—Bem me quer, mal me quer, bem me quer, mal me quer, bem me quer—repetia num sutra enquanto arrancava as pétalas da dália roxa.—Mal me quer. Caralho!—rosnou irritado jogando o caule —já sem nenhuma pétala— no chão e o pisando.
Já era a segunda flor que caíra em mal me quer.
Talvez fosse grosseiro arrancar as pétalas das flores que ganhara de Midoriya, porém estava tão frustrado que não se importava nem um pouco.
Era o ultimo dia antes da peça.
Logo não teria mais um motivo para visitar Midoriya
Kirishima que estava jogando em seu Nintendo revirou os olhos.
—Cacete Katsuki, cala a boca.—grunhiu o ruivo.—Eu to querendo passar de fase a uma hora, mas não dá pra mim me concentrar com você ai gritando que nem uma criancinha birrenta.
—Criancinha birrenta é a puta que te pariu cabelo de merda.—respondeu.—Vá se foder!
Kirishima sorriu malicioso.
—Diferente de você, eu tenho alguém pra foder.—respondeu safado.
Bakugo deixou seu estado lamentável para quebrar a porra do jogo na cara do ruivo.
Cacete, pela milésima vez, por quê diabos era amigo de Kirishima Eijro?
(•••)
Quando entrou na estufa naquele começo de tarde, estava decidido.
Talvez fosse a última vez que veria o garoto, mas aproveitaria ao máximo.
Chegou e viu que o esverdeado estava cortando as margaridas para a peça.
Sorriu.
—E ai?—disse.—Me dá uma tesoura.
Midoriya olhou para si.
Mas o garoto parecia estranho.
Parecia nervoso?
Mas por quê?
Quando finalmente ele respondeu, parecia estar triste.
—Sabia que você viria.—sorriu ele.—Pegue.—jogou lhe uma tesoura .—Corte os girassóis, ponha eles nessa cesta, cuidado, ok?
—Claro.
Cortou os girassóis cuidadosamente.
Quando acabou, sua cesta estava cheia.
Ok, talvez tivesse cortado o bulbo umas sete ou oito vezes, mas isso não importava, certo?
Midoriya—que também havia enchido a sua cesta—limpou o suor da testa antes de pegar uma garrafa de água, beber e jogar para Bakugo.
Agradeceu e bebeu a água do gargalo.
Midoriya corou.
Oh, merda.
Aquilo contaria como beijo?
Ficou vermelho antes de a largar.
Midoriya por fim pegou uma das margaridas e lhe deu.
—Obrigado de novo.—disse meio cabisbaixo.
Não queria sair do local...
—Ei Izuku.—chamou num impulso.
Midoriya o olhou surpreso.
—Você sabe o significado dessas flores?—perguntou.
O garoto piscou antes de assentir.
—Então você as dá pra mim de propósito?
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Blue Violets Before Spring
FanfictionBakugo apenas queria comprar um macchiatto para si depois de uma manhã cansativa de partituras, porém o professor de teatro acaba por aborda-lo no meio do caminho e pedir-lhe para encomendar algumas flores na estufa da universidade. Irritado e cansa...