05 | Calor humano

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Foi apenas no exato segundo em que me senti ser jogado sobre os lençóis claros da cama de Svein, segundos depois de ter sido envolvido em outro beijo assim que saí do banheiro ainda um pouco cambaleante, que tive um pequeno vislumbre de consciência, finalmente entendendo, mesmo que por uma microparcela de tempo, o que estávamos prestes a fazer.

Eu não deixava de ficar nervoso sempre quando partia para o sexo, com quem quer que fosse, ainda que estivesse bêbado. Posso dizer, entretanto, que eu estava me sentindo um pouco menos tenso, se é que eu estava mesmo sentindo alguma coisa além de uma ansiedade imensa para que Svein me beijasse de novo. 

Ele subiu na cama com uma perna de cada lado do meu corpo, pegou a barra da minha camiseta e me livrou dela em questão de um segundo. Ao mesmo tempo, pareceu que o calor provocado pela bebida se dissipou de uma vez só quando senti todos os pelos fininhos do meu corpo se arrepiarem de novo, o que se tornou ainda mais perceptível quando parte do peso de Svein atritou com meu corpo quando ele chegou o rosto perto do meu e desejosamente trocou olhares entre meus olhos e lábios antes de atacá-los mais uma vez. 

O sabor do álcool fazia sua parte ao me ludibriar para que eu sequer percebesse que, enquanto apoiado sobre uma das mãos ao me beijar, Svein trabalhava em também tirar as minhas calças com a outra mão. Ao percebê-lo, acabei ajudando-o ao tirar a peça com com minhas próprias pernas em movimentos atrapalhados.

Em dado momento, Svein parou de sugar meus lábios e enrolar a língua na minha, colocou-se de volta sobre os joelhos e, logo na minha frente, desabotoou sua calça, abriu o zíper e se livrou dela quase como eu fiz, voltando a esfregar seu corpo no meu com avidez. Fechei os olhos por um momento, tentando me concentrar nas sensações. A respiração ofegante dele que acariciava minha pele sensível assim como as mãos grandes e cuidadosas, o constante atrito daquele volume cilíndrico e rígido contra minha coxa, os beijos estalados e o leve roçar de sua barba na área do meu pescoço.

Eu me sentia inacreditavelmente vulnerável, embora com a segurança de que nada de ruim aconteceria. Era uma sensação gostosa, que me aquecia por inteiro a um nível perto do infernal, ainda mais acentuadamente quando a trilha de beijos de Svein desceu do meu pescoço para o peito exposto, seguindo caminho na direção da minha cueca, única peça de roupa na qual eu ainda estava. 

Sob o som da minha respiração falha no silêncio e na penumbra do quarto, pedi para que ele parasse. Eu mal estava me aguentando ao tentar conter meu orgasmo, tanto que eu também podia sentir certa umidade absorvida pelo tecido da minha cueca branca. Svein perguntou se estava tudo bem comigo, e tudo que eu fiz foi rir perversamente antes de dizer a ele para que se deitasse no meu lugar.

Parecendo entender meu recado, Svein o fez, ajeitou-se deitando a cabeça sobre um dos travesseiros e, assim como eu fiz na sala, resolveu apoiar o antebraço na testa, olhando de rabo de olho para baixo em minha direção enquanto eu me posicionava cuidadosamente entre suas duas coxas, grossas como aquilo que recheava sua cueca preta posicionado para a direita.

Senti minha boca salivar com todas as percepções da cena. A visão de seu corpo perfeito aos meus olhos, inclusive das leves pulsações sob sua cueca, o deleitável som de sua respiração no mesmo compasso da minha, além, claro, do extasiante aroma másculo natural dele mesmo. 

Não resisti por muito tempo apenas olhando, então, apoiado nos cotovelos deitado de bruços sobre o colchão não tão macio, decidi brincar um pouco antes de partir para o mais interessante. Assim, mesmo que sobre o tecido, abocanhei o membro rígido que imediatamente pulsou com um gemido breve de Svein.

Fiz questão de demorar, provocar até que ele também chegasse perto de não conseguir conter o orgasmo, o que eu soube quando seus gemidos contidos e respiração rasa foram ficando cada vez mais frequentes. Então, com um olhar nada inocente e um sorrisinho travesso nos lábios, eu apenas movi os olhos para cima, para que pudesse encará-lo diretamente enquanto, de modo cuidadoso e um tanto provocante, abaixava sua cueca.

NORUEGUÊS - Série NaçõesOnde histórias criam vida. Descubra agora