Capítulo 11

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Assim que entro em meu quarto e tranco a porta eu não evito mas o choro. Só Deus sabe o quanto eu gostaria de estar com ele, o abraçando e beijando, fazendo juras de amor por várias horas, mas eu não posso! Meu coração dói, é uma dor que eu não consigo descrever! Como se existisse uma chama dentro do meu peito e eu não pudesse apaga-la. Eu não sei quanto tempo mais eu vou suportar olhar pra ele todos os dias e fingir que não me importo. Eu realmente o amo! Amo Luk com todas as minhas forças! Eu não posso deixar que a emoção vença a razão. Ele me machucou muito!

-Eu não aguento mais... -digo a mim mesma em meio à soluços

.

Ouço alguém bater na porta. Eu não acredito que acabei dormindo no chão depois de tanto chorar. Minha cabeça está latejando em dor. Levanto lentamente e abro a porta.

-Bom dia filha.

-Dia. -me viro e deito na cama -Que horas são?

-Já são nove horas.

-Por quê não me acordou antes? Eu não posso faltar aulas!

-Eu sei de tudo que acontece nesta casa. Sei que seu irmão e você conversaram de madrugada.

-Isso não é motivo pra faltar. -o som da minha voz sai abafado pelo fato de eu estar com o rosto entre os travesseiros

-Eu liguei e disse que você amanheceu com muita febre. Agora me fala, -ela me cutuca para que eu a olhe, e eu o faço- o que você disse ao seu irmão? -solto um longo suspiro

-Ele me beijou mamãe. -ela abre um sorriso

-Então fizeram as pazes?

-Mais ou menos. -o sorriso se desmancha em seu rosto

-Como mais ou menos?

-Ele me pediu desculpas, eu o perdoei. Mas não estamos juntos. Não que eu não quisesse estar com ele, mas é que Luk já me machucou muitas vezes durante esse tempo todo e tudo ainda me dói! -me seguro pra não chorar mais

-E eu acabei de voltar do hospital. -a olho assustada

-O quê aconteceu? Você está bem?

-Eu sim. Mas seu irmão deslocou o pulso.

-Como ele fez isso? -me levanto agoniada

-Ele me disse que caiu e se apoiou com a mão, mas eu tenho quase certeza de que ele socou a parede.

-Por quê ele faria isso?

-Porque ele não consegue controlar o que sente por você! -eu a olho -Ele simplesmente não aguenta mais.

-Eu preciso vê-lo.

Saio do meu quarto indo em direção ao quarto de Luk.
Quando abro a porta, ele está pelado secando o cabelo com a toalha com a única mão boa. Eu fecho os olhos e viro a cabeça pro lado.

-Hora errada. -digo, saio e fecho a porta

Meu coração está acelerado. Mas por mais que eu não tenha visto sua intimidade, é nítido o fato de que seu corpo é o próprio pecado.
A porta se abre atrás de mim.

-Tory. -ele não para de rir

-Seu boboca! Por quê não usa uma cueca antes de sair do banheiro?! -digo batendo em seu ombro

-Por que eu estou no meu quarto?! -eu paro de bater nele e ele repousa sua mão em minha bochecha -Está lindíssima com esses olhinhos inchados.

-Seu pulso está bem?

-Sim. -ele retira a mão de meu rosto e me mostra o gesso que vai dos dedos até a metade de seu antebraço

Enquanto ele estava tocando meu rosto, eu sentia a imensa vontade de beijar Luk. Como queria poder o fazer.

-O pulso está bem, daqui umas semanas volta ao normal. Só fica difícil pra tomar banho. -ele coça a cabeça e sorri

-Por quê fez isso?

-Eu apenas caí e...

-Você não caiu. Agora me diz, por quê fez isso?

-Você me desculpou pelo que fiz, mas eu não me desculpei!

-Luk, poderia ter sido pior! Podia ter quebrado um osso ou algo do tipo. -seguro sua mão machucada -Eu me importo com você, não quero te ver ferido. -olho em seus olhos

Ele me olhava profundamente, sem dizer uma só palavra.

-Crianças, meu irmão acabou de me ligar e a esposa dele está doente novamente, ficarei com ela por mais 3 meses.

-E quando você vai? -Luk pergunta

-Agora mesmo.

-Não se preocupe, eu cuido de tudo por aqui.

-Tudo? -ela olha nos meus olhos e depois para Luk

-Sim. -digo confiante

-Certo. Comportem-se. -ela dá um beijo na bochecha de cada um de nós e vai.

-Vai cuidar de tudo é?

-Sim Luk, algum problema? -o olho com desdém

-É que quem me ajudou a tirar a camisa foi a mamãe. Por isso que só estou de bermuda. -ele sorri malicioso

-Eu não acredito!

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