Dulce se admirou com seu próprio trabalho em sua frente. Vinte e três perfeitos cupcakes de chocolate com um belo trabalho em chantilly como cobertura. Ela havia conseguido mais do que poderia sonhar com Nora há três dias atrás e agora estava comemorando em grande estilo. Com uma bela bandeja de bolinhos perfeitos e deliciosos.
Ainda havia muito o que se fazer mas ela estava animada de mais para se assustar com o novo desafio. Pelo contrário, Dulce estava empolgada. Nesses últimos dias sua mente viajou em todas as possíveis teorias para o relato que tinha ouvido. Um terceiro lobo, fugiu após ganhar a briga. Um possível assassino. Isso explicaria tudo e mais um pouco.
Ela se encostou na bancada e saboreou seus bolinhos com gosto de vitória enquanto esperava pela ligação de Marie sua assistente.
Marie em mais uma tentativa de mostrar seu grande valor, havia garantido para Dulce que conseguiria um dedetizador até o fim do dia.Dulce normalmente não abusaria assim de alguém mas a senhora havia insistido tanto que adoraria ajudar. E a casa realmente estava infestada de formigas e teias de aranhas, então ela simplesmente concordou com a oferta. Afinal isso a daria muito mais tempo para tudo que ela planejava fazer no dia.
Entre compras no supermercado e lavar suas roupas ela também pretendia ir até o jornal local descobrir se houve alguma manchete de desaparecimento à oito anos atrás.
Mesmo que os corpos nunca tenham sido de fato identificados, ela tinha esperanças de achar alguma pista no sumiço de alguém. Talvez a família de um dos mortos tivesse sentido sua falta, talvez os dois indigentes não passassem de alguém que nunca foi encontrado.- Isso traria paz à família das vítimas.- Dulce pensou alto.
Quando ela acabou seu bolinho e vestiu sua última roupa limpa e decente para sair no dia a dia que tinha em sua casa. Ela percebeu que precisava mesmo urgentemente lavar suas roupas e então saiu para o supermercado.
Lakeville não era uma cidade muito grande, tudo era perto dos seus moradores por isso o trânsito costumava ser tão vazio. Mas como Dulce só havia conseguido uma casa nos limites da cidade ela ainda precisava dirigir para todos os lugares em seu mustang velho e receber vários olhares curiosos e julgadores dos mais conservadores da pequena cidade.
O único supermercado da cidade não era exatamente super. Ele era na verdade bem pequeno em comparação com os da cidade grande. E ao contrário dos que Dulce estava acostumada, mercados onde você poderia achar diversos departamentos. Este se restringia apenas a produtos do lar.
Após as compras Dulce percebeu que o tempo já estava escapando pelos seus dedos. E dirigiu até o jornal local o mais rápido que a senhora volátil(seu carro) poderia aguentar.
O jornal não era lá essas coisas. Dulce logo notou que se tratava de apenas um pequeno grupo de onze pessoas trabalhando arduamente para trazer notícias e retratar a verdade para o povo de uma pequena cidade que não parecia dar o valor que eles mereciam.
Mas ao contrário da delegacia, cada pequeno papel estava em seu devido lugar. Matt, o responsável pelo lugar havia sido bastante gentil e hospitaleiro com Dulce. Ele tinha concordado com a sua visita assim que ela solicitou na noite passada quando telefonou, e havia sozinho separado todos os arquivos do dia vinte e dois de setembro de dois mil e doze, e também de dez dias antes.
Tudo perfeitamente arrumado em pilhas assimétricas, mas ainda sim muita coisa para se ler.
Nas primeiras remessas Dulce tentou manter sua mente focada. Mas nada parecia exatamente concreto. E depois de trinta e três fichas ela se perguntou se teria sido muito abuso pedir que Matt tivesse separado apenas os desaparecimentos masculinos."Sim seria."
A vozinha da razão em sua cabeça sussurrou em seus ouvidos.
Então ela voltou ao seu estado absorto, tudo parecia tão sem importância. Até que seus olhos finamente a levaram para algo interessante.No meio de todos aqueles arquivos e jornais velhos, havia uma pequena folha de papel que parecia velha e maltratada. Uma nota que ela imaginou que nunca havia sido publicada pela diferença do papel e das letras. Aquela nota em si lhe parecia mais com um rascunho.
Matthew Lake.
Não havia muitas informações além desse nome mais algo se acendeu em Dulce. Porque naquele momento ela se lembrou de uma das diversas baboseiras que Marie havia contado à ela quando se mudou.
E se a detetive não estivesse errada- e ela esperava do fundo do coração que não.- Lake não era qualquer sobrenome."Não mesmo! Sem chance!" ela gritou outra vez para si em sua cabeça.
- Matt? - Dulce pretendia pedir emprestado alguns de seus papéis e não sabia ao certo se ele permitiria.
- Tudo certo por ai? - ele perguntou curioso.
- Bem na verdade não, está ficando um pouco tarde sabe. E eu gostaria mesmo de continuar a pesquisa. - Dulce tentou parecer o mais simpática e inocente possível mas esse nunca foi o seu forte. - Será que eu poderia levar alguns papéis comigo?
- Poxa Dulce eu adoraria poder ajudar mais realmente não vai ser possível.- Dulce percebeu pelo seu tom de voz que ele estava sendo sincero.
Ela lamentou a situação, Dulce preferia levá-los consigo, ela odiaria ter que fazer toda aquela viagem apenas para checar nomes e mais nomes. Isso era um trabalho para se fazer em casa, em sua cama com uma taça de vinho gelado e sem ninguém a observando, vestindo seu pijama e relaxada.
Mas ela não discutiu. O documento de que ela mais precisava no momento só continha duas palavras. Palavras que ela acreditou que não esqueceria mesmo que tomasse uma garrafa inteira do seu vizinho preferido.
Na volta para casa Dulce estava muito diferente do que antes. Ela estava animada, nem um pouco cansada e pelo incrível que pareça louca para ligar para Marie.
E foi o que ela fez antes mesmo de entrar em casa. Dulce fez uma verdadeiro malabarismo para carregar suas compras enquanto mantinha o celular preso na orelha com seu ombro esquerdo.
A detetive esperou ansiosa para que sua assistente a atendesse e sabia que toda a demora deveria ser apenas charme de sua parte.Quando Marie finalmente atendeu ela parecia tentar disfarçar a animação que sentia ao ser chamada tão tarde da noite para participar de algo relacionado a investigação.
- Isso mesmo Marie, Matthew Lake. - repetiu Dulce em alto e bom som enquanto abria um pote de pasta de amendoim.
- Oh, Matthew, pobre Matthew...- Dulce não interrompeu e nem sequer apressou Marie em seu monólogo ela deixou que a senhora a guiasse em cada uma de suas histórias sem se esquecer de nenhum detalhe.
E como a senhora era detalhista, ela contou a Dulce como o conheceu. Confessou sua paixonite adolescente para ela, suas comparações de seu interesse amoroso com todos os atores famosos da época. Sua recordação do belo sorriso e de seu perfume. Ela contou tudo. Até finamente chegar no ponto em que Dulce tanto esperou.
- Foi um choque quando ele sumiu sem deixar rastros. Mas o mais estranho ainda foi a forma como as pessoas reagiram. - Marie deu outra pausa para mastigar sabe lá Deus o que e Dulce permaneceu grudada na linha. - Ele era bisneto do fundador da cidade. Todos o conheciam, sua família havia feito muito pelo povo. Até ele próprio sempre ajudou a melhorar essa cidade. E as pessoas simplesmente ignoraram o corrido, poucos pareceram se importar.
Dulce imaginou que se pudesse gritaria o mais alto possível, bingo! Mas com a boca cheia de pasta de amendoim e o celular grudado em sua orelha ela apenas gritou internamente.
Os Lakes eram os fundadores da cidade, Dulce não estava errada.- Sabe o mais estranho é que os filhos nem sequer deixaram que saísse uma nota no jornal. - Marrie continuou.
- Sim, isso é realmente muito estranho.- Dulce respondeu pela primeira vez.
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Perigo Sedutor - Série Lobos De Lakeville - Livro 1DEGUSTAÇÃO
WerewolfATENÇÃO!! A VERSÃO COMPLETA DO LIVRO ESTÁ DISPONÍVEL NA AMAZON *-* Dulce se mudou para a Lakeville na esperança de alavancar sua carreira. E em pouco tempo ela acaba obcecada em resolver o maior mistério dessa peque...