Ayumi estava inquieta. Seus dedos entrelaçavam-se entre si, mostrando seu nervosismo.
A garota olhou para Yuta, sentando em sua frente. Os dois estavam sentados, frente a frente, na escada que dava para o quinto andar da escola. Naquele horário não havia ninguém pelo corredor, o que só deixava a japonesa ainda mais nervosa. Queria sair dali o mais rápido possível, queria só aceitar logo o fato de Nakamoto Yuta ser um babaca como ele sempre foi e deixá-lo para trás, mas o outro lado da sua mente gritava cada vez mais alto um "escute ele!" ou "dê uma chance à ele!" de maneira irritante.
Idiota.
Era o que outra parte de seus pensamentos gritavam, mas em vão. Seu corpo parecia ouvir só a outra parte, a de ficar ali e escutar, de cruzar os braços e suspirar enquanto dava uma chance do menino se explicar. Pareciam ter tomado conta de seus músculos, faziam seu pé bater impacientemente contra o degrau de baixo e deixar seu corpo ainda intacto, na espera.
Ela não conseguia evitar de bufar a cada dois minutos.
- Eu não te trai...- A voz dele ecoou pela escadaria, fazendo-a levantar os olhos - Eu não faria isso.
- Então como explica a foto? - Rápida e seca.
- Podia ser qualquer pessoa parecida comigo, Ayumi, não dá pra ver o rosto...- Justificou.
- Como eu posso confiar que não era você? - Céus, por que ela parecia tanto uma namorada enciumada? Ela nem sequer gostava do menino.
- Porque foi o meu pai quem armou isso pra mim...- Yuta jogou no ar, engolindo seco após o ato, como se tivesse se arrependido na hora de sua fala. Não estava nos seus planos falar tão cedo assim para a garota sobre os atos de seu pai quanto à ele.
- Como? - Ayumi riu, incrédula, passando a língua contra os dentes enquanto virava o olhar para longe dele - Ok, eu sei que seu pai é extremamente estranho quanto a esse nosso relacionamento, mas usar ele como desculpa já foi longe demais, não acha? - Voltou a olhá-lo, indignada.
- Não é uma desculpa, Ayumi, eu tô falando sério. - O garoto respondeu com irritação na voz. Sabia que precisava se acalmar para então lidar com a menina sem mais estresses, mas Hime Ayumi tornava isso quase que impossível. Era muito teimosa - Você mesmo disse que acha estranho, não faz sentido se olhar desse jeito? Não é uma desculpa, é simplismente a verdade.
- Então, quer dizer que seu pai mandou um cara e uma garota aleatória se pegarem no meio da noite, pra então algum paparazzi doido vir e tirar fotos deles pra então soltar a notícia na internet dizendo que, na verdade, era você? - Cruzou os braços, quase que sorrindo de deboche - É isso o que você quer dizer, Yuta?
Os dois trocaram olhares, Ayumi sentia o sangue borbulhar cada vez mais.
- E se for? - Ele respondeu, não ajudando em nada.
- Vai à merda. - Cuspiu as palavras - Eu nem sei porque estou me importando tanto com isso, te dando uma chance pra se explicar, ficando aqui escutando essas baboseiras...acho que no final eu sou uma trouxa mesmo.
A garota bufou, o suspiro tão pesado e alto que parecia ter colocado seus ombros totalmente para baixo. Ela deu um movimento para se levantar, mas Yuta fora mais rápido. Para prendê-la, na intenção de mantê-la sentada, o japonês segurou suas duas pernas com as mãos. Se a garota levantasse, provavelmente se desequilibraria e cairia quatro degraus a baixo.
Ele escorregou os dedos pelos joelhos dela, prensando para que tivesse certeza de que ela não sairia dali tão rápido assim. Com o ato, tudo o que ele recebeu dela, foi um olhar de pura raiva e impaciência. Ele devolveu o olhar na mesma intensidade e, naquele momento, não foi necessário palavras para dizer o quanto ambos estavam xingando um ao outro. Os olhares já diziam tudo.
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⇏ Como Não Ser Destinada Ao Seu Inimigo - Yuta ⇍ (REVISANDO)
Fanfic[ PASSANDO POR REVISÃO, CAPÍTULOS COM "✓" JÁ FORAM REVISADOS ] Já pensou em se casar com o amor da sua vida? Eu aposto que sim. Porém, já imaginou você ser obrigada a se casar com a pessoa que você menos suporta nesse mundo? Após a família de Ayumi...