absynthe

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Absinto: O absinto é uma bebida destilada feita da losna. Anis, funcho e outras ervas também podem entrar na composição. Foi criado e utilizado primeiramente como remédio pelo Dr. Pierre Ordinaire, um médico francês que morava em Couvet, na Suíça, por volta do século XVIII. É conhecida pela bebida dos boêmios parisienses e popularmente chamada de fada verde pelos seus efeitos alucinógenos



Estressado é como ele se definiria. Estava prestes a matar qualquer um que lhe provocasse minimamente, especialmente seus colegas de trabalho, que era quem ele mais desejava o assassinato – além dele obviamente. Esperava que Jeongyeon não estivesse em um daqueles dias terríveis para que os dois não se atracassem pela garganta um do outro como dois animais selvagens, porque ele definitivamente não estava com paciência para o mal humor dela e duvidava que ela também estaria com paciência para o seu. Ele também não tinha dias bons.

Queria poder beber a vodka do bar às vezes.

Não sabia dizer exatamente qual era o teor da sua irritação. Talvez fosse porque estava dormindo pouco, sempre acordando exausto de seus pesadelos ou sonhos eróticos - não sabia mais diferenciar quais eram o que. Talvez fosse o trabalho em si, porque sua chefe continuava pegando em seu pé visto que seu rendimento caiu agora que a sua mão estava enfaixada. Talvez fosse pelo fato de saber que o lugar que trabalhava estava infestada de criaturas sugadoras de sangue ou quem sabe que tipo de coisa pior. Talvez fosse a ansiedade de saber que estava guardando um segredo de Jackson (como explicar que havia se envolvido sexualmente com algo sobrenatural sem parecer uma traição?) Talvez ele realmente precisasse de um terapeuta. Um coquetel rivotril bem forte e uma dose de álcool para deixa-lo inconsciente e sem sonhos por horas era o que ele mais precisava.

Ou talvez fosse porque embora Jaebeom tivesse lhe dito que ele não viria mais atrás de si ele veio naquele dia. Ou nem podia dizer isso, considerando que este nem olhou em sua cara. Então o que ele foi fazer lá? Era o que pensava enquanto tentava não estourar o cristal fino das taças com suas próprias mãos ao retirá-los da mesa.

Enfim, resumidamente estava querendo explodir o mundo, algum problema? Todos tinham dias ruins, mesmo que os de Youngjae estivesse durando alguns dias. Só que bem, aparentemente no seu trabalho havia sim, havia um problema, principalmente quando ele ficava distraído a ponto de deixar uma taça de cristal se partir do chão, recebendo uma censura de sua gerente, que já não estava muito para o seu mal humor.

— Youngjae! - ela ralhou, vindo ensandecida em sua direção. Hoje Jeongyeon usava uma saia lápis com meia calça junto com o colete e camisa branca do uniforme. Engraçado, ela sempre usava calças.

Ele não estava se sentindo nada bem hoje. Sentia-se sufocado e sabia que não iria aguentar outro esporro da gerente. Precisava urgentemente sair para esfriar a cabeça, o seu estresse estava atingindo níveis preocupantes e estava a muito pouco de ser demitido.

— Eu sei, eu sei. Foi minha culpa. Eu vou limpar, ok? - Youngjae respirou fundo, tentando se manter calmo para não estourar. Se abaixou, começando a recolher os cacos. – Jeongyeon, me dá dez minutos. Só dez minutos, quando eu terminar de limpar. Eu realmente preciso de um intervalo.

Ela lhe olhou de uma maneira estranha. Jeongyeon raramente lhe olhava com o olhar de compreensão. Desconfiava que ela não gostava de homens no geral, mas parecia estar confiando em si aos poucos. Ela suspirou e se aproximou dele, afastando-o dos cacos de cristal, que no geral eram menores do que os de vidro.

— Você é um inútil, deixa que eu tiro para não ter outro acidente.

Youngjae piscou os olhos, mal acreditando que ela estava lhe sugerindo esse tipo de coisa, e lhe poupando uma tarefa.

Sangria [ 2jae ]Onde histórias criam vida. Descubra agora