[05] Presos

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Acordei super disposta.
Estava sorrindo até para as paredes.
Hoje eu iria fazer o bem. Ajudar crianças em um orfanato.
Dinheiro? Não estou pensando nisso ainda.
É claro que vou ter que arrumar um emprego, não vou viver as custas de meu tio para sempre.
Coloquei uma calça confortável e uma camiseta mais folgada afim de conforto, afinal, trabalhar com crianças não é uma coisa fácil.

Desci para tomar meu café da manhã com meu tio e logo me despedi indo para o orfanato.
Minhas aulas começariam só na segunda, então não vi problema de ir mais cedo.

Chegando no prédio, a senhora Han me acompanhou até o berçário que estava precisando de muita ajuda. Ela disse que eu ficaria andando pelo orfanato toda vez que precisasse de ajuda.

Os bebês estavam calmos, brincando pelo chão, engatinhando para lá e para cá.
A tv estava passando um desenho musical de um ursinho que ensinava os números.
Alguns paravam para prestar atenção e bater palmas, outros nem ligavam.
Passado algumas horas, eu já tinha ajudado trocar fraldas, dar banho, mamadeira, feito as crianças dormir e nesse momento me via de cabelos em pé com as crianças de um ano e meio à dois.

Eles com toda a certeza eram mais agitados que o berçário.
Passei por todas as salas, brinquei com os adolescentes e joguei vôlei com os de 16,17 e 18 anos.
Quando deu meu horário, agradeci pelo primeiro dia e saí do prédio.
Peguei meu celular checando as horas, e eram exatamente seis da tarde, decidindo por fim ir para casa. Eu estava morta.

Meu tio não tinha chegado ainda da empresa já que percebi que seu carro não estava na garagem.
Subi as escadas e fui tomar um banho. Eu estava cansada, mas valeu a pena cada sorriso que vi no rostinho daquelas crianças.

Deixei meu cabelo secando naturalmente e saí do banheiro já vestida.
Desci as escadas e fui para a cozinha fazer o jantar.
Enquanto cozinhava, eu cantava e dançava em frente as panelas.

Estava tudo pronto quando meu tio chegou suspirando de cansaço em casa. O mesmo subiu e tomou seu banho descendo para a cozinha em seguida.

Ele me disse que estava fechando os detalhes para uma futura turnê com os meninos e que eles estavam treinando desde de manhã. Eles não queriam parar até estar totalmente perfeito.
Sorri com tanto empenho que eles colocavam naquilo que amavam fazer.

- E você querida? Como foi no orfanato?
- Ai tio, foi tão legal sabe? É triste ver o quanto não carentes de carinho e atenção. O senhor tinha que ver os bebês, um mais fofo que o outro.- disse o servindo com o jantar.
- Tantas mães querendo ter filhos e não podem, e tantas que podem simplesmente abandonam os filhos.
- É... Tio, nunca pensou em ter filhos?
- não. As mulheres nunca entendiam o meu trabalho. eu passava muito tempo na empresa e elas me abandonavam.
- Nem em adotar?
- Como iria adotar? E o tempo que não tenho? - ele esticou o braço e tocou minha cabeça. -Ter uma criança em casa dá trabalho e estou aprendendo isso agora.- ele sorriu e bagunçou meus cabelos.
- tio.- reclamei arrumando os fios bagunçados ouvindo sua gargalhada.

* Dias depois

Danbi acordou disposta para conhecer a escola nova.
Entraria para o 3º ano e focaria em seus estudos. A maioria dos jovens desde pequenos já sabem o que quer da vida, mas Danbi não fazia ideia.
De médica, passou para advogada, que passou para veterinária, que passou para CEO, que passou para fotógrafa, mas nada estava bom. Ela tinha esperança em que fosse realmente boa em alguma coisa e se decidisse logo, já que era ano de vestibular.
- ai que lugar enorme. - Danbi andava pelos corredores com sua mochila e um papel escrito o número de seu armário.

A escola era mista com alunos coreanos vindo de outras cidades, e pessoas de vários países diferentes em intercâmbio. Restava dez minutos para o sinal bater, alguns alunos estavam para fora da sala e conversando alto.
- precisa de ajuda?- uma garoto de pele bronzeada e cabelos ondulados e olhos castanhos chamou sua atenção.
- ahn, um pouco. -Danbi sorriu tímida.
- já pegou seu horário?- uma garota loira de olhos claros perguntou.- é o número de seu armário?
- sim, estão aqui.- Danbi estendeu os papéis.
- que sorte, você tem as mesmas aulas conosco.- o moreno sorriu.
- venha, seu armário é ao lado do nosso.-a loira sorriu e a puxou. -a propósito, meu nome é Liv e sou da Califórnia.
- meu nome é Ian e sou de Boston.
- Kim Danbi, sou de Busan.

Butterfly | M.Y | Onde histórias criam vida. Descubra agora