Eu não havia conseguido dormir direito, estava ansiosa com tudo o que tinha acontecido. E ansiedade era algo que acabava com as minhas unhas e com o meu sono: por isso, levantei-me minutos antes do despertador tocar.
Ainda não acreditava no que tinha acontecido. Imediatamente, minha mente deu um estalo.Visconde.
Ele é igual uma criança. Desde que chegou, exige atenção e quer brincar o tempo todo.
Ele absolutamente consegue retirar tudo do lugar e destrói o que encontra pela frente: paredes, armários e até a própria cama. Ainda estamos nos adaptando a essa nova realidade. Mesmo que por uma noite.
Ao menos foi o que a Mari e eu combinamos. Eu tomaria conta dele por essa noite, enquanto ela tentaria entrar em contato com uma velha amiga, cujo a mãe nada mais é do que a dona de uma das ONGs de animais abandonados da capital. Mesmo triste por não poder ficar com ele para sempre (para o bem da saúde da minha mãe), me odiaria por toda minha vida se não encontrasse um lar seguro e acolhedor ao Visconde, onde ele pudesse se sentir confortável e contente. E que eu pudesse visitá-lo todos os dias também, já que seria difícil me distanciar dele depois do tempo em que passamos juntos.
Vasculhei todo o cômodo do quarto, mas eu não o encontrei em nenhum lugar.
Mas onde será que...
— Eloíííííííííííííííííííííísa! — os berros da minha mãe já respondiam todas as minhas perguntas.
Droga! Droga! Droga!
Corri o mais rápido que pude até a cozinha, de onde vinham os gritos da minha mãe, e assim que cheguei lá eu quase tive um enfarto. Dona Lola estava de pé, e em seu corpo haviam...
Coceira.
Bolhas.
Vermelhidão.
Falta de ar.
Olhos avermelhados.
Pela primeira vez, tive consciência do seu ataque alérgico.
* * *
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Mas, mãe, eu só... [COMPLETO]
Short StoryMais um conto do universo de "NO ÚLTIMO VOLUME", porém, agora, narrado por ELOÍSA (protagonista de "AO SOM DO BAILE", livro 2 da SÉRIE). Ao encontrar um Buldogue ainda filhotinho - abandonado dentro de uma caixa de sapato na porta de sua casa -, Elo...