(Não) se apaixone pelo carinha da botânica

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Depois de quase enfiar sua cabeça em um dos vasos de planta do esverdeado, apenas olhou desconfortável para o menor. Ele parecia centrado e parecia avaliar o pedido.

Desviou o olhar do garoto.

Não podia ficar olhando-o, seria muito estranho...

Suspirou e olhou para as plantas do local.

Não sabia muito sobre plantas, na verdade nunca fora bom em ciências desde muito pequeno — nem sequer sabia a diferença entre Angiospermas e Gimnospermas — mas conseguiu identificar algumas samambaias aqui e ali e também uma flor azul arroxeada.

Se lembrava delas, pois o quintal de sua avó era infestado delas.

Lembrava muito bem de seu avô tentar fazê-lo comer uma das pétalas delas.

Se aproximou delas.

"Violeta"

O nome veio em sua mente de repente.

Olhou as flores pequeninas.

Tocou de leve suas pétalas delicadas.

Talvez tenha ficado muito tempo parado olhando e tocando-as, pois nem percebeu a sombra sobre si.

— Parece que você gostou mesmo delas... — disse o garoto divertido.

Bakugo saltou de susto.

— Ah, é que eu já comi uma delas. — disse sem pensar.

Arregalou os olhos. Não acreditava no que havia dito...

Ah que vergonha...

— Ah, não! quer dizer... — se enrolou e corou envergonhado.

Porquê diabos havia dito aquilo?

O esverdeado inesperadamente riu.

— Elas são comestíveis mesmo. — sorriu o garoto. — De vez em quando eu até como uma.—disse.

Ok, aquilo era algo bizarro, mas não podia dizer nada quando já tinha feito a mesma coisa.

— No quintal dos meus avós tinham muitas delas. — disse Bakugo.

— Elas costumam aparecer do nada mesmo. — riu o esverdeado.— São como ervas daninhas, quando arrumam um bom lugar pra ficar, elas se multiplicam muito rapidamente, mas digamos que elas sejam as minhas flores favoritas.

— Eu gosto da cor delas...

— Não é bonita? — disse o esverdeado animado chegando mais perto.

Bakugo corou com a aproximação.

O menor percebeu o que fizera e tossiu constrangido.

— Bem... — o esverdeado disse, um tanto envergonhado — Diga ao professor que as flores estarão preparadas até o festival, e que ele apenas deve passar aqui e pegá-las. — se afastou e mexeu em um papel que havia em cima de uma mesa feita de caixote e tábuas de madeira e o entregou. — Ah! E antes que saia... — sorriu pegando uma das violetas do vaso e o entregando.—Obrigado.

 Bakugo pegou a violeta e agradeceu.

Quando saiu só pôde pensar em uma coisa.

No quão rápido seu coração batia.

Estaria mesmo ele apaixonado pelo carinha da botânica?

Blue Violets Before SpringOnde histórias criam vida. Descubra agora