Maxine é uma aspirante a cineasta que vive em Boston. Tyler é um sozinho palhaço de circo. Duas vidas muito diferentes que se cruzam por um propósito. Qual será o destino deles?
Conteúdo +18: Sexo, Linguagem Imprópria, entre outros.
Gênero: Romance...
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Fico sem jeito quando entro e começo a tagarelar, mas noto que está incomodado.
- Não faça a cara de choro de novo, eu fico achando que quer chorar mesmo - Digo aleatoriamente.
Logo o ouço me pedir que puxe o zíper da sua roupa e acho graça. Ao se virar eu puxo o zíper. Você é bem alto e preciso esticar um pouco os pés, mesmo com você levemente abaixado. Escuto atentamente o jeito cantado com que fala e percebo que não sai do personagem. É estranhamente fofo de um jeito diferente.
- Você vai me ajudar?- Me animo e bato uma mão na outra.
Observo o que está fazendo, curiosa e guardando tudo pra pesquisa.
- Eu acho que não sou talentosa o bastante - Digo com um sorriso fraco - Quero apenas saber sobre vocês, fazer umas tomadas da vida normal. Coisas assim.
Falo rápido e vejo que se aproxima de mim. Sou pega de surpresa com a chuva repentina e me assusto dando um pulinho para trás. Coloco a mão sobre o peito e sinto o coração disparado. A chuva bate no seu rosto e derrete a maquiagem. Vejo seu rosto colorido ir derretendo e faço uma expressão de pena quando levo as mãos até seu rosto
- Não, Penny está bonito agora. Está um roqueiro.
Abro um sorrisão e o encaro ao mesmo tempo que o consolo e percebo que não vai sair do personagem de qualquer maneira, o que enxergo como profissionalismo. Por segundos breves desvio os olhos para sua boca perfeitamente desenhada com a maquiagem vermelha ao redor dela contornando logo acima dos lábios levemente babados e, o que pra uns seria uma coisa nojenta dá até um certo charme. Fito a imagem e não percebo o que estou fazendo. Passo meu dedo na bochecha com um sorriso quando a maquiagem branca sai no meu dedo bem de leve.
- Penny é muito babão - Sorrio e meu dedo escorrega pela lateral do rosto quando o finalmente deixo escapar.
Puxo o ar e solto. Sinto uma sensação estranha, como uma espécie de atração, mas na minha cabeça aquilo está errado, é um personagem infantil. Tento desviar o foco do que pensei.
- Faz muito tempo que você é palhaço?
Pergunto curiosa e me sento numa poltrona em frente.
- Se eu me esconder aqui, você me promete que me ajuda?
Falo e levanto. Vou até a bolsa que carreguei como consegui até o trailer, pois estava já muito cansada e mando uma mensagem para Deb:
"Estou no meio da pesquisa, pode ir embora sem mim. Depois explico, estou bem. Beijo."
Percebo que fica curioso com o que digito. Sinto um receio em estar ali, mas ao mesmo tempo meio que me atrai a aventura.
- Mandei mensagem pra minha amiga, ela pode ficar preocupada. Então, se eu ficar, você me ajuda?
