Capítulo 14

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meu amado menino,

não sei bem quando a tristeza bateu às portas e você decidiu deixá-la entrar.
por que me escondeu e ofereceu uma xícara de chá para a oposta?

talvez não tenha uma resposta certa,
mas vi quando as paredes foram ganhando novos tons
escuros e impressionante convidativos aos seus olhos,

o estranho se tornando normal
a luz diminuindo cada vez mais
e aí, a tristeza sorriu

ela consegue sorrir? por que você sorriu de volta?
com a porta entreaberta percebi que nossos quadros estavam mudando
os seus sorrisos começaram a diminuir
e em todos você está apenas sorrindo sem mostrar seus dentes, mas isto não significa que você ficou menos bonito
no entanto, eu não estou mais lá.

o céu da sua foto na praia escureceu,
a noite do acampamento ficou sem estrelas,
não consegui mais me ver juntamente a você em suas fotos, nas suas lembranças.

com o meu pequeno devaneio não consegui perceber quando a tristeza terminou o chá
e nem quando ela levantou e pareceu perceber que eu estava aqui

tentei trancar a porta e me encolher
mas senti alívio quando você se colocou em sua frente
a impedindo
a levando para o próximo cômodo

mas não antes de se virar
e sorrir pra mim
com seu largo sorriso, o verdadeiro

ali, olhando para você, percebi que,
deixá-la entrar não significa me deixar morrer
você me protegeu desde o início.

com amor, sua tão grata alegria.

Textos de JúpiterOnde histórias criam vida. Descubra agora