São só contigo ou envolvem outras pessoas?

Charlotte – Envolvem a minha mãe, em quase todos eles, ela é a figura principal. Mas porquê?

Freya – Apenas curiosidade. Já pensaste consultar uma psicóloga?

Rimo-nos.

Charlotte – A minha mãe tem uma amiga em Nova Iorque, chamasse Diana Fonseca, está considerada uma das melhores psicólogas do país, mas eu não sei se quero consultar alguém para já.

Freya – Nova Iorque fica longe, mas talvez alguém mais perto te possa ajudar.

Charlotte – Ela tem um consultório aqui em Portland, mas ela estava grávida da última vez que a vi, não sei se já teve a criança ou não, e enquanto eu conseguir contra os meus pesadelos, ela pode ficar sem ouvir os meus problemas.

Freya – Sabes que é o trabalho dela certo?

Ignorei.

Levantei-me e fui-me juntar à roda que a Treinadora Baker estava a fazer.

O treino passou a correr e no final, como combinado, em vez de pegarmos o caminho habitual para casa viramos na rua Tom Robert em direção ao lado Norte da cidade.

A Mansão estava vazia, como esperado, entramos as 6 com a Freya e a Hailey a liderar. Era uma Mansão grande e fria, mas não vazia, de móveis, a casa estava tal igual como os Lodge deixaram antes de se suicidarem, há 300 anos.

Sophia – A Mra. Lynn não acabou de contar a história, eu realmente queria saber como todos eles morreram.

Freya – Suicídio?!

A Freya respondeu em tom de ironia.

Sophia – Sim! Mas porquê? O que levaria todos eles a se suicidarem? E a levar as filhas com eles?

Ava – Eram outros tempos, havia milhões de motivos que os podiam levar a se suicidar e levar as filhas atrás.

A Mansão tinha um Hall pequeno, mas com espaço suficiente para colocar os casacos num armário dentro da parede e para arrumar os sapatos todos alinhados dentro de uma pequena caixa.

Caminhamos por um curto corredor que dava a uma escadaria em U que levava ao segundo andar, mas esse curto corredor também dava para a sala de estar, toda ela devidamente decorada e organizada. Debaixo das escadas ficava uma secretária com várias gavetas, e na parede tinha um correio para cada membro daquela família devidamente identificado.

Sophia – Nesta altura davam mais valor à privacidade do que agora.

Riley – A tua mãe continua a ler as tuas mensagens?

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