Para um amor platônico

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 Sabe o que é engraçado? É que eu estou aqui, segurando seu rosto em minhas mãos, acariciando levemente sua bochecha com meu dedo indicador e você simplesmente está ai, sendo acariciado sem fazer nem ideia de que me tens. É, você me tem. Me tem desde o primeiro olhar e me tem por completo, e nem imagina isso. Veja bem, você me olha mas sequer me enxerga, você me beija mas sequer me deseja de verdade. 

Eu estou aqui para você como um médico está para um enfermo, você vem quando sente que precisa de cuidados, quando está carente mas não vem quando está bem. E o pior de tudo é que eu caí por você, completamente. 

Eu caí ao ponto de você me trazer paz, por mais que eu saiba que seja um sentimento momentâneo. Garoto, seus olhos castanhos me mostram que há uma razão pela qual viver, que talvez, e só talvez, o mundo seja bom. E a cada riso, cada respirar, cada palavra que sai de sua boca, eu me vejo mais caída por ti.

Você torna as tardes mais tranquilas e as noites mais longas, é como aquela xícara de café com bolo de fubá que sua avó serve num café de domingo. Você me traz a nostalgia de algo bom, de infância, de algo que ainda nem aconteceu.

Você é todo aquele sentimento bom, de paz e reciprocidade 
que eu sei que jamais acontecerá. 

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