De volta aos 23 anos atrás

7 1 1
                                    

— Meu deus criatura, até quando vocês pretendem ficar se beijando — reclama Ariel pra mim, que estava se agarrando com Marlon.

— Dá pra parar de ser empata foda? — disse me separando dele e encarando ela — A gente está se despedindo.

— Nem parece que vão ficar só algumas horinhas separados — retruca Ariel — Nunca vi tanto grude.

— Tá sua chata, vamos entrando— dei um último beijo em Marlon e passei meu braço ao redor dos ombros de Ariel, levando a mesma para dentro do ônibus.

Nossa escola decidiu fazer uma viagem de campo para Curitiba e todos estavam muito ansiosos por isso, já que era nossa primeira vez indo para um outro estado. Como ia muita gente, acabamos sendo divididos em dois ônibus e para minha tristeza e felicidade para alguns, Marlon teve que ir no outro, e sim, nós estamos ficando. Antes que se perguntem, Marlon é um ano mais novo que eu e estuda no segundo ano do ensino médio, mas não ligo pra isso, são apenas detalhes.

Assim que entrei no ônibus sentei ao lado de Luna, Ariel sentou-se atrás com Guilherme, David no banco ao lado e Enne sentou sozinha.

— Ei pode saindo dai, quem vai sentar com o "meu namorado" vai ser eu — disse Gabriel para Ariel, assim que entrou no ônibus.

— Ha, ha, não, ta ficando louco? — disse Ariel respondendo. — Até parece que vou me levantar daqui pra você sentar. Ta cheio de lugar vago, é so procurar outro banco.

— Eu não to zoando não caralho, sai anda — disse Gabriel puxando Ariel, que lutou contra.

— Meu deus para com isso — disse tirando as mãos dele de cima dela — mal entrou no ônibus e ja esta arranjando briga, toma no cu.

— Cara deixa ela sentada aqui — disse Guilherme puxando Ariel pra perto dele — Por que você não senta lá com a Enne?

— Ta me tirando né, pensei que a gente ia sentar junto — disse Gabriel irritado indo se sentar ao lado de Enne bufando.

— Mo otário, me trocando por causa de mina. — reclamou ele

— Para de reclamar oh capeta — gritou Guilherme para que o mesmo pudesse ouvir.

— Ah Gabriel para de drama — disse Luna — todo mundo sabe que você queria sentar mesmo, era do lado da Enne.

— Não quero falar com vocês seus falsos — disse Gabriel, que parecia ter se acalmado.

O ônibus deu a partida começando a se afastar da escola. Olhei pela janela e vi que a lua ainda estava no céu — apesar de ser quase 6 horas da manhã — as ruas estavam escuras e o nascer do sol parecia está longe de acontecer. Peguei meus fones de ouvidos, coloquei Lagum para tocar e encostei minha cabeça no ombro de Luna, aos poucos fui pegando no sono, mas podia ouvir Enne e Gabriel brincando de fundo.

Acordei horas mais tarde com Luna me cutucando.

— O que foi? — perguntei sem abrir os olhos.

— A gente chegou.

Levantei meio tonta de sono e olhei ao redor, Gabriel estava dormindo nos ombros de Enne que tinha sua cabeça apoiada nele, enquanto David, Gui e Ariel ja haviam saido do ônibus.

— O gente, vamos acordar — disse Luna — a gente já chegou.

Fuzilei ela com o olhar murmurando "Estraga prazeres". Quando sai do ônibus, notei que haviamos parado em um parque rodeado de árvores, trilhas, flores e com uma enorme estufa de vidro mais a frente.

— Ha! A gente sai do meio do mato pra ir ver mato — disse Gabriel.

Todos riram.

— É um mato diferente — brinquei.

MiraiOnde histórias criam vida. Descubra agora