Casa da Lexie

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Não é questão de vencer ou perder, é uma questão de como se joga. ...

Giacomo


Depois de muito bem satisfeito, saio do Spa e vou para a casa do Mark. A casa que ele comprou depois que se casou é linda. Só que eu gostava mais do apartamento, essa coisa de casa me lembra de brincar de casinha. Parece que é isso que o Mark vem fazendo.
Quando ele abre a porta parece meio perdido com a Sophia em um braço e a Melanie no outro. Elas são lindas, as duas são muito parecidas com a Lexie.
- Nossa ainda bem que você chegou. Pega uma aqui- ele me diz estendendo a Melanie- elas não param cara e a Lexie resolveu cozinhar. Eu disse que seria uma péssima ideia.
- Achei que você estivesse feliz brincando de casinha. Pelo que eu me lembro você também não gostava que a gente pegasse elas no colo quando nasceram- ele me olha de irritado.
- Primeiro eu não estou brincando de casinha. Essa é minha família e amo muito ela. Segundo eu não gostava que pegassem elas porque eram muito pequenas, agora se você quiser pode levar elas para passar uma semana com você- ele diz sorrindo. Sei que é mentira. Ele não fica nem um dia sem elas.
-Não dá, já tenho duas meninas para ir na minha casa amanhã, já que você estragou a festa de hoje.
-Não fala pornografias perto das meninas- ele me alerta.
-Não estou dizendo nada. Agora vamos entrar e acabar logo com isso. Tenho muito sermão para ouvir ainda hoje.
-Já vou avisando, nada de discutir com a Lexie. Se fizer isso te mato amanhã- ele aponta o dedo para minha cara.
-Nossa Mark, eu sempre me lembro que um dia você já foi homem. Que dizia "mulheres são descartáveis, você usa hoje e troca amanhã".
-Vou dar um soco na sua cara qualquer dia desses Sr. Giacomo, eu juro- vou entrando entanto ele continua me xingando. A Melanie parece querer conversar comigo e encho ela de beijos. Não aguento tanta fofura. Um dia quero ser pai, mas não quero ter mulher. Vou pagar para alguma barriga de aluguel, vai ser o jeito.

Vou direto para cozinha. A Lexie está no fogão e o cheiro é maravilhoso.
A abraço por trás e ela se assusta. Nunca consegui ser amigo de nenhuma mulher, mesmo ela, já tentei beija-la, mas antes de saber que o Mark gostava dela. Depois me encantei com ela como amiga. Agora parece uma irmã para mim.
-Isso deve estar maravilhoso pelo cheiro- puxo a respiração e fecho os olhos.
- Está, mas sai de perto do fogão com a Melanie. Pede para Mark levá-las para o quarto e deixar com a baba. Quero conversar com você antes do jantar e é sério.
-Eu já sei o que vai dizer, nem precisa gastar saliva.
- Gi ou faz isso ou não vai no aniversário- que ótimo não vou ganhar dela. Depois que ela conseguiu casar com o Mark, tive certeza de que ela é uma espécie de bruxa.
Faço o que ela manda e deixo as meninas com a baba. Depois voltamos para a sala. Eu e o Mark. A Lexie já está com o controle da televisão em mãos. Que droga.
- Antes de mais nada. Você senta e assiste de novo a recordação que minhas filhas terão quando cresceram do batizado delas.
Qual é Lexie eu já assisti isso umas vinte vezes.
- sem discussão Gi- o Mark me corta.
Derrotado sendo no sofá e abro uma cerveja.
O vídeo começa. Tudo está lindo, a igreja toda enfeitada de flores brancas, as duas pequenas estão parecendo duas princesas e de repente a visão do inferno. A Ellen.
Não que ela seja feia. Ela é bonita e gostosa, mas só abrir a boca e pronto se transforma em uma cobra.
Quando o padre vai batizar as gêmeas, eu propositalmente piso no pé da Ellen para que ela apareça com uma cara feia nas fotos, mas como ela é o furacão Catrina não deixa barato e tenta me dar um soco. Só que o soco pega no padre e começa a escorrer sangue do nariz dele. Eu tento socorre-lo erguendo aquela bacia de água que se usa para batizar, para que ele lave o nariz, mas não é uma boa ideia, quando levanto a bacia a água voa, lavando a Ellen. E pronto foi só isso que aconteceu.

Depois ela saiu carregada pelo Mark, esperneando feito louca. Ela queria me matar. O padre me levou para uma sala, disse que nunca mais eu entraria na igreja dele e que ia rezar para que meu fim fosse triste. Eu acho que ele exagerou um pouco. Para garantir meu lugar no céu, doei um carro novo para a paróquia dele. Ele pareceu se acalmar depois disso.

- Tudo muito lindo não é Giacomo- a Lexie aponta para a televisão. Ela fica muito brava quando vê esse vídeo.

-Nada demais, foi tudo um acidente- me defendo.

- Um acidente que você começou. Foi você que provocou ela. Olha você tem que pegar leve, a Ellen está passando por um momento difícil, ela...

- Se você me chamou aqui para falar dela pode parar, estou indo embora- me levanto do sofá.
- Não é isso Giacomo, deixa de ser infantil. Nunca vi você agir assim com nenhuma outra mulher, você é tão especial, para com isso.
Enquanto ela passa o sermão a campanhia toca.
- Você está esperando alguém Mark?- a Lexie pergunta curiosa.
-Não amor
-Então vai atender, vamos indo para sala de jantar.
A acompanho. A mesa está farta de comida.
- Nem sabia que você cozinhava Lexie. Sempre achei você uma bruxinha mesmo- ela sorri. Mas o sorriso desaparece quando ela olha para a visitante do dia.
- Era só o que me faltava. A verdadeira bruxa chegou- digo com raiva. Não acredito que eles chamaram ela- então era uma emboscada para mim esse jantar hoje?
- Eu que digo seu filho da puta, o que está fazendo aqui- a Ellen esta vermelha de raiva e não deixo de notar que ela emagreceu e os olhos estão vermelhos, de quem acabou de chorar. Mas que se dane, ela é falsa.
- Eu estava visitando as minhas afilhadas, coisa que você não tem feito. Mas já estou de saída, perdi a fome.
- Nada disso, os dois ficam e jantam como dois adultos que são- a Lexie intervém. Penso em desistir mais o Mark me lança um olhar ameaçador. Nada no mundo pode contrariar sua Lexie.
A mesa é enorme. Me sento em um canto e ela no oposto. A Lexie começa a servir a comida. O silêncio é constrangedor. Até que a Lexie o quebra.

- Então Ellen como tem passado? Resolveu sair de casa, isso me deixa muito feliz.

- Tenho que assumir as responsabilidades Lexie, não dava mais para fingir que nada estava acontecendo.

- Resolveu sair da bolha? Que foi? Tem algum lançamento de bolsa?-cutuco. Eu juro que tento me controlar, mas é maior que eu.

- Na verdade o lançamento de uma arma, que nunca erra o alvo e dá um tiro letal na cabeça do alvo. Quero testa-la em você.

- Opa, opa. Podem parar por favor- o Mark pede.

- Você com uma arma? Não dá conta de carregar nem as próprias pernas e é bem capaz com sua burrice de pegar a arma ao contrário e acertar a própria cabeça.

- Chega-a Lexie levanta e diz- fora os dois daqui. Se entendam na rua e estão desconvidados da festa de aniversário das minhas filhas.

- Que merda garota- me levanto e vou saindo.
Escuto ela vindo atrás. Quando piso fora da casa do Mark, Lexie escuto a bater à porta furiosa.

Encaro a Ellen que treme de ódio. Ela vem em minha direção e levanta a mão para me dar um tapa. Sou mais rápido e seguro sua mão.
-Você não encosta mais um dedo em mim cobra jararaca. Arrume um homem que te leve para cama e te dê uns bons tapas para você aprender. Apesar que deve ser difícil alguém quer você, com esse veneno escorrendo da boca.
Ela está muito perto de mim. Sinto sua respiração ficar mais pesada. Ela está muito brava. Não consigo ser alheio ao seu cheiro que é muito bom. Mais que merda é essa que estou pensando?

- Tem muitos homens que morreriam para me levar para cama seu imbecil e ao contrário de você, sabem satisfazer uma mulher, porque já escutei falarem que você não dá conta, é um frouxo.

- O que ?- dou um berro, ela me chamou de FROUXO- só não te levo para a cama agora e te mostra o que é um homem de verdade porque não sou adepto a zoofilia. É também porque sei que você ficaria gamada e não ia sair do meu pé. E odeio mulheres me procurando no outro dia.

- Nem que você fosse o último homem da face dessa terra, nem cravejado de diamantes ou com a marca Chanel tatuada na testa. Nunca iria para cama com você. Te odeio- ela grita me encarando. Não sei porque, mas me arrepio com aquele olhar- se a Lexie não me deixar entrar na festa por sua causa, você vai se arrepender, eu juro.

- O que importa é que eu vou a essa festa. Vou garantir que você fique fora. Afinal o melhor advogado de São Paulo, sabe como convencer o júri e levantar provas contra a criminosa.
- é o que vamos ver- ela me ameaça. Acho que começamos outra guerra. Lembrando que não sei perder

Quebrando Regras (QR)Onde histórias criam vida. Descubra agora