Little Things | l.s

Epílogo

"Como você está se sentindo, meu amor?" A pergunta ecoou ao fundo dos ouvidos de Louis, que, naquele momento, honestamente, não conseguiria prestar atenção em nada que não fosse seu casamento. Tudo que aconteceu desde o dia em que fizera o pedido repetia-se em sua cabeça, e ele simplesmente não conseguia acreditar que aquele momento finalmente havia chegado.

Desde o dia em que conhecera Harry, seu coração tinha plena consciência de que, dali em diante, sua vida jamais seria a mesma. Aqueles olhos verdes que refletiam com tanto fervor sua alma haviam curado as feridas mais profundas e dolorosas que a vida deixara em Louis, e mostraram-lhe uma nova forma de enxergar o amor. E o mais novo sabia que, da mesma forma que Harry lhe fizera bem, ele também não era apenas um figurante em seu relacionamento. Sabia o quanto o noivo precisava de ajuda quando se conheceram, e reconhecia, sem modéstia alguma, sua importância no papel de curá-lo; e mais, orgulhava-se do resultado.

Porque agora eram um só. Seu relacionamento fora, sim, construído em cima de muita dor: a perda de Kendall e a terrível doença de Olivia foram fatores significantes para seu desenvolvimento. Todavia, uma vez superadas todas as barreiras, o amor era assumido sem dúvidas ou receios. O passado era visto com orgulho, o presente, vivenciado com paixão, e o futuro... Esse era uma linda incógnita que estavam dispostos a descobrir juntos.

A provável parte mais complicada de sua relação era que ela não envolvia apenas duas pessoas, mas sim seis. As crianças, contudo, nunca fizeram questão de dificultar ainda mais a situação, apenas com algumas pequenas discussões aqui ou ali. Fora isso, e o triste episódio que ocorreu quando Harry se assumiu para o filhos, elas nunca foram um grande desafio; apesar de serem, sem sombra de dúvidas, a parte mais difícil.

Com o tempo o convívio ficou mais fácil, e eles já sentiam-se como uma completa e linda família. Mas nada era oficial, ou melhor, legalmente oficial. E apesar de não se considerar uma pessoa burocrática, Louis queria, e muito, consolidar seu sonho de casar-se com Harry; não pela legalidade da situação, mas pelo amor que sentia por aquele homem. Esse sim era grande, completamente imensurável

Louis sequer conseguia fazer outra coisa senão pensar no noivo, que, naquele momento, provavelmente terminava de se arrumar no quarto ao lado. Tudo bem, eles provavelmente não deveriam estar tão fisicamente próximos até a cerimônia, contudo, uma vez que decidiram realizá-la na própria casa, não tinham exatamente muita escolha. Enquanto Harry estava no quarto nas crianças, cercado pelas mesmas, Louis estava ali, apenas tentando lembrar-se de como respirar, com sua mãe parada a sua frente e...

Por Deus, sua mãe estava ali. Tinha se esquecido completamente da pergunta que ela lhe fizera.

"Ah... Sim" Respondeu rapidamente ao perceber que estava há tempo demais em silêncio. Johanna apenas sorriu para o filho e ajeitou sua gravata, respondendo em um tom de voz brincalhão:

"Você não prestou atenção em um palavras que eu disse, acertei?"

Louis sorriu sem graça.

"Desculpe..."

"Não se preocupe, meu amor" A mulher respondeu, ainda sorrindo "Eu sei como você está nervoso. Não é todo dia que se casa. Ei, olha só!" Pegou uma bolsinha que carregava consigo "Esse batom está muito fraco, precisamos retocar. Fica parado, filho, se não vai borrar"

Como era de se esperar, Louis não era um noivo convencional. Ele podia não sentir-se confortável usando um vestido, mas estava longe de esbangar masculinidade. Não vestia um terno preto, como a tradição pedia, mas sim uma calça cós alto em um conjunto com um suspensório e uma gravata borboleta. A calça azul, um pouco mais justa do que deveria estar, porém, para a grande felicidade de Harry, acentuando suas curvas, tinha a exata mesma tonalidade do suspensório; o destaque ficava para a gravata azul-claro, que acentuava essa tonalidade em seus olhos e, incrivelmente, trazia muito mais profundidade a seu olhar.