De volta

266 19 5
                                    

-Mais um babaca babão,Giacomo, Bem-vindo ao time - Mark comenta

- Nunca serei babaca como você. Sou macho, - Digo, apontando mim. - Ellen  vai viver no cabresto.
Um coro de risadas se forma. Pela situação, -É óbvio que quem está no comando não sou eu, nem de longe.

Lembro-me do meu voo. Acabo de perdê-lo. E eu querendo mostrar que estava no controle... Uma ironia sem tamanho,
Quando voltamos para o quarto, de onde nunca deveriamos ter saído, perco as contas de quantas vezes nos amamos, de quantas declarações de amor escapam de nossos lábios e de quantos perdões estão incluídos nos olhares silenciosos.

A viagem de volta é muito mais tranquila do que a de ida. Leon faz questão de se sentar bem longe de nossas poltronas e me faz avaliar mais uma vez esse homem, que muitas vezes foi companheiro de noitadas e se mostrou uma das pessoas mais frias que já conheci. Eu roubei a noiva dele e tudo que importou a ele foi um par de alianças, Ele tem muito mais dinheiro que eu. Isso não seria um problema, Lembro-me de uma história que me contaram uma vez. As más línguas dizem que o cara é tão ferrado, que até as mulheres do irmão acabam na cama dele. Uma vez, em um evento, no qual o irmão desfilava com o olhar apaixonado para a namorada, Leon arrumou uma desculpa para levar a moça para casa. O irmão dele, desconfiado, foi até o apartamento do irmão, que não relutou em abrir a porta e deixar claro que a vagabunda estava nua na sala.

-Ei... planeta Terra chamando, amor.

- Oi, amor - respondo, voltando a realidade.

- Estava longe, Meu homem. Em que estava pensando?

-Em nada que vale a pena ser compartilhado. Vamos falar do que realmente importa. Quando nos casamos?-pergunto enquanto acaricio seus cabelos.
Ela examina meu rosto atentamente.

-Hã...eu... achei que ia demorar para você querer vir morar comigo.

Uma risada escapa dos meus lábios e ela fecha a cara com a minha atitude.

- Criança, não fique brava. Eu só achei engraçado, porque não vou a lugar algum. Você que virá morar comigo, em meu apartamento.

-Entendi. - Ela sorri sem graça. - Achei que não quisesse morar comigo.

-Como não vou querer morar com você, se acabei de dizer que quero marcar a data do casamento?

- Relutante, ela prende os olhos nos meus.

- Gostaria de me casar em Cancún, na beira da praia.

-Você não ia querer menos. A Ellen que eu conheço vai se casar de vermelho.

- Sobre a cor do vestido, você vai descobrir no dia. - Ela sorri maliciosa.

- Vamos marcar para daqui a uns meses, assim todos podem se organizar para ir ao México. Precisamos reservar um resort para nós e para todos os convidados. Não vai ficar barato. Se eu não ganhar a ação, você vai ter que bancar tudo sozinho.

- Você é um carinho! - Sorrio enormemente. - Não está pedindo, apenas comunicando. Eu pago, amor, Já sei que com você minha conta bancária estará vazia.
Não é verdade. Eu sei me controlar - ela se defende fazendo biquinho.

- Então me diga: o que pretende dar de lembrança para as madrinhas? - Só quero confirmar minhas suspeitas.

- Bolsas, claro. Personalizadas para o evento. Da melhor marca
que existir.
Econômica, claro, você consegue.
Durante o resto da viagem, escuto tudo sobre festas de casamento na beira da praia. Finjo que presto atenção a tudo. Enquanto ela imagina a festa, minha cabeça só consegue sonhar com ela nua, na praia.
Tudo parece se encaminhar para uma paz perfeita. Quando chegamos ao aeroporto, o desembarque é tranquilo. O clima está um pouco pesado quando saímos os seis em direção aos táxis. Lexie e Mark não se cabem de felicidade porque irão rever as filhas. Leon, porém, está de
e não fala com ninguém. Já Megan, como sempre, está sorrindo, mas calada. Eu nem lembrava que ela tinha viajado com a
gente se não a tivesse visto no avião.

-Essa garota tem problemas - comento com Ellen discretamente.

- Lexie disse que sim. Ninguém sabe o que acontece, ela é muito reservada.

Continuamos saindo do aeroporto em direção ao estacionamento.
Eu pareço um vendedor ambulante, carregando as dezenas de malas
da Ellen. Quando já estamos próximos aos carros, algo acontece tão rápido que ninguém tem tempo para reagir. Um homem encapuzado se aproxima de Megan e, com uma faca, corta seu braço. Escutamos o
grito e saímos para socorrê-la. O bandido foge. Foi só um aviso. O que mais me impressiona é que a garota não dá escândalo nem chora desesperada. Se fosse a Ellen, gritaria por horas e lamentaria pelo resto da vida a cicatriz deixada pelo corte.

- Vai ficar tudo bem. Vou para o hospital dar uns pontos. Podem ir para casa, eu meu viro.

-ela diz, tentando nos acalmar, quando deveria fazer o contrário.

- De jeito nenhum. Você vai comigo e com Mark - Lexie intervém.

- Não quero. Vá ficar com suas meninas. Eu sei me cuidar.

- Deixa que Ellem e eu vamos com ela, Lexie. – sugiro, tentando ajudar.

- Eu ajudo a moça. Não tenho compromissos

- Leon avisa, enquanto pega o braço de Meg e analisa o corte com a testa franzida.

Depois de mais algumas insistências de Lexie, o cara ganha. Engraçado, ele não se preocupa com ninguém. Deve ter em mente levá-la para a cama.
Ainda assustados, vamos para casa. Ellen vai para o meu apartamento descansar. Dei a desculpa a ela de que precisava passar no
escritório rapidinho para assinar uns papéis. Na verdade, vou sair e comprar umas coisas. Vou fazer uma surpresa inesquecível a ela. Afinal, não é todo dia que uma mulher pede um homem em casamento e é que, mais raro ainda, um homem como eu aceita!

Quebrando Regras (QR)Onde histórias criam vida. Descubra agora