Arthur
Eu me sento junto com ela, e quanto levanta o rosto percebo que ela está chorando. Aquilo me parte o coração; as lágrimas rolando nas bochechas rosadas de tanto chorar, os olhos mais pesados e marejados, e o cabelo meio grudado no rosto.
Eu afasto o cabelo de seu rosto, mas ela não para de chorar. Devo parecer um desesperado; ver Carol chorar é a mesma coisa que fazer algum tipo de tortura comigo. Tento passar o dedão por sua bochecha, mas as lágrimas cobrem meu dedo.
— Não faz isso, faz de tudo comigo mas não chora, por favor... — Eu a aproximo para mais perto do meu corpo. — O que aconteceu? — Eu pergunto, afastando fio por fio do rosto delicado dela. Minhas mãos ásperas em sua pele macia me fazem sentir um monstro tocando na joia mais rara do mundo.
— Não é nada, eu e o Bradoock... — Antes de ela terminar de falar, já estou de pé, pronto para acabar com a raça dele. — Não, não faz nada com ele, ele só quis ser simpático... — Ela diz.
— O que ele fez?
— Ele só quis tocar num assunto... droga, por quê sou tão frágil? — Ela diz as últimas palavras em um sussurro. Quando ela soluça, tenho vontade de agarrá-la e implorar para que pare de chorar. Meu coração está estilhaçado em mil pedacinhos.
— Você não é frágil... — Eu digo, mas ela me olha sem convicção. — Você é a garota mais incrível e forte que já vi na vida. Tem um jeito delicado de estar na sua, e se você chama isso de fragilidade... então sua fragilidade me deixa louco. — Comento comigo mesmo. Ela desvia os olhos para o chão, envergonhada, e dá um sorrisinho.
Ah, merda. Eu não sei a hora de fechar a boca mesmo...
— O que ele disse?
— Perguntou sobre minha mãe e minha família. Mas ele não sabia... isso só me abalou, só isso. — Ela diz. Só isso?!
Não sei o que dizer, e sinto vontade de me socar por isso. Por quê ela sempre tem soluções pra mim, e eu nunca pra ela? Ela continua chorando. Ela fica completamente linda chorando.
— Vamos pro quarto.
— Babi não deixaria você ir no meu quarto.
— Que se dane... você está chorando, e isso está me deixando de coração partido. Você pode me ajudar, mas eu não? — Eu digo. Ela dá um meio sorriso, e então eu a ajudo a levantar.
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maratona 3/5
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Talisman | Volsher. [Concluída]
RomanceCarolina acaba de perder a mãe. Com seus traumas passados sobre o terrível acidente envolvendo aquilo que achava ser sua família, ela se vê obrigada a mudar-se para a casa da tia, onde conhece sua prima e seus amigos. Carol não fala - pelo menos, at...