ᴛʜʀᴇᴇ

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S O P H I E

Eu não estava sentindo mais as minhas pernas, enquanto meu pai continuava correndo como se não houvesse o amanhã

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Eu não estava sentindo mais as minhas pernas, enquanto meu pai continuava correndo como se não houvesse o amanhã. Assim que senti falta de ar, me abaixei enquanto colocava as mãos no joelho e tentava respirar profundamente.

— Ah não Sophie, você já foi mais resistente!

— Podemos dar um tempo? Eu estou morta.

— Tudo bem. — Ele deu de ombros, começando a caminhar lentamente.

Aproveitei para abrir a minha garrafa com água e virar ela na minha boca desesperadamente. Porém como a minha vida era uma piada, alguma coisa atingiu meu rosto em cheio, fazendo com que a garrafa virasse e molhasse toda a minha camiseta.

Meu pai havia parado de caminhar e eu logo percebi o que havia sido arremessado em mim, uma bola de basquete. Antes que eu pudesse surtar pelo meu azar, duas pessoas se aproximaram.

Assim que o garoto apareceu, também chocado pela coincidência, eu me prepararei mentalmente para xingar todos os palavrões existentes.

— Você de novo? Eu estou começando a achar que é proposital!

— Me desculpa, nossa. — Ele riu, como ele conseguia ser tão debochado?

— Me desculpa é o caralho! Você com certeza está fazendo isso de propósito, qual o seu problema comigo?

— Ei, se acalma.

— Valeu Van Dijk, ela estava mesmo precisando acordar. — Meu pai riu, enquanto a garota que estava com o mais alto, tentava controlar a risada. Não pude deixar de reparar no quão parecidos os dois eram.

— Treinador Koeman! Você conhece essa menina?

— Ela é minha filha, Sophie.

— Mas o senhor é tão legal. Realmente os filhos não puxam os pais! — Ele riu mais uma vez. Eu só queria poder dar um soco naquele rostinho. — Eu e a Coco estamos jogando basquete, quer se juntar à nós?

— Com certeza!

— Não, ele não quer. — Dissemos ao mesmo tempo, deixando o meu pai extremamente confuso. — Caso não tenha percebido, ele já está muito ocupado.

— Sophie, não seja tão rude!

— Há alguns dias ele me derrubou e ainda me fez perder a primeira aula! Hoje ele me encharcou e agora eu fiquei sem água, como espera que eu goste dele?

— Foi sem querer! E agindo assim, você está fazendo com que eu também não goste de você.

— Pouco me importa o que você acha de mim. — Dei de ombros, enquanto sentia a sensação incômoda da camiseta molhada, grudando em minha pele. — Agora vamos, pai.

Meu pai ainda estava perdido na situação mas logo se despediu dos outros dois e voltou a caminhar do meu lado. Era incrível como o ano mal havia começado e eu, já estava odiando alguém.

— Sabe, eu acho que senti um clima. — Meu pai riu, fazendo com que eu o encarasse tipo, sério?

— Não tem graça.

— É só uma brincadeira, vocês não fazem o tipo um do outro. — Ele deu de ombros, sorrindo animado em seguida. — Agora vamos, ainda temos quarenta minutos de corrida.

Revirei os olhos ao lembrar daquele fato. É, eu sentia saudades da Cindy, ao menos ela me levava para comer em fast foods. A vida fitness era uma droga.

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