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Eles se aproximaram conversando, deviam ser amigos. O homem que acompanhava Clarissa era alto, a pele morena de um bronzeado perfeito, com cachos caindo pela testa, devia ter a idade de Brandon.

— Vamos, Alec. O jogo já vai começar — ele falou, quando chegou perto o suficiente,  em seguida passou o olhar para mim: — Você deve ser a garota que vai jogar no lugar do Ric, né? — eu assenti e me levantei. Ele estendeu a mão e comprimentou: — Prazer, eu sou Patrick.

E era muito bonito. Mais um ladrão de reservas de beleza. Aceitei sua mão e respondi:

— Muito prazer, meu nome é Maia.

— Maia — Patrick repetiu, testando a palavra em sua boca. Pareceu gostar da sensação. E eu também.

Alec fez um barulho alto ao limpar a garganta, levantando-se.

— Vamos logo.

Saiu na frente, pisando duro. Clarissa rapidamente foi correndo atrás, pulando em suas costas. Eu ia apressar os passos para ficar ao seu lado, mas Alec passou o braço pela cintura dela e a puxou para si de uma maneira muito mais íntima e cheia de segundas intenções do que tinha feito comigo. Então apenas continuei, metros atrás.

— Ele é sempre esquentadinho assim? — perguntei à Patrick ao meu lado, que riu antes de responder:

— Sempre.

Estava usando uma blusa parecida com a que eu estava usando, mas amarela e marrom, com o símbolo de engrenagens. Ele notou meu olhar e esclareceu:

— Eu curso Engenharia Mecânica.

— Ah, sim — sentido-me estúpida por não ter deduzido isso antes. Culpei o álcool pela desatenção.

— E você? — olhou para minha blusa. — Medicina? — perguntou, sorrindo, ao amarrar os cachos da frente do cabelo em um coquezinho no alto da cabeça, para não cair em seu rosto durante o jogo.

Nossa, era uma vista e tanto. Ele não era tão bonito quanto Alec, nem tão distinto quanto Caleb, mas era incrivelmente charmoso. Patrick era mais magro que ambos, porém era tão alto quanto. Seus cabelos e olhos eram de um tom de castanho comum, mas formava um par perfeito com a pele amendoada. Era como se pegasse elementos normais e transformasse em pura beleza masculina.

Se fossem animais, eu diria que Alec com certeza era um tigre. Patrick seria um lobo. E Caleb, uma raposa.

— Direito — respondi. — Caloura que nem o Alec — Segurei a blusa. — Perdi meu vestido e ele me emprestou.

Patrick assentiu vagamente.

— Vocês eram da mesma escola?

— Não. Somos vizinhos desde criança, mas nos encontramos por acaso recentemente — ofereci uma versão mais light das coisas. Se eu fosse explicar tudo, assustaria o cara na hora.

— Vocês estão...? — indagou sutilmente.

— Não! — interrompi antes que ele terminasse.

Lá na frente, na beira do campo, Alec passeava as mãos no corpo de Clarissa ao murmurar coisas em seu ouvido.

— Sério? — Patrick perguntou, admirado.

Você acha que eu ia ficar com alguém que fica apalpando outras garotas bem na minha frente?

— Nunca tivemos nada — afirmei.

Chegamos perto deles. Clarissa foi correndo para a parte do time dela do campo e Alec observou seu corpo saltitante se afastar. Deu-se conta de nós com um olhar raivoso e rosnou:

Onde os Demônios se EscondemOnde histórias criam vida. Descubra agora