Emory fica estático, pois esperava que ela se envergonha-se de estar despida em frente a um estranho, ainda mais um homem, mas pelo contrário, ela lhe dá as costas e calmamente segue para as margens do rio, o que deixa o seu corpo mais em evidência a cada passo.Cobre-se calmamente com um manto negro, mais uma vez o encara brevemente e segue caminho por dentro da mata.
Desconhece o sentimento que lhe abate, mas não pensa em outra coisa a não ser segui-la.
Rapidamente solta Raio Negro e o monta sem pestanejar a seguir o mesmo caminho que a jovem. Ao adentrar por entre frondosas árvores antigas, olha para todos os lados e questiona onde ela estaria, como conseguiu caminhar tão rápido e fugir de suas vistas, mesmo assim segue reto pelo caminho emoldurado por um corredor de flores de várias cores e aromas, seguindo apenas seu extinto. Raio Negro acalma o passo, como se também estivesse extasiado com toda à paisagem e os sons da floresta. Alguns minutos passam e nota uma singela cabana com um riozinho ao lado, cercada por vegetação. Quanto mais se aproxima,avista uma chaminé à soltar uma leve fumaça esbranquiçada que exala um odor adocicado de ervas das quais não consegue identificar. Desmonta do cavalo e segue à passos lentos em direção aquela cabana com o Raio Negro ao seu lado. Encontra o local próximo e o amarra mais uma vez. Ao seguir em direção à pequena estradinha que dá até a cabana, uma doce voz ao seu lado lhe arrepia a alma.
- Milorde está perdido? - fala em tom suave. Emory após tantos anos de treinamento, não demostra surpresa, então vira-se em direção à voz que está tão perto de si.
- Não, mas a milade não parece surpresa com minha presença. - Nota Pandora sorrir com a resposta.
- Estou acostumada com forasteiros, ainda mais os que aparecem de repente e gostam de ver moças tomarem banho no rio. - fala sem pudor algum e aprecia sua atitude.
- Desculpe, não foi proposital. Estava tentando me refrescar um pouco do calor quando a avistei no rio. Não é do meu feitio fazer esse tipo de coisa, foi apenas uma coincidência. - Confessa meio sem jeito.
- Percebo sua sinceridade. - sorri levemente. - Já que está aqui... Gostaria de um pouco de chá? - convida e o encara aguardando resposta.
- Se não for incomodo milade, aceito sim.
Ela acena para que prossigam pra dentro da cabana.
Ao entrar nota o quanto o local é simples, com poucos móveis, mas aconchegante. Uma lareira acesa à sua esquerda em meio a uma pequenina sala, onde no meio possui um tapete com várias almofadas coloridas que parecem bem confortáveis. À sua direita uma cama de madeira escura, uma mesa para quatro lugares, mas que possui apenas duas cadeiras rústicas com um vaso de violetas à ornamentar. Todo o local, apesar de pequeno é ornamentado com flores de cores vívidas,ervas, alguns vidros em prateleiras de madeira que desconhece seus conteúdos. Há poucas janelas, mas todas estão abertas deixando o ar fresco e a luz adentrar o recinto trazendo uma iluminação quase surrealista junto com o aroma suave.
Percebe que ela o está observando, como se avalia-se o que estava achando do local.
- Pergunte o que tem vontade de saber. - indaga Pandora.
Pego de surpresa pigarreia pra tomar tempo.
- Estava aqui imaginando como consegue viver em um lugar tão simples. - fala a primeira coisa que lhe vem à mente, numa tentativa de desviar a real dúvida.
- Não é isso que tem vontade de saber. - ela sorri suavemente e seu sorriso se desfaz aos poucos ao encará-lo sem jeito.
- Tem razão. Milade é muito observadora. - Emory desvia o olhar para os livros na pequena estante à sua frente.
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Amaldiçoados
Fantasy*Sinopse improvisada* França, ano de 1357. Pandora se vê sozinha após o falecimento de seu Tutor e Mestre, mas é grata por tudo o que aprendera e pela pessoa que se tornou. Reside em uma pequena cabana cercada de natureza e é lá que aprimora seus...