Maxine é uma aspirante a cineasta que vive em Boston. Tyler é um sozinho palhaço de circo. Duas vidas muito diferentes que se cruzam por um propósito. Qual será o destino deles?
Conteúdo +18: Sexo, Linguagem Imprópria, entre outros.
Gênero: Romance...
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Continuo no personagem conforme seguimos em direção ao trailer. A escuto falar rápido, bastante, olhando ao seu redor curiosa com tudo o que vê e não digo nada. Às vezes é revigorante e diferente ver alguém de fora do meu dia-a-dia assim pelo alojamento. Minhas pernas começam a doer pela forma como ando, com elas tortas e os pés para dentro. Quando nos aproximamos do trailer, amarro em um pequeno toco de madeira fincado no chão de terra os balões que sobraram. Subo as pequenas escadinhas com dificuldade, afinal, sinto o peso das pernas, mas não deixo que perceba. Abro a pequena portinha e me afasto, dando espaço para que você entre no lugar proibido do circo: o trailer dos artistas.
- Ei, ei...
A chamo baixo quase que em um sussurro enquanto a ouço falar. A roupa quente está me matando, preciso me livrar dela o quanto antes.
- Ei, menina... Você pode desabotoar aqui pra mim? - Sinto a boca salivar pelo jeito com que falo e uma grande quantidade de baba se forma no canto dos lábios. - Se você me ajudar eu te conto tudo.
Ouço minha voz sair de um jeito divertida que quase me faz rir, mas parado à sua frente, me viro de costas e espero que puxe o zíper da blusa, embora não a tire. É somente para entrar um pouco de ar.
- Obrigado... Obrigado moça... Aliás, Max.
Lembro seu nome sem muitos esforços, o que imediatamente me faz rir um tanto tímido. Me sento na cama e estico os braços pra trás, pressionando a mão espalmada atrás do corpo.
- Eu posso te ajudar...
A minha voz sai baixa calma e quase lenta, porém, o jeito com que digo, como se estivesse cantando, toma a sua atenção.
- Se você prometer não ir embora...
Apoio ambas as mãos sobre as pernas e, involuntariamente vou afastando-as. Rio quando em seu rosto surge uma expressão confusa, porém engraçada.
- Oh Max... - Tombo a cabeça para frente e sussurro. - Quando o espetáculo acabar... Não vai embora.
Sua expressão confusa vai mudando e um riso baixo e fraco escapa. Vou até a minha penteadeira com os produtos de uso próprio e pego uma água termal que espirro desproporcionalmente por todo meu rosto. Posso sentir a pele melecada e nada digo, apenas te olho.
- O que você quer com os donos, moça? Se for querer ir embora com a gente...
Devagar me levanto e ando até onde está. Não quero ser efusivo, mas o jeito com que me encara me chama a atenção.
- Nós temos vagas... - Malicioso, falo baixo e me aproximo cada vez mais.
Os estouros de trovão caem próximo de onde estamos e repentinamente a chuva começa. Ela vem acompanhada de vento forte. Me preocupo, pois embora não fiquei muito longe da arena principal, preciso tomar cuidado com a minha maquiagem.
- Que barulho foi esse? - Alarmado, pergunto rápido quando ouvimos um estouro alto e forte.
Abro a porta do trailer e coloco a cabeça pra fora. Olho para os lados e vejo apenas os balões do circo presos onde havia deixado.
- Não é ninguém perigoso.
Te falo de um jeito divertido com a minha voz forçada que faz a minha garganta começar a doer. Me olho no espelho e noto a maquiagem borrada. Os lápis pretos se misturando com a base e o pó. Tento não me preocupar, no entanto uma expressão triste aparece em meus lábios enquanto me olho no espelho ao ver a maquiagem derretida próximo da apresentação.
- Penny virou um monstro. Penny está horrível.
Forço a minha voz chorosa e resmungo rápido ao passar a ponta do indicador pela bochecha e maquiagem branca sair na ponta do dedo.
