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A cama rangeu quando Dulce voltou a se deitar. Agora ela procurava uma posição que fosse confortável e que não piorasse a dor nas costas que ela sentia por ter que passar o dia todo sentada em uma cadeira nada confortável em seu trabalho.
           
 Ao todo ela apenas conseguiu umas três ou quatro horas de sono de qualidade antes que seu subconsciente fosse tomado por um certo pentelho de olhos verdes e corpo escultural. Depois de se remexer na cama lutando contra seus cobertores e a imagem perfeita de Christopher em sua mente. Seus delírios ganharam o controle.

À arrastando para um sonho nada calmo e desejado.

Em sua terra de exaustão e inconsciência. Dulce corria pela floresta guiada por um extinto primitivo de caçar algo que não parecia conseguir alcançar. A criatura fosse o que fosse parecia rir por ela ser mais lenta e a provocava à segui lá pela floresta adentro. O cheiro de terra molhada e as folhas a sua volta lhe indicavam que aquele era seu lar.
Quando Dulce perdeu o rastro da criatura que perseguia ela continuou correndo até sentir uma presença à cercando. E deixou que seu corpo inspirasse o cheiro que o ar ganhou à sua volta. - Almíscar feroz misturado com algum outro aroma que ela não conseguia identificar- Dulce preparou seu corpo para o baque e quando a criatura se aproximou mais ela virou e se jogou em cima dela à segurando contra a terra. O grande lobo sorriu ao ser derrubado por ela. E quando Dulce olhou em seus olhos podia jurar que a aquela criatura a olhava com ternura. E então o lobo em baixo dela foi trocado pelo corpo de um homem nu. Mas não qualquer homem.

Christopher, que sorria para ela de uma forma que a fez perder o ar.

E então Dulce o teve arrancado de seus braços pelo som de seu despertador.

- Eu estou de folga por que este inferno está tocando! - Dulce resmungou furiosa.

Ela não estava apenas brava com o seu despertador. - que provavelmente ela havia esquecido de desligar- ela também estava brava com aquele sonho estranho e estúpido. Com a sensação que sentiu ao ver ele sorrindo para ela. Em como ela se sentia confortável com seu corpo sobre o dele. Inferno!

Dulce levantou de mal humor. De péssimo humor. Ela não conseguia parar com sua raiva irracional do seu sonho idiota. E resmungava pela casa como uma velha ranzinza o quanto aquilo era estúpido.

Quando ela esqueceu que seu chuveiro não tinha água quente e sentiu a água congelante que caiu em sua cabeça ela teve que se controlar para não gritar de ódio.

Depois do seu banho frio Dulce teve que colocar sua cabeça em ordem. Isso era irracional, o dia estava lindo lá fora e ela não podia estraga-lo com um mal humor não justificável. Ela esteve cansada na outra noite. Exausta. Quando se deitou seu cérebro deve ter juntado um monte de coisas aleatórias e apenas isso. Os sonhos eram assim, cheios de coisas sem sentido que não tinham significado. Ela não tinha sonhado que voava em uma queijo gigante semana passada? Ela tinha ficado brava por isso? Não! Então ela não iria se martirizar por conta deste também.

Ela colocou uma roupa confortável e se empenhou em fazer tudo da sua lista de afazeres. Lavar a roupa era algo crucial de que ela precisava, era fácil até. Ela só precisava pegar as roupas, olhos verdes... Água! Sabão e esperar que a máquina cuidasse de tudo enquanto ela lavava a louçã. Outro trabalho muito fácil também.
Água, detergente e prato. Não imaginar que suas mãos estão ensaboando um peitoral ao invés de pratos.
Trocar as roupas por outras quando o sino da máquina toca, e estender as que já estavam prontas nos fundos da casa também não era difícil. Não olhar para a floresta que ficava bem em sua frente enquanto prendia as roupas no varal sim.

Mas em média Dulce estava se saindo muito bem em ignorar isso. Porque quando ela começou a limpar o chão da cozinha ela nem se lembrava mais de olhos verdes intensos e sorrisos perfeitos. Ela apenas limpava sem nenhum fantasma do sonho passado vindo provoca-la.

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No fim da manhã Dulce já havia terminado tudo que tinha planejado fazer. E agora se perguntava o que iria cozinhar para o almoço.

Mas quando seu telefone tocou e Matt a chamou para almoçar ela resolveu aceitar.

Normalmente ela não gostava de comer fora, não confiava muito na higiene pessoal dos outros e ficava incomodada com a ideia de ter algum desconhecido cuspindo em seu prato, mas ela resolveu aceitar. Afinal ela precisava muito espairecer a cabeça.

O restaurante que Matt falou para nos encontrarmos, era um pouco longe de sua casa como tudo naquela cidade, mas Dulce não se importou muito em dirigir até lá. A comida do lugar não era muito ruim e fez Dulce cogitar sair mais vezes de casa.

- Então como vai a sua busca? - perguntou Matt gentilmente.

- Está indo muito bem na verdade. - Dulce respondeu tentando manter o mesmo tom que ele.

Era sempre um pouco mais difícil para ela ser gentil com as pessoas. Ela sempre soava grosseira mesmo que não fosse sua intenção.

- Isso é bom, eu fiquei meio mal de não ter podido te emprestar aqueles documentos. - ele parecia realmente sincero ao dizer isso. - Sabe fiquei com medo que de alguma forma isso te prejudicasse.

- Não se preocupe eu estou indo muito bem de verdade. - Dulce tentou tranquiliza-lo.

Quando a conta chegou Matt insistiu para pagar algo que Dulce não queria ceder nem um pouco mas no fim entram num acordo de que ela pagaria pelo próximo. O que ela só foi ver que não era uma boa ideia quando já estava em seu carro. Ela não queria que ele interpretasse mal de alguma forma suas ações. Na verdade não havia nada para interpretar, por isso sair duas vezes não parecia boa ideia. Mas era tarde demais para recusar.

Então ela apenas seguiu seu caminho para casa. Uma pequena chuva começou a cair do céu e Dulce manteve as janelas aberta se permitindo sentir a brisa molhada que batia gentilmente em seu rosto. E um cheiro familiar invadiu seu carro, terra molhada. Ela gostava tanto do cheiro da chuva e agora lhe parecia tão boba a forma como ela havia se portado hoje cedo. Mas quando Dulce estacionou seu carro em frente a sua casa seu sonho da noite passada voltou mais forte que nunca. Christopher Lake estava em sua porta outra vez. E o cheiro de terra molha e almíscar haviam se tornado mais intensos do que nunca.

Perigo Sedutor - Série Lobos De Lakeville - Livro 1DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora