O Absurdo Dos Comuns

01. TÍPICO

Essa história aconteceu logo quando a Parada Gay começou a acontecer em Porto Velho. Deivide foi. Com uns amigos. Mais pela bagunça.

O problema não foi ter ido, nem ter aparecido em um site de festas. O problema mesmo foi que alguns colegas de trabalho viram a foto. Viram, baixaram, imprimiram e saíram mostrando pelo trabalho.

Depois, vieram os boatos. Algumas pessoas disseram que já sabiam, que tava na cara. Aquele menino era educado demais, limpo demais e não tinha dado em cima de nenhuma das meninas do escritório. Isso era muito estranho.

Começaram a tratá-lo diferente, ele percebeu. Quando entrava no banheiro, havia uma tensão. E eram sempre uns risinhos, uns olhares. Pro futebol de sexta à noite, não o convidavam. Ele perguntou o que tava acontecendo. Ninguém dizia nada.

Um dia, passaram a mão na bunda dele. E riram. Revoltado, indignado, furioso, foi falar com o chefe. O chefe ouviu, impaciente e, então, disse: mas não é disso que tu gosta?

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