Meu nome é Brandon, hoje é dia 5 de abril do ano 4680 em Rursus, dia do meu aniversário de 18 anos. Como de costume, vou passar o dia na praia com a minha família — que é composta por cinco pessoas — meus pais, minha irmã Ully de cinco anos, meu irmão Krikor de treze e eu. Nós somos bastante unidos e sempre buscamos ser sinceros sem ferir os sentimentos uns dos outros, característica pela qual me faz querer estar sempre com eles, pois não precisamos fingir ser quem não somos.A viagem de carro não demora muito para nos levar até à praia, saímos do carro e pegamos nossas coisas no porta-malas. O dia estava ensolarado, mas não estava quente demais, a brisa que vinha do mar tornava o clima extremamente agradável. Peguei minha prancha e Krikor pegou a dele.
— Vamos ver quem pega a maior onda? — ele estava eufórico enquanto andávamos em direção à água .
— E o que eu vou ganhar no final? — meu sorriso era convencido e já estávamos com os pés na parte rasa da água.
— Quem ganhar fica com q sobremesa do outro por uma semana.
— Só pensa em comida, garoto? — a água já estava na altura do meu peito, então resolvi subir na prancha.
— Só. — ele deu de ombros e fez o mesmo.
Fomos remando com os braços e cortamos as primeiras ondas, meu comunicador começou a apitar e eu não entendi porquê. Senti uma onda se formando e remei em direção à ela, subi na prancha com facilidade e meu comunicador não parou de apitar, ignorei mais uma vez e agora eu já estava dentro da onda, senti algo puxar meu pé e a água salgada me engoliu.
Tentei gritar, mas tudo que saiu foram bolhas de ar e um som abafado, senti meu corpo afundar aos poucos e quando meus pés tocaram o fundo do mar eu já estava quase perdendo a consciência. Senti algo estranho no meu pescoço e a respiração voltou de um jeito diferente, passei a mão na nuca e senti grandes aberturas em meu pescoço, como se tivessem feito cortes na diagonal, tentei gritar novamente, mas o som não saiu, passei a mão do outro lado e senti os mesmos cortes. Senti algo estranho em meus pés, olhei para baixo e pude ver uma camada fina de pele entre meus dedos, olhei para minhas mãos e elas possuíam a mesma camada de pele.
Comecei a me debater, esperando que aquilo tudo sumisse e num movimento rápido senti a água sumir e meu corpo despencar. Minha costela bateu contra uma superfície rochosa, olhei em volta e pude ver uma arquitetura branca em formato de "L", olhei para cima e fiquei maravilhado com a paisagem, aquele era o céu mais estrelado que eu já havia visto na vida. Tentei me mexer e gemi pela dor que a queda havia me causado.
— Sinto muito pela aterrissagem ruim. — escutei uma voz desconhecida e pude ver um homem andando na minha direção, enquanto segurava uma toalha nas mãos.
— Quem é você? — perguntei e ele me ajudou a levantar.
— Sou Eros, imagino que já tenha se dado conta do que está acontecendo. — ele disse com calma e me envolveu com a toalha.
— Obrigado. Espera... eu sou um dos escolhidos? — perguntei com as sobrancelhas unidas e ele sorriu.
— Exatamente.
— QUE LEGAL! — falei animado demais e tentei recuperar a compostura. — Digo, que bacana...
— Está tudo bem, pode ficar empolgado. — sorri um pouco tímido e ele andou até a piscina em frente ao que parecia ser uma grande casa. — Sente-se, precisamos conversar sobre algumas coisas.
Ele me explicou sobre meus poderes, as regras que devo seguir e os deveres de um governante. Eu já sabia basicamente todas as informações, pois isso é explicado quando estamos no ensino fundamental, mas Eros disse que ele se sente mais tranquilo quando tem certeza que sabemos as regras.
VOCÊ ESTÁ LENDO
RURSUS
Science FictionPara manter Rursus (um planeta que surgiu milhões de anos após o fim da Terra) em harmonia, à cada trinta anos, oito jovens de 18 anos recebem o dever de manter o planeta em equilíbrio, até que os próximos indivíduos sejam escolhidos. Esses jovens...