Conveniência

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Havia acabado de entrar no chuveiro quando vi a porta do box abrir e o JP surgiu nu diante de mim. Antes que eu pudesse reagir, entrou no chuveiro comigo, me beijando e fechou a porta atrás de si. Suas mãos deslizaram pela minha barriga descendo e encontrou o meu pênis ereto. As vezes é frustante ver o quão fácil essa parte do meu corpo me trai.

_ O que você...?_ comecei.

Mas ele virou de costas para mim colando o seu corpo no meu e empurrou o bumbum contra minha ereção. Eu não sou feito de ferro, JP. Segurei a sua cintura e puxei o seu corpo sobre a minha ereção. 

O modo como o seu traseiro estava disposto combinou com o quanto eu estava duro. Foi só um leve empurrão para penetrar um pouco. Ele gemeu alto, havia muita água na causa, mas eu sabia que o seu gemido era dor. 

_ Quer parar? _ ofereci.

_ Não _ soou meio desesperado, ele queria mesmo transar comigo _ Continua, vai passar.

Obedeci, de vagar e parei quando estava dentro _ O que você está fazendo aqui?

Me olhou por cima do ombro com aqueles olhos azuis _ Eu só _ parou de falar.

Inferno! Como isso me irritava!

Comecei a me mover e agora ele tinha aquele ar excitado, com as faces coradas e respiração acelerada. 

A sua aparição ali foi como se adivinhasse o quanto eu estava carente. Não demorou até eu gozar e foi sorte ter sido depois dele. Em outros momentos, me preocupei em dar prazer ao JP, mas agora, preferia evita-lo e isso incluía não lhe demonstrar nada do que eu sentia.

O que eu sentia por ele, agora, doía muito. Não sei explicar o que era esse sentimento porque, de alguma forma, eu sempre senti, mas só há um ano, notei. Acho que isso nasceu em mim, no momento em que vi o João Paulo pela primeira vez. E ainda assim, quando o notei, não entendi o que sentia. Talvez sentimentos não sejam algo para ser entendido, apenas vivido.

Terminei meu banho rápido e peguei a toalha saindo do chuveiro. Não posso ficar perto dele. O JP não conseguiu me acompanhar. Comecei a me vestir e consegui. Só faltava a camisa quando ele saiu do banheiro de toalha na cintura.

_ Podemos conversar?

_ Não _ agora, preocupação estava no meu tom.

_ Por que não? _ cobrou.

_ Suas palavras me machucam e quando você não termina a frase me irrita _ confessei.

_ Mas estou muito chateado com esse clima entre nós _ soou simples.

_ Também não estou pulando de alegria, JP. Mas a vida segue em frente _ ou se arrasta.

Vesti minha camisa e estava de saída.

_ Karl eu não quis dizer aquilo _ parei minha caminhada para fora ao ouvir isso _ ... não da forma como você entendeu. Eu só queria que a gente fosse de vagar, apenas isso.

Olhei para ele hesitante, aquilo era o que queria ouvir, mas será que eu entendi direito? Deixei minha bolsa sobre a mesa e dei atenção para ele.

_ Podemos voltar? Por favor? _ juntou as mãos embaixo do queixo com expressão de pedido e esperou minha resposta.

Aquilo apertou meu coração e me deixou feliz ao mesmo tempo. Caminhei até ele e o beijei com um abraço apertado.

Procurei o seu olhar no fim do beijo, segurei o seu rosto levantando para ele alcançar o meu olhar.

_ O que você sente por mim?

Incerteza e insegurança no seu olhar de repente. Abriu a boca e moveu os lábios no início da palavra, mas não desistiu. Apenas me olhava.

Expirei desagrado e me afastei, dando as costas, caminhei até minha bolsa. Desisti de pegá-la.

_ Você não sente nada por mim _ declarei bravo _ Por que você me tortura, JP? _ voltei encarando-o _ Esse é o seu fetiche? Conquista os caras com o seu jeito inseguro, submisso, falsamente calmo e imparcial e brinca com eles, como faz comigo?

Seu olhar olhar azul mudou em um novo sentimento e o seu queixo levantou como se tivesse sido ofendido, mas não falou nada por torturantes segundos.

_ Você é tudo o que eu sempre sonhei para mim _ falou de vagar, baixou o o olhar e levantou de novo, continuou _ Eu soube que te amava assim que te vi. Mas não sabia como lidar com essa ambição tão grande. Você é perfeito! Se você não fosse tudo isso, eu acreditaria que sou capaz de te manter interessado.

_ Eu sabia!! Você mentiu seu sentimentos, camuflou com palavras, mas o seu corpo nunca mentiu para mim. Como você consegue ser assim? Essa duplicidade.

 _ É que você é muito importante, Karl.

_ Você vai me fazer sofrer muito se continuar agindo assim. Não faz isso.

Afirmou com aquele jeito inseguro que me desconcertava e o meu coração se aqueceu. Era como se nada tivesse mudado, como se eu não tivesse sofrido por este tempo, tudo passou. 

Abracei o seu corpo menor que o meu e mais macio, desejando nunca mais deixá-lo livre, por aquele instante.

_ Quais são os seus planos, para essa noite?

_ Nada, eu só vou para casa.

_ Posso ir com você?

_ Moro com meus pais.

_ Que fofo! 

Corou zangado. 

_ Você pode vir para minha casa comigo, ou tem que pedir permissão para a mamãe?

_ Apenas avisá-la.

Sua afirmação me surpreendeu. Era verdade! JP morava com os pais e precisava dar conta de cada passo que dava. Nunca imaginei que conheceria alguém que faz isso nos dias de hoje.

Ele ligou para a mamãe, na minha frente e falou daquele jeito inseguro que sempre falava comigo. Esse seu jeito era tão sexy! Acho que isso é o que me cativa mais. Pena que também me irritava as vezes.

Desligou o celular _ Agora eu posso ir _ se vestiu.

_ Vamos no meu carro.

_ Mas e se eu quiser voltar antes?

_ Damos um jeito. Eu não vou te deixar a pé. Você mesmo disse que eu sou perfeito, não confia mais nisso?

Assentiu e veio comigo.

Sádica 2Onde histórias criam vida. Descubra agora