Ela precisou. Precisou se olhar no espelho e ver que realmente é bonita. E que nada era tão imenso quanto à sua alma. Precisou de anos, para ver que tinha uma luz forte e infinita. E não respirou outra coisa, a não ser a sua própria calma.
Ela precisou. Precisou ir contra todas as opiniões negativas, seguir o rumo segurando o prumo do seu coração. Guardando as energias boas ativas. Apreciando a sua linda inspiração.
Ela precisou. Precisou de tempo, para poder ter um concreto discernimento sobre a sua essência. Rasgou o passado de sofrimento, e viu-se em enorme decência. Não deu ouvidos à carência.
Ela precisou. Precisou cair para aprender a se levantar mais forte, precisou se desconstruir para se reconstruir à luz da sorte, à qual ela chama de Deus. E além disso, o seu único compromisso, é obter os planos seus.
Ela precisou. Precisou se amar primeiro, antes mesmo de encontrar alguém, e achou melhor esperar um afeto verdadeiro, que seja companheiro e não trate com desdém.
Ela precisou. Precisou se humilhar em muitas ocasiões, não porque quis, mas porque precisava ser feliz, e não tinha oportunidades em meio às tribulações.
Ela precisou. Precisou chorar na madrugada, com a mente conturbada, orando ou calada, desesperançosa e desesperada.
Ela precisou. Precisou amar um idiota, sem noção. Estar aprisionada na paixão, e ter o desgosto da decepção.
Ela precisou. Precisou correr, dos pensamentos. Precisou morrer, em inúmeros momentos. Somente para viver, sem temor e sem ressentimentos.
Ela precisou. Precisou implorar por ajuda e auxílio, visto que já não mais aguentava tanta dor. Precisou de palavras e gestos no exílio, mas nenhum indivíduo notou o seu interior.
Ela precisou. Precisou de amigos, porém teve dias que não encontrou. Precisou de suporte nos tenebrosos perigos, e não houve vestígios de ombro que a apoiou.
Ela precisou. Precisou se modificar de acordo com o que vivia, e precisou acordar cedo para lutar. Precisou eliminar as críticas que ouvia. E precisou desacreditar para em seguida se reafirmar.
Ela precisou. Precisou ir às ruas para garantir os direitos igualitários. E precisou perder sonhos, para conquistar horizontes reais. Precisou se reanimar em estados solitários. E lidar com cidadãos desleais.
Ela precisou. Precisou desabar arduamente na escuridão. E demorou para achar uma luz plena. Precisou se despir da luxúria e se vestiu de autovalorização. Precisou batalhar para entender que não tem a graça pequena.
Ela precisou. Precisou superar os olhares falsos constantes. E ter que encarar desafios gigantescos. Precisou regar emoções, e negar julgamentos nos percalços. E precisou escutar insultos grotescos.
Ela precisou. Precisou dizer que estava tudo bem, apenas para ludibriar quem não era sincero ou então para não preocupar. E precisou ser refém, de um sistema global, padronizado, que a fez desmoronar. E em contrapartida, esculpida, ousou se organizar.
Ela precisou. Precisou levar uma sacudida das adversidades, e se explodir de curiosidade, vasculhando respostas, fazendo apostas, tendo que sangrar atitudes opostas, como maneira de desenvolvimento, na verdade.
Ela precisou. Precisou de precisar. E quer saber? Ela não gostaria de necessitar. Entretanto, não é ela quem escolhe o destino, ela desenha, põe lenha, mas ele é como um menino pequenino, que cresce. Um ou outro plano desaparece ou acontece. Contudo, ela é dela, e seu valor transparece, sua magnificência enobrece, e por fim, seu particular jardim, floresce e prevalece.
Ela precisou. Ela errou e acertou. Ela se feriu e se curou. Ela perdeu e ganhou. Ela se desfez e se montou. Ela conseguiu espaço, não tendo espírito de aço, sabe como sobreviveu em cada passo, recebeu asas e voou. Ela se permitiu e se possibilitou. Ela é aquarela, é bela, singular e singela, ela é o encanto que revela. Ela agradece tudo o que terá e o que conquistou. Ela é a trajetória que trilhou. Ela é o que se formou.
Pois é, ela precisou.
Subtítulo: Foi Preciso. ♥
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