Epígrafe

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Torci os dedos sob a manta escura...

"Por que tão pálida?" ele indaga.

– Porque eu o fiz beber tanta amargura

Que o deixei bêbado de mágoa 


Como esquecer? Ele saiu sem reação,

A boca retorcida, em agonia...

Desci correndo, sem tocar no corrimão, 

E o encontrei no portão, quando saía.


"É tudo brincadeira, por favor,

Não parta, eu morro se você se for.

E ele, com um sorriso frio, isento,

Me disse apenas: "Não fique ao relento"

— Torci os dedos sob a manta escuraAnna Akhmátova.

As Três Damas da Rainha - um contoOnde histórias criam vida. Descubra agora