(Não) dê violetas ao seu crush

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Entrou na estufa naquele dia com seu baixo nas costas e um sorriso no rosto.

Encontrou seu namorado — oh, e como gostava de chamá-lo assim — sentando de frente à mesa de madeira enquanto olhava alguns papéis, com o rosto franzindo.

Bakugo riu antes de esconder algo atrás da árvore de romã e andar até o esverdeado.

— Oi, está com dificuldade aí? — sorriu para Izuku, que virou para si.

O garoto devolveu o sorriso e logo depois fez um biquinho soltando um muxoxo.

— Oi, Kacchan. — respondeu o menor.

Kacchan era o apelido super fofo que havia ganho, e modéstia à parte, amava.

Bakugo se aproximou e olhou o papel sobre à mesa.

Suas partituras estavam um tanto amassadas no canto das folhas.

— Com o que está tendo dificuldade? — sorriu Bakugo.

O esverdeado estava tentando de verdade afinal...

— Na última parte, eu não consigo fazer a corda fazer o som que eu quero... — grunhiu o esverdeado soltando um suspiro.

Bakugo riu.

Depois de começarem a namorar, o loiro começara a dar aulas de baixo e teclado à Midoriya, e apesar do garoto ter pego muito bem o teclado, ainda tinha bastante dificuldade com o baixo.

— Certo. — disse pegando seu próprio baixo e dando na mão do namorado.

Colocou os dedos do menor sobre a corda levemente e o fez pressionar uma parte superior do baixo.

— Você tem que ir descendo a mão esquerda enquanto puxa a corda com a palheta da direita. — explicou.

Midoriya tentou, uma ou duas vezes até sair o som exato.

Sorriu feliz.

— Eu consegui! — exclamou.

Bakugo sorriu e andou até a árvore de romã, tirando um buquê de lá.

Se aproximou do namorado e lhe ergueu as flores.

— Bem, dessa vez quem vai lhe dar flores serei eu. — sorriu.

Midoriya olhou para ele surpreso antes de pegá-las com cuidado.
 — Violetas! — exclamou.— Mas elas não costumam florescer no outono...

— Foi meio difícil de achar, os vendedores me chamaram de louco. — Bakugo riu.

Midoriya sorriu e puxou o maior para um abraço apertado, antes de, nas pontas dos pés, lhe dar um beijo demorado.

— Eu te amo. — disse ele para o loiro.

— Eu também. — respondeu beijando-lhe o topo da cabeça.

Ok, havia passado por mil e um desafios até chegar ali.

Mas estava tudo bem, porque naquele momento, dando a Midoriya violetas azuis antes da primavera, Bakugo se sentiu plenamente completo e feliz.

Sua onda de azar tinha passado afinal...
 

Blue Violets Before SpringOnde histórias criam vida. Descubra agora