Stay

Capítilo 6

-Eu não te deixei pra ficar com meu irmão. Eu só queria que ele voltasse a ser meu irmão como sempre foi.

-Mas durante esse tempo você não sentiu nada por ele?

-O que? Não!

-Não minta pra mim, nem pra si mesma.-o olho percebendo que ele tem razão

-Acho que você está certo...

-Eu gostava muito de você.

-Por que parou de falar comigo de uma hora pra outra?

-Eu percebia que algo estava te incomodando, então achei melhor assim.

-E você ainda gosta de mim?

-Eu não sei como vou falar isso, mas eu... eu acho que sou gay.-eu ri um pouco

-Fala sério Brian!

-Eu estou falando sério! Eu sempre me senti atraído por homens, mas eu não queria aceitar isso.-sorrio

-Então eu fico feliz por você!

-Obrigada.

-Eu... posso ficar aqui esta noite?

-Sim, claro.

-Obrigada.-abraço ele

...

No dia seguinte Brian havia preparado o café da manhã.

-Bom dia.-ele diz com um lindo sorriso no rosto

-Não sei como tem tanto bom humor a essa hora da manhã. Mas, bom dia.-sento à mesa

-Seu irmão te ligou 19 vezes e te deixou 46 mensagens de texto.

-Ele é um ridículo.-olho pro lado

-Você não acha que está na hora de deixar de lado esse orgulho idiota e dizer o que sente?-ele deixa o pano que estava em sua mão sobre a mesa e se senta de frente à mim

-Eu não sou orgulhosa.-ele ergue uma sobrancelha-Talvez eu seja, ok?! Mas, não vai dar!

-Por que não?

-Meu irmão está namorando.

-Você tinha me dito que não queria se relacionar dessa forma com ele. O que está havendo com você Tory? Você o ama não é?

-Claro ele é meu irmão!

-Quando você vai parar de se esconder nas sombras? De ocultar esse sentimento que só cresce dentro de você? Quanto mais você tenta apaga-lo mais ele aparece, e você nem nota!-odeio admitir, mas ele está certo. Suspiro e abaixo a cabeça-Tory, você deixou as coisas ficarem tão complicadas... por quê?

-Eu tinha medo. Ainda tenho, na verdade.

-Medo de que?

-Eu não sei. Eu e Luk fomos criados como irmãos, e de uma hora pra outra tudo mudou.

-Você sabe que não foi de uma hora pra outra né? Um amor não nasce do nada! Ele é cultivado todos os dias, como uma planta. Se você não der o suporte necessário pra ele viver, ele simplesmente morre. Um amor é algo sério. Se você tem absoluta certeza de que o ama você não pode desistir. E se ele te amar também, vai corresponder suas expectativas. As coisas vão sim se ajeitar, mas depende de você. Do quanto está disposta a se arriscar.

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Chego em casa e lá está Luk sentado no chão próximo a porta do lado de fora de casa.

-Por onde andou?- ele está com os olhos vermelhos como se tivesse chorado por horas

-Não é da sua conta Luk.- tento entrar e ele segura meu pulso -Me solta, eu preciso de um banho!

-Onde estava Victory?

-Eu já te disse que não é da sua conta! Agora me solta! -ele deixa que eu entre mas me segue

-Eu não entendo! Tudo está errado! Absolutamente tudo!

-Do quê está falando?- olho pra ele

-De nós...

-Eu sinto muito que ainda se importe, mas a culpa não é minha. Você sabe que eu tentei voltar a ser como era antes. Mas não funciona quando só um dos lados cede.- tento ir para o meu quarto

-Você não sente nada por mim?- ele diz quase que num sussurro.

-Isso é algo que você nunca vai saber Luk. -vou para o meu quarto e assim que tranco a porta as lágrimas descem pelo meu rosto

Eu sei que fui rude de mais, mas não posso ceder, não mais. Já chega!

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Meses depois

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Mamãe e eu estávamos fazendo bolo juntas, era aniversário do papai... ou devia ser. Como ele era sempre tão otimista nós não choramos no dia de sua morte, mas comemoramos o tempo de vida que tivermos como uma dádiva, afinal, não sabemos o que nos aguarda no futuro.
Luk havia ingressado em uma escola de cinema na Califórnia à quase 5 meses. Desde então eu não tenho tido contato com ele, mas ele continua a aparecer nos meus pensamentos e em meus sonhos.

-Querida, eu não compreendo como você e Luk chegaram a este ponto.

-Nem eu mamãe. Você sabe que eu tentei resolver tudo antes que algo assim acontecesse, mas não deu.

-Tory, nem tudo está acabado, eu tenho certeza de que vocês vão se reconciliar.