Aquele com os olhos cor de mar

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Minhas lágrimas se misturavam com a água da chuva, eu adoraria gritar, eu queria tanto gritar. O celular vibrava em meu bolso eu sabia muito bem quem estava me ligando, eu não queria ouvir as desculpas, não queria ouvir aquela voz, eu apenas não queria ter a lembrança que aquela pessoa existia. Eu surtei, o celular que antes estava no meu bolso agora estava indo em direção a parede e dane-se se eu iria precisar depois, acabo o pegando do chão e em um leve relance eu me lembro da biblioteca da dona Zeffa.

Ainda estava longe de meu apartamento e a chuva ficava cada vez mais forte, decido entrar na biblioteca, eu frequentava bastante aquele lugar sempre fui fã de livros e aquela era minha biblioteca favorita, nem tão grande nem tão pequena, sem barulhos e extremamente aconchegante. Dona Zeffa me vê chegar e parece estar aliviada.

– A minha filha que bom!

– Oi? Está tudo bem?

– Está sim, só que eu preciso fechar a biblioteca e aquela moça ali, precisa passar em uma prova importante.

– Bom, posso fechar para a senhora!

– Tem certeza?– questiona ela

– Claro, essa chuva não vai passar tão cedo, meu apartamento está muito longe e eu não pretendo pegar uma gripe– explico

– Então tá, olha pode levar quantos livros quiser, se...

– Você entregar– imito sua voz- pode deixar, pode ir.

– Tá, tchau querida– dona Zeffa me da um beijo na testa e à vejo sair.

Pego um livro qualquer da prateleira, um que me desprenda daquela confusão, um que não me faça lembrar eu só queria esquecer, apenas isso.
Um leve resmungo meio que me desprende daquele pensamento.

– Sério? Não é possível.

A moça que até então não tinha dito um “a” sequer acaba me chamando a atenção. Eu não havia percebido o quão a moça era bela, seus cabelos vermelhos um pouco alaranjados me prendem a ela, minha curiosidade me prende a ela.. e quando percebo estou a encarando.

– Está tudo bem?– sua voz meio rouca mas também doce ecoa em minha mente.

– Sim, e você? Está bem?– não sei como saiu aquelas palavras, eu estava totalmente petrificada com tanta beleza, seus olhos claros me lembram o mar, meu deus ela é magnífica.

– É.. tô!

No momento que eu iria respondê-la acontece uma queda de energia.

As vezes o destino programa uma coisa para levar a outra, é aquele ditado de que quando uma porta é fechada se abre uma janela, quando um choro é parado um belo sorriso à de aparecer logo após, acredita?

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