Capítulo 31

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A dor da perda é algo que não se pode controlar,
Ou calar.
E tudo que não tenho controle
me encontra quando menos espero.
Silenciosa, esmagadora,
impregnada em cada memória.

Não é fácil dizer adeus quando tudo que queria era a certeza de uma permanência.
Embora o meu inconsciente me lembrasse todos os anos
que algum dia eu iria acordar
e lá estaria um lugar vazio,
não havia a necessidade de sofrer com antecedência.
Realmente tentei me fazer acreditar nessa aparente certeza.

E quando o injusto dia chegou,
Senti meus soluços saírem sem freio de minha boca,
Vi minha visão embaçar com as lágrimas que insistiam em cair
E meu coração doeu, meu corpo doeu,
tudo doeu
Não em uma dose única, mas crescendo a cada dia
A cada lembrança.

O luto é demasiadamente torturante,
e embora eu não deixe transparecer,
Choro todas as noites com saudades de quem me deixou.
A dor da partida, e a partida em si,
não são algo que se possa esquecer,
mas que pouco a pouco vai se esvaindo (lentamente demais, eu diria)
quando aceito que quem amei, descansou.

E o descanso é sempre mais desejável que a dor.
[autoral]

[dois textos de uma vez, que saudades daqui 💖]

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