Capítulo 7

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-Espero que sim mãe.

-Você acha que ele vem hoje?

-Eu não faço ideia.

Depois que terminamos eu subi para o meu quarto.
Desde que Luk foi embora eu não paro de pensar nele. Ele faz muita falta, muita mesmo.
Meu celular toca, é um número não identificado.

-Alô?

-Tory? É a July.

-Oi July, meu irmão não está mas morando aqui.

-Eu sei, não é com ele que quero falar, é com você.

-Pode dizer.

-Será que você poderia me encontrar? Prefiro conversar pessoalmente sobre isso.

-Tudo bem. Eu tenho que ir ao mercado mesmo.

-Daqui 10 minutos eu saio de casa.

-Até já.

Ela desliga.
O que será tão importante que ela tem pra me dizer?!
Eu troco de roupa e desço.

-Filha, o seu irmão acabou de ligar.
 
-E?

-Ele não vem. Disse que está bastante enrolado com as matérias.

-Eu entendo. Você se importaria se eu fosse no mercado sozinha?

-Não, é até melhor pra mim.

-Então vou indo.

.

E lá está a July na frente do mercado me esperando.

-O quê tem pra falar comigo?

-Tory, você sabe que seu irmão gosta de você, não é?

-July, isso é a última coisa que eu quero pensar no momento.

-Eu sei mas, você precisa saber!

-Ta bom então, vamos nos sentar ali.-nos sentamos e ela começou a dizer tudo com lágrima nos olhos.

-Luk me disse por diversas vezes o quanto te ama. Ele passava noites em claro chorando por não poder te ter.

-Isso é verdade?

-Claro. Luk me disse da última vez que entrei em contato com ele que não queria mas te ver, que não queria continuar sofrendo por esse sentimento.

-Então é por isso que ele disse que não iria vir hoje?!

-Acho que sim. Hoje é aniversário da morte do seu pai não é?

-Sim.

-É uma pena. Sua mãe deve ter ficado esperando por ele o dia todo.

-July.

-Sim?

-Ele te falou mais alguma coisa?

-Ele me falou várias coisas. Mas acho que eu já te disse o suficiente. Tenho que deixar que ele fale.

-Obrigada. -me levanto e vou andando

-Não quer que eu te acompanhe? -ela se levanta

-Não será necessário. -sigo

Eu não sei bem o que eu poderia fazer. Está claro que ele sente algo muito forte por mim, e que está disposto a me esquecer.
Pego meu celular e disco pra única pessoa com quem eu poderia falar agora.

-Alô? É o Ren?

-Sim, quem fala?

-É a Victory. -ele fica em silêncio alguns instantes -Você poderia se encontrar comigo?

-Do nada? E nem me explica o porquê?

-Somente esteja em frente a nossa antiga escola daqui a 5 minutos.

-Ta...

Desligo.
Eu não sei se ele pode me ajudar, mas pelo menos vou poder conversar com alguém que não vá me criticar. Bom, eu acho que não vai.
Ele está atrasado 15 minutos! Quando pensei em ir embora ele aparece.

-Achei que não iria vir.

-Como não?! -dou um longo suspiro e me sento no chão, ele se aproxima

-O quê houve?

-Hoje completa cinco anos que meu pai morreu, e Luk não quer me ver.

-Ah. A história com o Luk. -ele se senta ao meu lado

-Você já sabe de tudo?

-Sim. Sua mãe me disse. Ela falou que em algum momento um de vocês viriam buscar ajuda comigo. Só não imaginei que seria você. Sabe Tory, Luk praticamente me expulsou da vida dele e da sua. Ele me via como uma ameaça, já que eu estava apaixonado por você naquela época.

-Isso não foi bom pra ele. Ele ficou bem deprimido.

-Na verdade ele ainda está deprimido. -o olhei - Não, eu não ando conversando com ele. Eu só sei. Eu sinto. Se vocês se gostam de verdade é óbvio que nenhum dos dois estão felizes. Me diz, vocês estão fazendo uma espécie de jogo ou algo assim?

-Mas é claro que não!

-Então porquê nenhum dos dois falou ainda? Porquê ele está na Califórnia no aniversário de morte do pai ao invés de estar aqui com sua mãe, com VOCÊ. Porquê ele não está cumprindo a promessa que fez ao seu pai? Porquê não está te protegendo?

-Eu não sei te responder.

-É evidente que não. Não existe resposta mais certa do que o orgulho. É pelo orgulho que todos esses porquês estão rondando seus pensamentos e os dele. -ele nunca esteve tão certo. E eu não tenho o que dizer. -Um dos dois deve ceder, ou não só vocês, mas todos que os amam vão sofrer.

-Minha mãe tinha razão.

-Em quê?

-Um de nós precisaria de sua ajuda.

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