CAPÍTULO UM

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C A S E Y  C O O K E

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C A S E Y  C O O K E

Qualquer sobrevivente de um sequestro em sã consciência não escolheria rever seu sequestrador. Então o que há com a minha sã consciência? Enquanto arrasto minhas botas de veludo marrom pelo chão exageradamente branco da clínica psiquiátrica com cheiro de consultório de dentista, só consigo pensar que estou caminhando por um corredor vazio demais, com câmeras oscilando em vermelho o tempo todo e por toda parte, andando em direção a sala do homem que quase me matou; sendo escoltada pela Dra Staple que, falhou miseravelmente em disfarçar a surpresa estampada em seu rosto maduro, assim que confirmei meu desejo em visitá-lo no momento em que cheguei. E, muito possivelmente, preciso admitir a tempo, que não saberei agir quando entrar lá e me reencontrar com o Kevin, ou quem quer que esteja assumindo por ele.

Sinto um grave barulho de rastejamento atrás de mim, além do estalar dos saltos da doutora que caminha mais depressa e se coloca a minha frente quando paraliso diante de uma única porta, na qual meus olhos acastanhados conseguem se prender sem muito esforço. Staple aperta a maçaneta, vira o rosto, agitando as ondas de seu cabelo num tom idestinguível de ruivo ou loiro, tentando me pressionar com seu rosto incisivo a ponto de me fazer desistir da ideia visivelmente considerada por ela absurda. Aperto meus lábios, mantendo minhas pupilas sobre sua face e minha postura decisiva, agitando sutilmente a cabeça em confirmação. Estou pronta, eu sei. Ele me preparou. Só não consigo evitar esse nervosismo.

A doutora empurra a porta facilmente e ouço Kevin, impulsivamente murmurar algo que não consegue soar claro o suficiente para mim, ao menos, não com essa adrenalina toda se desenvolvendo e movimentando pelas minhas veias num quase sufoco, correndo depressa feito fogo sobre um rastro de gasolina, uma faísca de pólvora querendo explodir e provocando um pequeno mal estar em meu corpo inteiro. Staple não diz nada. Encho meus pulmões com o ar característico de éter bastante irritante do lugar, ou de qualquer outro lugar como esse. Um suspiro profundo, como se não fosse respirar pelos próximos segundos, ou ao menos, ter a sensação disso.

— Não brinca! — pausadamente ele me desafia.

É estranho, me sinto ridiculamente confortável ao perceber que é a vez de Hedwig, no lugar de qualquer um dos outros. Confiante, dou a volta na cadeira e me sento bem a sua frente.

FRAGMENTADO ² [ᴄᴏᴍᴘʟᴇᴛᴏ]Onde histórias criam vida. Descubra agora