O filho do boneco de neve - Draco Malfoy

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Quando recebi a minha carta dizendo que era uma bruxa, teve até festa na minha casa. Meus pais são trouxas e por isso demoraram um pouco para entender o que estava acontecendo. Estudei no Castelobruxo — escola de bruxaria do Brasil — durante dois anos. Tudo estava certo para continuar no terceiro ano, até que meu pai recebeu aquele bendita promoção. Iríamos morar na Inglaterra.

Fiquei irritada e triste até o fim do ano. Na tentativa de me acalmar, minha diretora disse que faria um pedido para a escola de Londres me aceitar, mesmo que seja quase impossível. Assim que chegamos em Liverpool — onde iríamos morar — recebi a minha carta com o selo de Hogwarts. Fiquei feliz por poder continuar os meus estudos, mas infelizmente, deixei meus amigos para trás.

Semanas depois, eu finalmente estava em Hogwarts. Caminhei com os primeiranistas para o salão principal onde seria feito a seleção das casas. Sentia meu corpo formigar de nervoso e também de excitação. No Brasil não existiam casa, o sistema era um pouco diferente.

Quando o chapéu seletor foi posto em minha cabeça, não demorou muito para que gritasse: SONSERINA!

Tinha lido sobre aquela casa e não deveria ter sido selecionada para ela. Era uma nascida-trouxa e aqueles seres odiavam os como eu.

Os alunos da minha casa pareciam surpresos e alguns até com raiva. Fui me sentar em um dos bancos livres tentando não entrar em pânico. Eu sou uma nascida-trouxa. Não deveria estar na Sonserina e todos sabiam disso.

— Puxa!— diz um garoto branco como papel que estava sentado à minha frente.— Não sabia que a Sonserina aceitava aberrações.

O loiro oxigenado riu junto com os seus amigos da própria piada.

—E eu não sabia que aceitavam babacas.— sorri.— Cara, o que você é? Sua mãe dormiu com um boneco de neve? Seu cabelo tá precisando de uma cor.

— Olha ela, sabe morder.— disse ainda sorrindo.— Escuta aqui garota, sabe quem eu sou?

— Um boneco de neve oxigenado?

— Draco Malfoy.— diz ignorando o meu comentário.— Olhe como fala comigo.

—Escuta aqui Malfoy, não tô nem aí pra quem você é, não mexe comigo e não vai se meter em encrenca.

Ele parecia surpreso pelas minhas palavras e ao mesmo tempo fervia de ódio. Seu rosto logo ficou vermelho, me fazendo ter que segurar o riso. Ele estava parecendo um tomate estragado.

Antes que pudesse concluir a nossa briga, o diretor começou a falar e logo depois foi a hora do banquete de boas-vindas.

Ninguém da minha casa falou comigo direito, apenas lançaram insultos que prefiro não reproduzir.

Na manhã seguinte, fomos direcionados para a aula de poções. Estava um pouco perdida pelos corredores imensos da escola. Vi um garoto se aproximar com um olhar tímido e um sorriso pequeno.

—Quer ajuda?— diz.

—Por favor.— disse rindo fraco.

—Está indo pra que aula? — pergunta se aproximando, ainda tímido.

—Poções.— falei e olho no papel.— Com o Snape.

—Boa sorte.— disse rindo.— É o professor mais difícil dessa escola, é o diretor da sua casa. Vou pra lá também, sou da Grifinória.

Abri um sorriso e estendi a minha mão.

—Meu nome é S/n.— falei.

Ele retribui o meu cumprimento e aumenta o sorriso.

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