Sangria [ 2jae ]

oolong

Oolong: chá chinês tradicional, situado entre o chá verde e o chá preto em termos de oxidação

Calor.

Nunca antes um sonho lhe deixara pingando tanto de suor antes, com o que tinha entre as pernas melado pelo orgasmo que tivera durante o seu sono. Fora inédito. Os olhos ainda estavam lá, não lhe causavam nenhuma sensação de medo e nem lhe perseguiam, mas dessa vez era Youngjae que implorava por sua atenção, para ser tomado por ele, para senti-lo de diversas formas até resultar em seu ápice que fez a sua pele ficar febril, o suor se acumular debaixo do edredom quente e a ereção expelir clímax enquanto dormia.

E era tão perturbador quanto um pesadelo, mas ele acordou sentindo-se bem melhor. Era como se tivesse se aliviado sozinho, com suas mãos, mas na verdade fora o seu sonho. Os olhos dele, a boca dele, o membro se movendo dentro dele...

Ele não queria associar o sonho a alguém, como um sonho erótico louco, principalmente associar aos seus pesadelos anteriores, mas era impossível não associar, visto que os olhos eram os mesmos do seus pesadelos que lhe perseguiam e perturbavam o seu sono a tantas semanas. E ele também não queria associar o olhar a alguém, mas que parecia muito com ele...

É, talvez fora má ideia dispensar a ida à casa de Jackson, a falta de alívio estava começando a mexer com a sua cabeça, pois ele poderia jurar que o rosto que vira em seu sonho fora o de Jaebeom.

Eu estou mesmo ficando louco.

Recebeu milhões de mensagens de desculpas, entre áudios de um minuto e figurinhas engraçadas implorando por seu perdão de Jackson no dia seguinte, mas ainda estava se fazendo de difícil e mal humorado. É claro que não ia adiantar de muita coisa com o chinês, pois se Youngjae sabia ser mal humorado, Jackson sabia ser insistente, e no dia seguinte ele estaria batendo em sua porta com um bolo confeitado com um pedido de desculpas para se fazer de arrependido. E Youngjae, é claro, fingiria que o desculpou. Até porque ele gostava muito de bolo confeitado.

Mas por incrível que pareça, o que vinha preenchendo a sua mente não fora o fato de Jackson, seu suposto namorado, tê-lo abandonado no frio, mas todo o comportamento de Jaebeom, que prosseguia sendo um mistério. Toda aquela história de aparecer acompanhado, depois dispensar a companhia, chamá-lo para conversar e depois acompanhá-lo até em casa. Ele era todo estranho, mas um estranho que estava ocupando demais os seus pensamentos

Quando chegou em seu turno de trabalho de hoje e Jaebeom mais uma vez estava lá, lhe fitando com aqueles olhos diferentes e intensos, ele até mesmo se deu ao prazer de formular uma história em sua mente para qual um homem atraente - bem, a essa altura Youngjae já não podia negar o quanto ele era bonito - como ele estaria fazendo todas as noites, gastando a sua madrugada inteira, dentro daquele bar para lançar os seus olhos felinos para alguém como Choi Youngjae. O barman fantasiou que ele era um rico CEO casado procurando uma aventura com discrição, também pensou em um herdeiro chaebol entediado que pegou o barman como o seu novo brinquedo, pensou em um mafioso que precisava matá-lo para transplantar o seu coração no seu chefe no leito de morte, e também pensou num vampiro que queria sugar todo o seu sangue, porque por algum motivo Youngjae parecia muito apetitoso.

O que era uma teoria um pouco ridícula, mas a mente de Youngjae podia ficar entediada com bastante frequência. Até porque o homem havia deixado claro no dia em que se conheceram que a sua intenção era outra coisa não relacionado a mortes, apesar de Youngjae tê-lo rejeitado. O estranho era justamente ele continuar por perto mesmo depois da rejeição e mesmo assim não tentar mais nada consigo. Às vezes o barman o via acompanhado no bar de uma pessoa ou outra, outros clientes do bar, sempre conversando casualmente bebendo o seu uísque, mas nunca no mesmo nível de intimidade de que ele vira com aquela mulher no outro dia, e a atenção de Jaebeom sempre acabava se focando em si novamente quando o seu amigo ia embora.