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Dulce imaginou que se afundar nas papeladas fosse mais fácil agora que sabia por onde começar. Por isso decidiu ignorar qualquer evento que não possuísse a data do assassinato. Mas as coisas ainda iam bem lentas para ela. Por sorte Matt sempre parecia disposto a lhe dar uma boa xícara de café. Depois de umas horas no jornal Dulce teria que ir correndo para o trabalho. Agora ela estava fazendo malabarismo com seu horário. E ainda por cima teria que ir com Marie em uma reunião com suas amigas. Como ela havia entrado nessa situação ela não havia ideia assim como também não sabia como fugir dessa. Mas o fato era que depois de um longo dia ela ainda teria que por um vestido apertado e ser gentil com um bando de velhas fofoqueiras e é claro fazer algum prato especial para ser julgado. Ao que parece comprar seria terrível.

Ela estava perdida. Precisava de uma saída para os seus horários impossíveis e uma desculpa para a festa insuportável. O que ela sabia que não conseguiria visto que Marrie havia sido tão boa que ela odiaria a decepcionar.

Por isso ela saiu correndo o mais rápido que pode para o seu trabalho, disposta a se esforçar o máximo para terminar tudo antes da hora e ainda ter um tempinho para cozinhar.

A tarde foi longa e extensa, mesmo tentando apressar seus afazeres ainda tinha muito para uma única pessoa dar conta. Então ela tentou se esforçar o máximo que pode para não se deixar vencer pelo cansaço.
Preencheu cada ficha, e leu seus formulários. Dulce não deixou absolutamente nada em acumulado em sua mesa. E no fim ela conseguiu economizar umas três horas de trabalho que ela poderia usar para fazer uma torta e tirar um belo cochilo.

Já em casa ela deixou que seu corpo descansar da forma mais controlada que pode. Amanhã seria sua tão esperada folga e Dulce pretendia passar todo o dia em sua cama. Mas agora ela tinha uma torta para assar e um belo banho para tomar.

E a água quente não estava funcionando. Um dos vários malefícios de se morar em uma casa velha. Dulce pensou.
Marie à havia dito que tinha um homem na cidade que era ótimo com concertos e que estava fazendo milagres em uma casa muito mais velha do que a que Dulce morava mas que ele talvez não aceitasse trabalhar para uma "forasteira". O que lhe pareceu bem estúpido. Ao ver dela o seu dinheiro era igual à qualquer outro. Mas ela preferiu não compartilhar seu pensamento com Marie já que a mesma parecia gostar bastante do moço. E até disse que iria tentar convencê-lo a mudar de ideia.

Dulce pegou uma panela cheia de água quente e despejou em uma grande bacia com água gelada. Enquanto ela não podia usar a água quente direto do chuveiro ela precisava dar seu jeito para se aquecer. E então foi para o seu banho.

Apesar da casa ser bastante velha e até bem mal cuidada uma das coisas que Dulce gostava nela era o banheiro que mesmo sem um chuveiro descente ainda era muito bonito.

Ele tinha uma bela banheira vitoriana que caberia facilmente três pessoas e lindos ladrilhos rosa que a faziam esquecer qualquer que fosse o problema da casa. Ela amava aquele banheiro. Ele era seu refúgio. Onde ela relaxava sem culpa alguma e se deixava levar pelos seus pensamentos.

Já de volta a cozinha Dulce deu uma olhada rápida em sua torta e correu para se trocar no quarto. Outra vez ela simplesmente tinha esquecido de lavar suas roupas. E agora tudo que havia lhe restado era um vestido um pouco inadequado para ocasião.

- Com certeza revelador de mais para uma reunião com um bando de senhoras. - ela disse enquanto checava seu generoso decote.

Mas aquilo era tudo que ela tinha disponível. E o alarme do seu forno tocou avisando que seu tempo já estava se acabando.

Perigo Sedutor - Série Lobos De Lakeville - Livro 1DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora