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— Vim o mais rápido que pude. — Mari esclareceu, um pouco ofegante, assim que abri à porta da sala, dando espaço para que entrasse de uma vez. Ela me analisa um pouco e então continua — Você não pode ligar para alguém e dizer que precisa desesperadamente dela e alegar ser um caso de vida ou morte e simplesmente desligar na cara dela em seguida, Elô. Às pessoas podem ter problemas de ansiedades e na maioria das vezes até mesmo um ataque cardíaco.

Observo-a levar a mão direita até o peito em um gesto dramático e teatral.

Seu olhar dizia "E aí, qual é a urgência dessa vez?", ou, algo parecido.

Continuei em silêncio.

— Eu. Não. Acredito. — Mari entoou pausadamente, deixando um "O" tomar conta de seus lábios em seguida, assim que lhe mostrei o filhote de buldogue em minhas mãos.

— Eu disse que era um caso de vida ou morte. — confirmei.

Em um movimento rápido, ela o arranca dos meus braços, como se estivesse segurando um bebê recém nascido.

— Você já deu um nome pra essa fofura? — questiona ela, enchendo-o de carinho.

Não! — e sinto a garganta começar a coçar — Porque eu não vou poder ficar com ele. — e as lágrimas começam a escorrer.

Mari o coloca no chão com cuidado e se aproxima, abraçando-me em seguida, em mais uma das suas tentativas em me consolar. Dessa vez não funcionou, as lágrimas só aumentaram.

— Isso! Coloque pra fora, — ela passa uma das mãos sobre meus cabelos — faz bem pra alma chorar quando necessário. Mas sabe o que você deve fazer em seguida? — apenas murmuro um "hum" como resposta, e ela continua — Levantar a cabeça e pensar em todas as outras alternativas que você ainda tem.

— Alternativas? — considerei, desfazendo o abraço — Como o quê, por exemplo?

— Primeiro, quero saber toda essa história do início — ela agarra o filhotinho outra vez — e, depois, vamos batizar essa fofura. Combinado?

* * *

Mas, mãe, eu só... [COMPLETO]Where stories live. Discover now