The last days

81 11 4
                                    

••Carol Evans••

       Acordamos cedo, tomei um banho quente, me arrumei e coloquei uma roupa mais agasalhada me prevenindo do frio do Canadá.

        Me aproximo da cama para acordar Noah mas antes que eu fizesse qualquer coisa, ele me abraça e me puxa para cima dele

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

        Me aproximo da cama para acordar Noah mas antes que eu fizesse qualquer coisa, ele me abraça e me puxa para cima dele.
       - Caramba! Que susto menino - bato no braço dele e recebo um abraço apertado em troca.
       - Bom dia, gostosa - ele susurra e beija meu pescoço.
       - Bom dia, preguiçoso. Você tem que levantar... não podemos perder o voo.
       - Uhum...
       Ficamos um tempo encarando um ao outro. Eu fazia um carinho de leve em seu rosto observando cada detalhe. Eu queria guardar aquela imagem dele para sempre na minha mente. Seu cabelo bagunçado, seu rosto levemente amassado, seus lábios entreabertos tão convidativos a um beijo. Ele era perfeito para mim com todos seus mínimos defeitos.
       - Podemos ficar aqui para sempre? - ele fala com a voz rouca - Quero te prender nos meus braços e não soltar mais - acaricia meu rosto e eu fecho os olhos para sentir melhor seu carinho.
       - Você prometeu não dificultar as coisas, Noah...
       - Eu não estou fazendo nada, só falando a verdade.
       Urrea me dá um selinho e levanta indo até o banheiro. Eu já tinha notado que o garoto ficava irritado por eu fugir tanto quando o assunto parecia uma despedida mas eu não controlava isso. Eu sabia que o fim estava chegando mas não queria ter que dizer adeus. Suspiro e vou terminar de fechar as malas. Sei que eu não tenho razão para ficar brava com ele mas isso me irritava, as vezes parecia que ele queria apressar as coisas ou que queria me despachar mais rápido. Eu ficava irritada por isso. O americano sai do banheiro só com uma toalha amarrada na cintura e os cabelos ainda pingando, olho para ele e aviso:
       - Estou descendo, te espero lá em baixo - pego minhas coisas e saio do quarto.
      Odeio quando isso acontece. Não deveríamos estar nos estranhando nos últimos dias juntos, certo? Ok, talvez fosse melhor assim. Nos afastar antes da hora. Chego no hall, deixo minhas malas para serem levadas e vou pro restaurante tomar café. Me sento na mesa com o pessoal depois de me servir de frutas e iogurte.
      - Que carinha é essa, meu amor? - Any me pergunta.
      - Nada não... só estou pensativa demais hoje - suspiro mexendo nas frutas - Você se importa de trocar de lugar comigo hoje? Quero conversar com o Josh...
       - Não, fica tranquila. Qualquer coisa, pode contar comigo.
       Essa pequena conversa chama atenção do canadense que tenta ler meus olhos para tentar descobrir algo, ele sabia que tinha haver com o Noah. Falando no mesmo, ele demerou um pouco mas depois que desceu podemos partir em direção ao aeroporto. Na van me sentei com Sabi que me contava em como vai poder matar saudades do Pepe quando a turnê acabar, eu sorria feliz por ela. Já no avião, me sentei ao lado de Beauchamp o que fez o Urrea passar pela gente me olhando estranho. Eu estava tão confusa e triste.
       - Ok, pode chorar no ombro do pai aqui - o canadense fala quando decolamos.
       - Eu acho que tenho que me afastar do Noah... para, sei lá, evitar dores maiores daqui uns dias... - desabafo olhando para minhas mãos.
       - Olha, eu não concordo. O planejado é a despedida daqui uns dias e se afastar dele antes e continuar vendo é aumentar o sofrimento. Por que essa ideia surgiu do nada?
       - Não... Ele só parece querer antecipar a despedida sempre, isso me traz a impressão de que ele quer me ver longe mais rápido e... eu não... não estou pronta para tudo isso acabar - seguro as lágrimas nos meus olhos.
        Josh respira fundo, me abraça forte pensando no que dizer. Não acho que tenha palavras certas para serem ditas. O fim era certo e não tinha como evitar.
        - Não chora, por favor. Vou odiar muito ver você chorar e não poder fazer nada - o loiro fala acariciando meu cabelo - Noah é um cara romântico e eu tenho certeza de que está sendo difícil para ele também. Acho que ele diz as coisas antes com medo de esquecer na hora. Não o afaste e tenha paciência, não quero ver nenhum dos dois se machucando.
         Respiro fundo e concordo com ele. Olho para trás e vejo em uns cinco bancos de distância o moreno sentado com seus fones no ouvido e os olhos fechados, ao seu lado estava Any que acenou para mim. Fiz um sinal para garota para trocarmos de lugar. Me sentei com Noah e apoiei minha cabeça em seu ombro fazendo o levar um susto.
         - Pensei que você estava me evitando - ele diz baixo me envolvendo com um braço e fechando os olhos novamente.
         - Eu só precisava pensar um pouco - beijo sua bochecha mostrando que estava tudo bem.
         - Josh sabe que você está com a bandana dele?
         - Ele não pareceu notar - dou de ombros me ajeitando no banco.

(...)

         O Canadá estava mais frio do que o esperado. Enquanto esperávamos a segurança decidir qual caminho era mais seguro para seguirmos no aeroporto, eu me abraçava em uma tentativa falha de me aquecer.
         - Você não trouxe blusa extra? - Noah me pergunta me abraçando por trás.
         - Eu estava tão perdida em meus pensamentos inúteis que esqueci dessas coisas.
          Ele da risada da minha cara e mexe em sua mochila, tira de lá um de seus moletons vindo na minha direção de novo.
          - Deixa eu colocar isso em você - ele me da um selinho antes de passar o moletom por minha cabeça.
          - Mas e você? Não vai ficar com frio? - pergunto colocando os braços nas mangas.
          - Eu já estou bem aquecido e você deveria saber que minha preocupação é você, Evans.
          Junto nossos lábios com o intuito de não iniciar uma discussão sobre isso. Ele sabe que eu odeio ele pensar no meu bem estar antes no do dele. Suas mãos estavam em minha cintura me puxando para perto e com medo de que eu escapasse de seus braços. Daqui a 2 dias seria a despedida oficial e eu não estava pronta para isso.

(...)

        Já no hotel, estávamos reunidos no quarto de Joalin e, segundo o canadense, tínhamos que ficar ali porque ele iria trazer uma surpresa que seus pais haviam preparado. Eu estava em um sofá com Noah e Sofya, conversávamos sobre as aulas de ballet que a russa tinha feito e as dificuldades que ela tinha passado. É foda ver que a vida da grande maioria de artistas é difícil em qualquer lugar no mundo.
        - Ok ok, silêncio! Me escutem! - Josh entra no quarto com uma enorme caixa em mãos - Basicamente minha mãe tinha planejado dar pequenas lembranças para cada um de vocês até que bem... meu pai se envolveu e deu nisso - ele aponta para a caixa quando termina a fala - Eu espero que vocês gostem.
         Ele abre a caixa e nos entrega uma mochila vermelha com nosso nome bordado na frente, escrito grande em branco "Canada" na parte de cima e um bolso preto na frente. Dentro tinha chicletes, chaveiro, alguns snacks, moletom, touca e luvas tudo com as cores do país e, o melhor, uma bela cartinha. Eu tinha amado. Todos demos um abraço coletivo no canadense e o agradecemos muito. O loiro olha para mim e se aproxima falando:
        - Sei que hoje não é a despedida e sei também que você não quer pensar nisso agora mas... - ele mexe em seus bolsos tirando algo de lá - Isso é só uma pequena lembrança para você não esquecer do seu melhor amigo.
         Ele me entrega uma caixinha e quando eu a abro encontrando um berloque da bandeira do seu país de origem e um pequeno avião. Meus olhos se encheram de lágrimas. Merda, eu já sentia tanta falta deles. O abracei apertado e susurrei em seu ouvido:
         - Eu te amo infinitos. Nunca irei te esquecer.

(...)

        Nos trocamos para nos proteger do frio que fazia do lado de fora. Todos estavam usando os novos presentes e pareciamos um monte de crianças indo para alguma excursão. Estávamos aproveitando a tarde antes do show. O último show. Fomos tomar uns chocolates quentes e passear pela cidade. No meio de uma praça começamos uma guerra de bolas de neve o que foi muito engraçado, até mesmo o meu tombo por ter escorregado no gelo. Mas como tudo que é bom acaba, fomos para casa de shows para o ensaio e a passagem de som. E era isso.
        Era o fim do sonho.

Only you ❣Onde histórias criam vida. Descubra agora