O presente e o futuro

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Não parava de andar de um lado para o outro, ansiosa com a chegada deles.

— Já disse que você precisa se acalmar — repetia Jefferson pela quinta vez.

— Eu sei mas... eu não consigo me conter, e se eles não vierem?

— Quase todos confirmaram presença, por que não viriam?

— Sei lá, pode ter acontecido algum imprevisto. — disse alternando entre olhar a porta e a janela todo instante.

— Nem parece você falando. — notei um tom de decepção em sua voz, mas não liguei muito. Jeff sempre me via como uma figura forte e madura, eu era uma personalidade muito influente para a vida dele, então sabia que ele se decepcionaria a qualquer instante comigo, afinal nem sempre posso atingir suas expectativas.

— Tem razão, parece que voltei ao passado. Falando nisso, tenho ficado muito nostálgica ultimamente.

— Vejo que seus amigos tem grande poderes sobre você.

— E eu vejo que você está muito decepcionado com isso. — vou até ele e cutuco a ponta de seu nariz.

— Não é isso, só não entendo porque está tão animada com isso.

— Jeff, assim que você entrar para essa faculdade e fizer amigos maravilhosos como os meus, você vai entender o meu sentimento, é claro que vai demorar bastante para você sentir isso mas mesmo assim vai.

— Eu ainda não aceitei a proposta, nem sei se quero realmente isso.

— Tenho fé que você vai mudar de ideia.

— Eu não quero te deixar sozinha aqui.

— Você não vai. Tem pessoas maravilhosas que moram aqui também se esqueceu?

— E se eu não fizer amigos tão incríveis como você diz?

— Então você vai sentir isso quando voltar para me ver, isso eu te garanto — voltei minha atenção a janela e vi um carro entrando pelos portões. — São eles! Preciso fingir que não vi eles chegarem, Jeff vai atender e diz que estou no celeiro.

Sai da casa pela porta dos fundos e corri em direção ao celeiro, nem eu sabia explicar porquê estava fazendo isso, talvez queria parecer mais madura diante deles, ou não estava tão preparada para revê-los. Fiquei dando carinho nos cavalos, até ouvir passos se aproximando.

— Tiaaa — de repente uma criança pula em meus braços. Demorei para reconhecer.

— Como você está grande! — comentei.

Era o filho de Enne e Felipe. Os dois começaram namorar logo após o casamento dela com o Gabriel ir de mal a pior. Enne teve uma gravidez indesejada alguns anos depois e mesmo após ter o bebê decidiu que não queria se casar com Felipe, muito menos morar com ele, já que hoje em dia morar juntos é o mesmo que casar. Não julgo a decisão da mesma, até acredito que ela vá mudar de idéia no futuro, pois ele vive em sua casa e a faz muito feliz.

Olhei de novo para ele, devia está com oito anos agora, lembro que a última vez que o vi, foi a três anos atrás.

— Cadê seus pais? — perguntei sorridente.

— Ali — ele aponta para Enne e Felipe que observavam meu pavão com curiosidade.

— Ai meu deus, vocês estão tão gatos — corro até os mesmo e os abraços, pegando eles de surpresas.

— Mulher, você continua um pitel hein? — diz Enne.

— Que nada. Pode não parecer mas eu mudei bastante viu.

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