Cap.5

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Ano de 522

Enquanto isso no Éter, numa sala de dimensões incalculáveis, altura inimaginável e chão de porcelana estavam sentados os seres mais puros que o mundo possuía, ou era assim, que eles acham que eram. Montados em glória e pousados em seus tronos particulares ao redor da infinita mesa de mármore estavam cerca de 10 celestiais mas não tão importantes quanto Syn, Beijamin e Apolo. A autoridade deles e sobretudo de Syn era notória e absurda. Ao levantar os olhos, Syn se impunha sobre qualquer outro reles celestial ali. Por mais poderoso que ele fosse.

Syn levantou a voz, então

- Eu acho que precisamos chegar em um consenso meus caros.. se puderam observar os mortais.. entre eles a raça de bastardos e mestiços cresceu. E cresceu não só em número. A ameaça deles pode surgir como um empecilho para nossa dominação sobre Nortúmbria.

Então arrogantemente Apolo olhando para os demais proferiu o seguinte

- Ora minha amiga, irei eu me preocupar com mestiços que soltam faíscas e gotas dos dedos? ( Riu sarcasticamente)

- Eu acho que devíamos ouvir as futuras preocupações - disse Syn

- Preocupações? Chama isso de se preocupar? Quero novas oferendas. Estes mortais inúteis se debruçam para nos dar porcarias sem valor. Somos deuses merecemos muito mais que porcos e ovelhas.

- Hum.. que tal experimentar o sangue mestiço? - Disse Beijamin levantando-se do seu trono radiante em ouro cravejado de pedras vermelhas

A sala se tornou uma bagunça, os demais celestiais pasmos com a ideia, se questionavam e fofocavam entre si produzindo burburinhos. O barulho logo acendeu a faísca de raiva de Syn que levantou a voz para pôr ordem no local onde o som vagava sem fim

- Ora ora.. meu irmão.. sangue mestiço? - disse ela lambendo a ponta da unha pontiaguda vermelha, com sua língua fina e longa. Sua boca esbanjava um sorriso perverso de satisfação mostrando seus caninos que se pareciam mais com presas afiadas - Me agrada bastante. Podemos nos livrar de meras pedrinhas no caminho e além do mais, quem se prejudicaria tanto com o crescimento dos bastardos seria a própria Nortúmbria. Concordam?

- A hipócrita família Haro odiaria saber que há mais alguém com poder para influenciar pessoas ... Bem, não parece uma ideia ruim - disse Apolo - Embora a ameaça seja inexistente para um ser magnífico como eu.

- A ideia é conter o avanço dessa praguinha. Podemos dizer aos sacerdotes que esta seria a oferenda necessária para uma grande colheita, algo de fartura absurda. Eles cairão como ratazanas..
É verídico que a casa dos Haro sabe do uso de magia de alguns cidadãos. Mas eles se negam a acreditar nisso.. e muito menos se envolver com os elfos.. pra nós seria de grande vantagem. - Disse Beijamin.

- Vamos pedir a cabeça deles então? - perguntou um celestial do recinto

- Sim. A cabeça, o tronco.. o sangue; a alma deles. Quero beber desse licor que já me parece delicioso - disse Syn - mas claro.. tudo pelo bem dos nossos mortais de estimação não é? ( Riu maléficamente)

522, capital do Reino de Canaã, Nortúmbria


Gael estava sentado no pasto, na vasta grama bandeira, o céu naquele dia parecia então, mais azul do que qualquer outro. O sol raiava e uma paz inundava o peito indeciso do jovem mago. Seus lisos cabelos vermelhos jogados fio à fio na grama. Seus olhos tão azuis quanto o céu observaram o dente de leão que seus delicados dedos seguravam. Ao soprar viu a flor se dispersar e o vento soprar em direção a figura que viria em sua direção.
Com um olhar apaixonado, a bela cor de neve, com seus cabelos pretos em contraste com sua boca vermelha destacavam também, o castanho de seus olhos. Vinha como uma miragem meio ao campo. Vestida num linho cor lilás, Liz se aproximava de Gael. Era com certeza a visão que ela queria ver todos os dias ao acordar... Seu amado ali, deitado e sereno.

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⏰ Última atualização: Aug 18, 2020 ⏰

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