Eu Sou o Ex-Noivo.

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Jimin POV

Estávamos no shopping, estávamos todos quietos. Não por tédiovergonha ou raiva, mas porque não tinha mesmo o que falar.

Um cara passou do meu lado, trombando no meu ombro. Estava de boné rosa e roupas pretas, mas quando levantou a cabeça, reconheci de cara.

Sentia meu tronco queimar de medo e nojo. Meu coração se disparou, e minha garganta se abriu, meus olhos se abriram, minhas mãos estavam suando. Cheiro de chocolate apareceu.

- Jimin! - Ele parecia confiante.

- Aí, não.. - O homem á minha frente, queridos, é meu ex. Ex-noivo.

~Tempos atrás..

"Vi Kyu de costas, sentado na nossa cama. Olhava para sua mão..

- O que tem aí? - Perguntei, rindo ao vê-lo se assustar

- Nada. - Deu um sorriso escondido.

- Kyu.. O que tem aí? - Estava brincalhão.

Peguei de sua mão o que parecia uma caixinha. Corri pela nossa casa, indo até a sala e vi que ele estava longe. O caminho todo eu ria, enquanto ele me chamava animado.

Abri a caixinha e vi um anel. Um grande anel. É o que estou pensando..?

- Eu ia te fazer um pedido, sabe? - Ele coçava a nuca, sorridente.

- Kyu.. Mas agora? - Estava assustado, mas o sorriso no meu rosto denunciava.

- Sim, amor.

Eu já lacremejava e o abracei com maior força possível. Nos afastamos e ele me deu um selinho. Depois, colocou a aliança no meu dedo."

~Anos depois..

"Estava bem tarde. Ou melhor, bem cedo. Era seis da manhã. Não dormi, não ousava fechar os olhos. Kyu não voltara para casa. Nesse dia, eu deveria estar em viagem, visitando meus pais na minha cidade.

Bom, pra vocês devem estar tudo confuso. Kyu encantou meus pais, e falou que pediria minha mão. Porém, ele já era de outra cidade, e eu teria que me mudar para lá. Ele não queria ir á minha cidade. Assim, eu mudei de escola e de cidade. Sim, eu ainda era até que novo. Mas meus pais meio que.. Me obrigaram a aceitar. O cara era rico, entendem? Eu o amava por tudo, menos pelo dinheiro. Mas minha família precisava do dinheiro, então, mesmo não estando pronto para casar, aceitei e fui morar com o mesmo.

Nesse dia minha mãe adoeceu gravemente, e fui visitá-la. Mas queria fazer uma surpresa ao Kyu, e cheguei um dia antes, á noite, pelas nove. Ele não estava em casa, e esperei apoiado na parede, no canto da sala. O cômodo estava todo escuro, com uma luz amarela fraca de duas velas em cima da mesa de jantar. Fiz macarrão, mas pelo visto voltou a ser congelado pela demora.

A porta foi aberta, mas estava cansado demais para levantar. Olhei e vi uma mulher. O cabelo bagunçado, um top que aparecia o sutiã e um shorts jeans. Meu noivo estava logo atrás, fechou a porta e a beijou.

Sim, a beijou. Na minha frente, mesmo sem saberem.

A mulher percebeu que a luz estava ligada, e se separou dele sorrindo, olhando para trás.

- É um jantar? Á luz de velas? - Sorriu, dando um abraço no MEU noivo. Eu tampava minha boca, tentando não fazer nenhum barulho, e meus olhos esbugalhados. Isso me fez processar: eles parecem estar junto a bastante tempo. Não é só.. Sexo, parece ter amor também. Isso me deu um revertério..

- Não, eu não preparei.. - Foi até a mesa. Vou que era macarrão. Colocou o dedo e viu que estava bem frio. - Quem será que-

Seus olhos dobraram de tamanho ao me ver no canto escuro.

- J-Jimin.. - Ele olhou a mulher, que estava confusa. - Amor..

- Espera.. Gays? - Ela ficou com cara de nojo - Eww! - Correu pela porta, indo embora. A porta ficou aberta, e vi que a lua ainda estava no céu repleto de estrelas.

Eu levantei.

- Jimin, eu posso explicar!

- Essa é a coisa mais clichê que já ouvi. - Dei uma risada fraca. - É típico de idiotas que traem seus noivos.

Saí pela porta, simplesmente andando pela rua. Estava com a mesma roupa que entrei faz nove horas. Só peguei meu sapato na porta, e fui vestindo no caminho, tentando não cair. Percebi que Kyu não me seguia. Ele sabia que não tinha como explicar. Olhei ao céu estrelado, e vi uma estranha ave gigante preta. Bom, talvez seja um anjo do satanás pra buscar meu ex-noivo.

No próximo dia, fiz minhas malas e voltei para casa. A última vez que vi Kyu, foi quando joguei a aliança na sua cara, atravessando por aquela maldita porta. Porém, ele teve coragem de dizer:

- Te vejo por aí, amor."

~Nos tempos de hoje..

Estava pasmo em vê-lo. Ele parecia ter ganhado uma coragem enorme. O mesmo chegou perto de mim, muito perto, e segurou minha cintura. Meus braços estavam abertos, não colocaria minhas mãos em seu peito nunca.

Jungkook chegou perto, cruzando os braços e olhando inacreditado com o cara.

Aham! Licença? - Kookie chamou atenção.

- Ah, oi. Te conheço? - Sua mão desceu á minha bunda.

- Bom, não. Mas daqui a pouco sim. - Afastou 'gentilmente' as mãos de Kyu.

- Cara, quem é você? - Ele estava nervoso.

- Não, eu que pergunto. Quem é você?

O noivo do Jimin. - Sorriu colocando uma mão no bolso de sua calça, a outra levantando no rosto de Kookie, mostrando a aliança que havia jogado em sua cara.

Eu não acreditava nisso.. Via o pessoal aos poucos acreditando, e a guarda alta de Jungkook sumiu.

Eles cercaram Jungkook, o dando palavras de consolo, mas o mesmo correu para longe, a saída do shopping. O segui.

Consegui o alcançar na frente da Renner™, quando ele começou a andar.

- J-Jungkook, me deixe explicar! - Segurei seu braço, ele se surpreendeu ao me ver.

- Que frase clichê.. Não acha? - Continuou a andar, sem me olhar.

Isso foi o que eu disse para Kyu..

- Por favor, me ouça!

- Não tente se explicar. - Ele começou a correr novamente, e continuei o seguindo.

Desviava de carrinhos de bebê, de casais de mãos dadas, famílias cheias de crianças e adolescentes passeando. Alguns gritavam alguma grosseria, outros riam de nervoso, e outros não se importavam.

Lá fora não achava ele. Andava em uma parte em que é bem vazia, esperando o encontrar. Queria o explicar.. Que aquilo não é a verdade toda.

Do meu lado, um carro parou. A porta se abriu, mostrando Kyu com um sorriso maléfico.

- Venha. - Mandou.

- O-O quê? - Dei um passo para trás, o olhando com ódio. Ele saiu e se aproximou. Senti meu estômago se revirar, meus olhos se encherem de lágrimas e meu coração quase parar, mas também senti algo pontiagudo em minha coxa, furando o tecido.

- Entre, no, carro. - Disse sério, devagar.

- E-Eu já entro.. - Não tive escolha, entrei no maldito carro.

Eu Sou o Quê? - HIATUSOnde histórias criam vida. Descubra agora