Cap. 1

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Ano de 512, capital Nortúmbria do Reino Canaã ( 112 anos pós I Guerra divina)

A neve caia delicadamente sob o solo da cidade de Nortúmbria, era chegado o inverno. Um inverno tão congelante quanto a situação miserável dos habitantes menos favorecidos; a escassez de comida assolava o reino e matava muitos mendigos e crianças mais novas de fome. Adultos estavam adoecendo pelos trabalhos insalubres, devido à falta de oferta para tamanha demanda.
Eram tempos difíceis, entretanto a família real Haro nunca pregou isto, as palavras prosperidade, prioridade e trabalho duro eram o lema e o tema do reinado deles quando o vigésimo rei Heitor Haro XX assumiu a capital no ano de 504.
Neste mesmo ano (504) uma família se iniciara, a família que embora a matriarca não soubesse o peso da importância do ser habitava seu ventre tinha, acabaria se desfazendo alguns anos após.

Eloá D'lerri uma jovem mãe solteira, no ano de 512, criava seus dois filhos sem a ajuda de ninguém. Naquele ano a resistência por parte de Eloá para que sua família resistisse ao inverno destrutivo teria passado de todos os limites, ela estava se sacrificando o máximo que podia para alimentar e ensinar os seus filhos como se comportar nessa sociedade de servos e deuses sem serem mortos ou punidos.

- Arrumem-se crianças - disse Eloá vestindo o cachecol vermelho bem velho que achou largado na gaveta de um pequeno armário onde guardava todas as vestes da família, uma vez que eles não tinham muitas.

- Aonde vamos mamãe? - murmurou o pequeno Gael de apenas 8 anos

- Para o templo, hoje é dia de agradecer aos deuses pelas graças das colheitas mesmo neste inverno tão ruim. Vista seu casaco mais arrumado e vista sua irmã, precisamos ser devotos e prestar nossa imensa gratidão aos deuses - disse Eloá

A pequena Miriã de apenas 4 anos corria de um lado para outro do pequeno casebre de madeira, onde aqueles três chamavam de lar. A pequena tinha energia para três e era uma criança belíssima, assim como seu irmão, Gael tinha a pele branca como leite e os cabelos mais vermelhos que o fogo, tão lisos que escorriam em sua face desenhando seu rosto como uma obra de arte; seus lábios pequenos e rosas que contrastavam com o azul de seus olhos, a cor do céu. Um azul penetrante e inocente, os olhos de um anjo. Miriã tinha os cabelos longos e castanhos comos os da sua mãe, e os olhos azuis como seu irmão, Eloá dizia que o azul de ambos olhos tinham sido herdados por seu pai que faleceu quando Miriã tinha 1 ano de idade e desde então ela cuida dos dois e trabalha na colheita sustentando e protegendo ambos.
Depois de vestidos e o mais arrumados que puderam os três seguiram pelo caminho de pedras até o coração da capital de Nortúmbria, o Templo do Sol.

-Mamãe oque exatamente os deuses fazem? - disse Gael

- Ora, eles nos protegem contra os desastres naturais, nos dão boa sorte nas colheitas, de trigo e uva por exemplo. Eles concederam à nós humanos a própria vida, devemos ser muito gratos à cada um de nossos deuses e como a mamãe ensinou vocês devem respeitar os sarcerdotes e a família real. Eles são muito importantes, já que o rei nos governa e os sacerdotes falam com os deuses por nós e pedem as graças em nome dos humanos.

- Eles parecem ser muito legais esses deuses não é mamãe? Queria conhece-los, o papai os conheceu mamãe?

- Não.. não meu filho.. seu pai trabalhava na colheita comigo.

- Então eu vou conhecer esses deuses pelo papai e por você mamãe, vou pedir muitas coisas boas, como luvas novas mamãe, essas estão meio ruins

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