Ele matou meus pais?

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Oi vidas :) como estão ? Favorita este capítulo 💙

Minha mente não para de imaginar possíveis lugares onde possa comprar uma arma. Lembro-me, então, de que meu pai tem uma guardada em casa em algum lugar. Eu nem imagino onde pode ser. Ele a mantivera
bem escondida. Tinha medo e também recebia ameaças constantes da minha mãe. Ela odiava a arma e dizia que jogaria no lixo se a encontrasse.
Estou tão atordoada que só então me dou conta de que o carro que eu estou dirigindo é do meu sogro. Fui com ele para o hospital e, no desespero, ele deixou o carro aberto e com a chave no contato. E eu, totalmente desnorteada, saí do hospital e entrei no carro em que cheguei, sem me dar conta de que não é meu.
Eu sempre escutava que as pessoas perdiam o rumo e a noção em situações de desespero, mas não imaginava que pudesse chegar a tal ponto. Tudo que meu carro e do pai do Giacomo têm em comum é a cor. Ambos pretos. De resto são totalmente diferentes: o dele é um modelo importado de luxo, cuja roda compraria meu carro. Então, ele precisa ser devolvido intacto. Chego em casa e vou direto para o escritório do meu pai. Com toda a certeza, a arma estará lá. Reviro tudo, jogando as coisas no chão.

Depois do que me pareceu uma eternidade, encontro-a em um livro falso, dentre os outros na estante.
Eu tenho mais um problema: não faço ideia de como usar uma arma. Não será tão dificil, afinal milhares de pessoas são mortas todos
os dias por arma de fogo. Chris Every entrará na lista, Volto para o carro e reparo, antes de abrir a porta, que as rodas diamantadas estão encostadas na sarjeta e alguns riscos pequenos até de uns dois palmos mais ou menos tiram delas o brilho. Não me importo,
Nada disso tem importância.
Entro no carro e dirijo rapidamente até a Pompeo. Estaciono em uma rua distante. Não quero chamar a atenção entrando no estacionamento da empresa. Eu o matarei e voltarei para o carro sem ser vista.
Pego minha bolsa, coloco um par de luvas de oncinhas que comprei em uma das viagens que fiz para a Europa e, com um lenço, limpo bem a arma, como sempre vi ser feito nos filmes. Coloco a arma na bolsa e saio do carro, olhando para todos os lados, desconfiada. Entro pelos fundos do prédio, um lugar ao qual só eu tenho acesso. Eu uso essa entrada quando venho trabalhar à noite, escondida, juntamente com o administrador que contratei.
Está tudo dando certo. No caminho, ligo para o meu assistente, Luan.

- Fala, flor da minha vida - ele atende todo animado.

- Luan, Giacomo foi baleado e está muito mal no hospital, por isso não fui trabalhar hoje.

No instante em que conto a ele, a imagem dele ferido na cama vem em minha mente, e uma dor insuportável aperta meu coração. As lágrimas ameaçam cair novamente! Respiro fundo.

- Não, nãoooooooo... - ele diz, fazendo histeria, sua especialidade. - Se aquele homem morrer, será uma perda irreparável para a humanidade.
Será decretado luto de cem anos no mundo. Isso não pode acontecer.

- Luan, eu não estou preocupada com a perda da humanidade. Só sei que eu vou morrer junto. Agora, por favor, me diga uma coisa, estou
com pressa. Meu tio foi trabalhar?

- Veio, sim. Não saiu da sala dele hoje e fez questão de chamar vários funcionários para sua sala. Muito estranho.

Eu não estranho nada. Ele estava criando álibis, os quais de nada serviriam em volta de um caixão.

- Obrigada, Luan. Assim que tiver noticias da melhora do Giacomo, te ligo.

A hora chegou. Arrumo os cabelos, pego a arma de dentro da bolsa e caminho para sua sala. Preciso ser cautelosa e me escondo algumas vezes quando vejo alguém se aproximando. Abro a porta da sala do
meu tio sem avisar. Ele está sentado atrás da sua mesa. Quando me vê, levanta os olhos. Com raiva, seu maxilar está rígido.

- Vim para retribuir o que fez - consigo dizer com voz trêmula.

Estar diante de uma pessoa que feriu quem eu mais amo no mundo é algo que me abala. Então, aponto a arma para ele e sua expressão muda para horror e medo.

- Ah, tio, não se deixe abater por uma arma. Que feio, você se diz tão poderoso! - Abro um sorriso diabólico e um ódio me domina como nunca antes.

- Deixe disso, Ellen. Você ganhou a ação. O que te faz querer me matar? - ele pergunta cinicamente.

- Eu imaginava que você era covarde e fraco. Só não sabia que era assassino também. Não aceita perder. Vou te ensinar agora como se resolve um assunto sem precisar de ajudante.

Puxo a trava da arma e escuto o estralo. Agora é só apertar o gatilho.
Ele levanta as mãos assustado, recuando alguns passos em direção à janela.

- Você está tremendo, mais assustada do que eu. Você se esqueceu que só sabe comprar bolsas? Não será capaz de atirar, muito menos de acertar o alvo.
para o lado e atiro nem sei pra onde. Escuto o estouro, e o arma quase me faz ir para o chão. Eu não estou brincando!

- Você é louca! Completamente louca! Acabar com seu pai e com sua mãe foi tão fácil. Não pense que será diferente com você.

As palavras dele me paralisam.

- Ah, como vocês são ingênuos, aquele acidente foi planejado por meses, cada coisa milimetricamente raciocinada, e provocado por especialistas!

Sinto minhas pernas fraquejarem, uma tontura me toma e a arma cai de minhas mãos. Meus pais não morreram por uma fatalidade. Foram assassinados. Apoio-me em uma cadeira para não cair. Quando
dou por mim, tio Chris  tem a arma encostada em minha cabeça.

-Você é muito inútil mesmo. Nem consegue segurar uma arma direito. Imagino que você seja pelo menos esperta o suficiente para
entrar aqui sem ser vista. Agora ficou fácil. Vou terminar o serviço que aqueles incompetentes não deram conta de fazer e você vai se encontrar com o idiota do seu noivo lá no inferno. Vou cuidar para que ele
não permaneça vivo.

Um desespero toma conta do meu ser. Não por mim, mas pelo meu homem.
Ele não pode morrer, eu não vou deixar.
Sem pensar nas consequências, dou um chute no meio das pernas do meu tio. Ele geme de dor, mas, em vez de soltar a arma, agarra-me pelo pescoço e fala baixinho no meu ouvido:

- Vou te mandar para o inferno agora, espero que encontre seus pais lá!
Nesse momento, eu sei que não tem volta!

- Vou te mandar para o inferno agora, espero que encontre seus pais lá!Nesse momento, eu sei que não tem volta!

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